«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Esclarecendo uma controvérsia sobre uniões homoafetivas

Papa Francisco manipulou tanto esquerdistas quanto direitistas, diz confidente

John. L. Allen Jr.
National Catholic Reporter
07-01-2014
Pe. Antonio Spadaro - editor da revista jesuíta Civiltà Cattolica

Um comentário recente feito pelo Papa Francisco sobre a educação dos filhos de casais homossexuais está sendo distorcido tanto pela direita quanto pela esquerda política para dar a entender que o pontífice entrou num debate sobre uniões homoafetivas, de acordo com um confidente do papa.

O padre jesuíta Antonio Spadaro, editor da influente revista Civiltà Cattolica, publicou um ensaio na edição de terça-feira do jornal Corriere della Sera, o principal da Itália, respondendo a afirmações apressadas presentes na mídia italiana quanto a uma “abertura” por parte de Francisco para o reconhecimento legal de relações homoafetivas.

Na verdade, escreveu Spadaro, o Papa Francisco não tem a intenção de “legitimar qualquer comportamento que não esteja compatível com a doutrina da Igreja”.

O esforço para distorcer as palavras do papa, continua Spadaro, vem tanto de “seus detratores” da direta quanto daqueles que o exaltam para tirarem vantagem para o lado esquerdo do espectro político.

Spadaro insistiu que comentários feitos pela papa no sentido de que os filhos de casais gays não deveriam receber uma “vacina contra a fé” que possuem não implicam em qualquer revisão no ensino da Igreja sobre o casamento.

“Misericórdia não significa justificar o pecado, mas alcançar com ternura a humanidade pela qual Cristo foi levado à Cruz”, escreveu.

Antonio Spadaro foi o ator principal de uma entrevista importante feita, em setembro, com o Papa Francisco trazida a público em edições jesuítas ao redor do mundo; foi também ele quem recentemente lançou extensas notas a partir do encontro, no dia 29-11-2013, do papa com os Superiores Gerais das ordens religiosas católicas masculinas.

Spadaro, 47 anos, que lidera a revista Civiltà Cattolica desde 2011, tem sido amplamente citado como um possível sucessor do padre jesuíta Federico Lombardi para ser o porta-voz mais importante do papa.

A controvérsia atual começou no sábado, quando Spadaro publicou suas notas tomadas a partir do encontro do papa com os religiosos. Entre outros destaques, Francisco identificou vários desafios relativos à educação que emergem das mudanças nas estruturas familiares.

De acordo com as anotações de Spadaro, o papa descreveu uma situação que enfrentou como arcebispo de Buenos Aires: “Lembro-me do caso de uma menina triste”, citou Spadaro as palavras do papa, “que, ao final, confiou à sua professora a razão de seu estado de espírito: a namorada de minha mãe não gosta de mim”.

Em sua fala, Francisco destacou o sufixo italiano para marcar o gênero feminino ao usar a palavra “namorada”, deixando claro que fazia referência a um casal de lésbicas.

Ao pensar sobre como chegar aos filhos que vivem em estruturas familiares semelhantes, disse o papa que “é necessário estarmos atentos a não ministrar vacinas contra a fé que possuem”.

Coincidentemente, a Itália está se preparando para um debate nacional sobre uniões homoafetivas após o novo líder do Partido Democrata, de centro-esquerda, anunciar que o apoio para o reconhecimento legal destas uniões será um componente da plataforma eleitoral do partido.

Nesse contexto, vários meios de comunicação indicaram que os comentários do papa equivaleriam a uma “abertura” indireta a esta ideia.

Em seu ensaio publicado no jornal, Spadaro se referiu a estas afirmações como “enganadoras na compreensão do que o papa disse de fato e do grande desafio que ele colocou”.

A questão que o Papa Francisco quer trazer, escreve Spadaro, é que a “Igreja está chamada a responder a um enorme desafio antropológico” criado pelas mudanças nas estruturas e normas sociais.

Spadaro escreveu que “o desafio educacional cristão consiste em evitar que a luz de Cristo permaneça apenas como uma memória distante para muitas pessoas ou, o que é pior, que ela permaneça nas mãos de uma pequena e seleta multidão de ‘pessoas puras’, que transformariam a Igreja numa seita”.

O texto de Spadaro pareceu dizer que o papa não pretende mudar a doutrina, e sim encontrar novas linguagens para expressar tal doutrina a pessoas que não mais respondem à fórmula tradicional.

Esta não é a primeira vez que Spadaro tentou esclarecer uma observação papal que se originou em algo que ele mesmo publicou.

Quando a entrevista da Civiltà Cattólica apareceu, em setembro último, uma citação amplamente mencionada foi a da insistência do papa de que “eu jamais fui um direitista”.

Mais tarde, Spadaro foi forçado explicar que aquilo que o Papa Francisco quis dizer foi que ele nunca havia sido um apoiador do regime militar da Argentina nas décadas de 1970 e 1980. O papa não quis se localizar, disse Spadaro à época, no espectro ideológico contemporâneo.

Tradução de Isaque Gomes Correa.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos - Notícias - Quinta-feira 9 de janeiro de 2013 - Internet: clique aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.