«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

domingo, 28 de agosto de 2016

Quem é que tem moral ? ? ?

Moral pra cá, moral pra lá

Eliane Cantanhêde

Se a senadora petista Gleisi Hoffmann decreta que ninguém no Senado – nem ela própria, aliás – tem moral para julgar quem quer que seja, o que dizer da presença do ex-presidente Lula para dar força moral à pupila Dilma Rousseff, amanhã, no plenário?
RONALDO CAIADO (DEM-GO) discute com LINDBERGH FARIAS (PT-RJ)
na manhã do primeiro dia de julgamento da presidente Dilma Rousseff
Quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Nem todos os 81 senadores são alvos de processos, mas Lula foi indiciado pela Polícia Federal na sexta-feira, suspeito de receber mais de R$ 2 milhões da OAS para obras naquele triplex em Guarujá que ele jura que não é e nunca foi dele.

O clima já é de “hospício”, segundo o próprio presidente do Senado, Renan Calheiros. Imaginem como pode ficar com Dilma cara a cara com seus algozes, falando o que bem entende, cercada por 35 aliados e apoiada pelo estridente trio de choque Gleisi, Lindbergh Faria e Vanessa Grazziotin. E quantos deles têm moral para defender quem quer que seja?

Até a pronúncia, o Senado vinha se diferenciando em qualidade e em elegância da Câmara. Foi só começar o julgamento final para que a qualidade e a elegância evaporassem, com acusações cruzando os ares do plenário, os piores adjetivos ecoando pelas galerias, as ameaças de processos se multiplicando.

Já no primeiro dia, Gleisi rodou a baiana, Ronaldo Caiado reagiu, Lindbergh tomou as dores e virou um pandemônio. Agora, Gleisi tenta se explicar, Lindbergh anuncia que vai processar Caiado por insinuações do tipo “antidoping” e Caiado expõe na internet uma longa lista de ações e processos contra o senador petista, além de dizer que pretende entrar no Ministério Público contra Gleisi, por ter contratado para seu gabinete uma técnica que havia acabado de testemunhar a favor de Dilma.
RENAN CALHEIROS (de óculos) discute com a senadora GLEISI HOFFMANN (loira de costas) do PT
Sexta-feira, 26 de agosto de 2016

O segundo dia não foi melhor. Aos gritos, Renan recriminou a fala de Gleisi sobre a “falta de moral” do Senado e contou que entrou no Supremo para aliviar a barra dela. Como assim? O Senado livrando a barra de alguém? E o Supremo aquiescendo? Virou um barraco. Depois, Renan disse que agiu republicanamente ao defender Gleisi no Supremo Tribunal Federal e provocou: “Só revendo o Código Penal, para aumentar a pena pelo crime de ingratidão”.

Enquanto Renan descia do muro, sinalizando que vai votar a favor do impeachment, o vice do Senado, Jorge Viana (PT), exercitava seu conhecido bom senso, negociando com os adversários. E foi assim que Viana, do PT, e Cássio Cunha Lima, líder do PSDB, acertaram com o presidente das sessões, Ricardo Lewandowski, dar um freio de arrumação na bagunça.

Lewandowski, aliás, parece um Cristo na Santa Ceia ali naquele tribunal, teatro, hospício, ou seja lá o que for. Gleisi, Vanessa, Lindbergh e Caiado berram, mas lá está ele impassível, pedindo calma aos senhores e senhoras senadoras. Quando perdeu a paciência, reclamou seu “poder de polícia” e gerou sobressaltos até explicar que isso é apenas um termo formal para discriminar seus poderes na circunstância. Ufa!

No acordão entre Viana e Cássio, não há mais questões de ordem e outros penduricalhos e, como os pró-impeachment decidiram não fazer mais perguntas, o resto de sexta-feira foi de palanque, com as testemunhas pró-Dilma falando sem contestação e a bancada dela fazendo proselitismo a favor do PT.

Eles só se esqueceram de combinar com os adversários comuns. Magno Malta não aguentou ouvir calado o economista Luiz Gonzaga Belluzzo defendendo Dilma e dizendo que o erro dela foi não ter gasto mais (?!?!?!) e gritou: Beluzzo foi expulso do Palmeiras depois de quebrar o clube. Então, o que ele fazia ali falando de contas e responsabilidade fiscal? Faz sentido.

Dentro do plenário, o zunzunzum era sobre o indiciamento de Lula. Fora, Lula tinha uma conversinha a sós com o ex-ministro Edison Lobão, que era amigão de Dilma, é do partido de Michel Temer e está enrolado na Lava Jato, desses que, como disse Gleisi, “não tem moral” para julgar ninguém. Qual será o voto de Lobão?

Fonte: O Estado de S. Paulo – Política – Domingo, 28 de agosto de 2016 – Pág. A8 – Internet: clique aqui.

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