«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Jovens frequentam a Igreja?

Pesquisa nos Estados Unidos contata uma queda na participação religiosa entre jovens católicos

Michael O’Loughlin
Revista “America”
18-08-2016 

Uma nova pesquisa confirma o que muitos já suspeitavam: os católicos nascidos nas décadas de 1980 e 1990 estão menos propensos a participar ativamente da vida paroquial e têm mais dúvidas sobre a existência de Deus em comparação com seus pares mais velhos. [Essa é a denominada geração “millennial”]

É o que diz um estudo publicado na semana passada pelo Centro de Pesquisa Aplicada no Apostolado, da Universidade de Georgetown, EUA, que revisitou uma pesquisa de 2008 descobrir as mudanças na maneira como os católicos de todas as idades praticam sua fé.

Em geral, houve poucas mudanças, com a frequência à missa, oração e fé em Deus mantendo-se estáveis, em grande devido à estabilidade dos católicos mais velhos na vida da Igreja.

Entre outras coisas, descobriu-se que:

a) menos de um quarto de todos os católicos americanos (22%) vão à missa semanalmente, com a maioria (57%) informado que vão à igreja “algumas vezes por ano ou menos ainda”;

b) cerca de três quartos (76%) dos católicos americanos rezam pelo menos uma vez por mês, e quase todos (96%) acreditam em Deus;

c) quanto à Bíblia, 61% dos católicos acreditam que as Escrituras são “a palavra inspirada de Deus”. (Curiosamente, 21% deles rompem com a Igreja quando se trata de fundamentalismo bíblico, com 21% dizendo acreditar que a Bíblia deve “ser tomada literalmente, palavra por palavra”);

d) durante a Quaresma, pouco menos da metade de todos os católicos americanos (46%) recebem as cinzas na Quarta-Feira de Cinzas, mas a maioria dos católicos (62%) não come carne às sextas-feiras. Cerca de quatro em cada 10 católicos diz que ou dá esmolas ou tenta mudar o comportamento durante a Quaresma;

e) a Confissão, ou o sacramento da Reconciliação, continua sendo amplamente impopular entre a maioria dos católicos, com 71% dizendo que ou vão se confessar menos de uma vez por ano ou nunca vão. Apenas 3% vão uma vez por mês ou mais.

Mas quando se trata dos jovens da geração “millennial”, as mudanças na forma como os fiéis católicos praticam os sacramentos são mais drásticas.

Tomemos a Quaresma, por exemplo.

1) Em 2008, metade de todos os católicos da geração “millennial” relatava receber as cinzas na Quarta-Feira de Cinzas. Hoje, esse número caiu para 41%.
2) O número de católicos “millennials” que jejuam durante a Quaresma caiu 10 pontos em 2008, indo para 36%, e
3) o índice dos que doam dinheiro ou tentam mudar um comportamento negativo caiu 18 pontos, indo para 28%.

Alguns hábitos católicos, no entanto, mostraram sucesso. Mais da metade (58%) dos católicos “millennials” ainda não comem carne durante as sextas-feiras de Quaresma, uma queda de apenas 3 pontos em comparação com 2008. Mas a geração dos católicos “millennials” espelham os seus pares não católicos, mostrando uma tendência de queda livre quando se trata de frequência a cerimônias religiosas, de oração e da fé em Deus. [Sem dúvida, o secularismo penetrou profundamente na cultura jovem, mas as igrejas também têm dificuldades em propor a fé em Cristo de modo compreensível e atraente a esta geração nascidas nos anos 1980-90]

Dois terços dos católicos “millennials” vão à missa “algumas vezes por ano ou menos ainda” em comparação com uma maioria (55%) dos fiéis pré-Vaticano II, que vão pelo menos uma vez por semana. Uma quantidade menor de “millennials” (25%) reza uma vez por dia ou mais em comparação com os que rezam apenas algumas vezes por ano ou menos (30%).

Os “millennials” estão mais propensos do que os católicos mais velhos a dizerem que às vezes (21%) ou frequentemente (10%) têm dúvidas sobre a existência de Deus, embora uma maioria (64%) diz acreditar em Deus sem nenhuma dúvida.

Parte dos motivos para este declínio na frequência à igreja entre a geração “millennial” poderia ser a educação. Pouco mais de um terço dessa geração (36%) diz estar inscrito em programas de educação religiosa, em comparação com os 50% ou mais entre os católicos mais velhos.

E apenas um em cada 10 católicos da geração “millennial” frequentou uma escola primária católica, em comparação com os 54% dos católicos nascidos nas décadas de 1940 e 1950. (Porém, observa o relatório, uma parcela de 12% dos católicos “millennials” frequentou uma faculdade ou universidade católica, o maior percentual entre todas as faixas etárias.) [No entanto, o fato de ter frequentado uma faculdade ou universidade católica não alterou muito a fé e a frequência desses jovens!]

O relatório descobriu também que a Igreja Católica nos EUA continua se diversificando, com cerca de um terço (34%) da Igreja americana sendo composta por membros hispânicos ou latinos, 6 pontos acima na comparação com 2008. E a Igreja continua a migrar do Nordeste e Centro-Oeste para o Sul e Oeste, onde vive atualmente mais da metade dos católicos americanos (55%).

Traduzido do inglês por Isaque Gomes Correa.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Terça-feira, 23 de agosto de 2016 – Internet: clique aqui.

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