«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Um país que não melhora a educação, só pode dar nisso!

Previsão inflada

Antero Greco

A realidade dos Jogos desmente cálculos otimistas do Comitê Olímpico Brasileiro em relação a conquista de medalhas 
Com bronze no Rio, a judoca MAYRA AGUIAR se torna primeira brasileira com duas medalhas olímpicas em esportes individuais: bronze em Londres 2012 e bronze no Rio 2016

Empresas fazem projeções de metas a alcançar – para tanto, armam-se de estudos e traçam estratégias para garantir sucesso. Com bases em cálculos e hipóteses, ponderam as perdas e os lucros, baseiam os investimentos, preveem o futuro. No esporte, não é muito diferente quando se trata de competições de alto nível. Atletas, times, clubes, federações têm estimativas a respeito de onde podem chegar.

O Comitê Olímpico Brasileiro seguiu a tendência e, antes da largada dos Jogos, distribuiu mensagens de otimismo. Em inúmeras entrevistas preparatórias, que serviram como tira-gosto para a festa do Rio, dirigentes da entidade despejaram previsões entusiasmantes. Na avaliação da cúpula, a tropa de mais de 460 atletas iria conquistar número de medalhas suficiente para colocar o País entre os 10 melhores na edição da qual é anfitrião – 25, contra 17 de Londres. Por ora, são 6 medalhas [28º lugar na classificação geral]. Está difícil, embora não impossível.

Passada a primeira metade, a realidade faz desinchar a empolgação. A prática desmentiu a boa cotação de muitos patrícios, que encerraram as participações sem nada. Não significa que sejam perdedores ou fracassados. Diversos avançaram no desempenho, em comparação com Olimpíadas anteriores, mostraram evolução e sentiram potencial para pódio no ciclo de 2020 em Tóquio.

Não à fracassomania, portanto. Tem gente de qualidade a honrar diversas modalidades por aí. Merece carinho, apoio e respeito. O problema está na ânsia da cartolagem de vender a ideia de potência de uma nação que, no dia a dia, despreza o esporte, a começar pelo desdém com que se trata, na escola, a disciplina de Educação Física, encarada como espécie de apêndice de lazer. [Corretíssimo! Além de nossas escolas estarem muito aquém do que seria necessário para formar pessoas preparadas para a vida, a Educação Física é muito marginalizada!]

Para provar a tese do crescimento esportivo como legado olímpico, e justificar a grana gasta, etc. e tal, fechou-se o foco em algumas categorias que tradicionalmente já nos garantem medalhas. Aposta no certo e vamos em frente. E, de quebra, se aproveitou para dar uma inflacionada em certas expectativas e aumentar a dose de chance onde se esperava uma atuação discreta.

Mesmo onde houve atenção especial, a colheita foi magra até o momento. O judô contribuiu com três medalhas, uma de cada cor. Mas eram esperados cinco pódios. A natação, há muito com patrocínio forte (e presidência “eterna” na Confederação), não colocou ninguém no alto. O atletismo pena diante de portentos internacionais.

Acima disso, há o maldito imponderável, o imprevisto que desdiz até estudos científicos. Sim, existem barbadas – havia chance de quase 100% de afirmar que Michael Phelps iria ostentar no peito mais um punhado de medalhas de ouro. Na mosca! O gigante norte-americano ganhou cinco. E, mesmo para ele, praticamente invencível, ocorreu a surpresa de uma reles prata.

Imagine, então, a margem de erros para nossos atletas, submetidos às vezes a pressão e cobrança desmedidas. A tentativa de transformá-los à força em semideuses leva da euforia e ufanismo ocos às críticas, quantas exageradas, como no caso de Joanna Maranhão, para citar exemplo ruidoso.

A maré baixa por pouco não varreu esperanças nacionais em alguns esportes coletivos. As moças do futebol chutaram um caminhão de pênaltis para avançar para as semifinais. Os rapazes do futebol toparam com sustos nas duas rodadas iniciais, antes de engrenarem e despacharem dinamarqueses e colombianos. Estão, portanto, na rota de medalhas, para não esculhambar de vez com as estimativas do COB. Assim como fizeram bonito rapazes da ginástica.

O basquete feminino foi para o espaço – e dele não se esperava grande coisa mesmo. Já o masculino está por um fio e define a vida nesta segunda-feira. Precisa bater a Nigéria e torcer por combinação de resultados nos outros jogos da chave.

Contas também são feitas pelo vôlei masculino, vejam só! A turma de Bernardinho tem obrigação de bater a França para não ser ultrapassada pelos Estados Unidos. Como nem tudo são sobressaltos, o vôlei feminino vai bem, obrigado, e com jeito de medalha.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Olimpíada 2016 – Segunda-feira, 15 de agosto de 2016 – Pág. H4 – Internet: clique aqui.

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