«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Ravasi e o multiculturalismo: melhor a interculturalidade

 Instituto HUMANITAS Unisinos - On-Line - Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=40687 - Acesso em: 16/02/2011


“O multiculturalismo faliu”, disse o premier inglês David Cameron, acionando um debate continental. Uma reflexão que na Igreja já iniciou há tempo, “o que devemos fazer é passar da multiculturalidade à interculturalidade, da coexistência de culturas que não se comunicam à experiência do diálogo. Outro dia tivemos, a respeito, uma reunião de cardeais em vista de um eventual documento”, explica o cardeal Gianfranco Ravasi (foto acima). Ele falou no dia 10-02-2011, no 35º encontro dos bispos amigos do movimento dos Focolari, que é pouco distante da residência estiva do Papa: “É preciso construir um confronto que não seja conflito, no qual os valores também sejam comunicados, mas sem perder a própria identidade: uma espécie de convivência cultural, muito delicada e complexa”.

A reportagem é de Gian Guido Vecchi e publicada pelo jornal Corriere della Sera, 11-02-2011.

A fé e a cultura laica, as diversas crenças

O cardeal Ravasi, dirigindo-se a uns setenta bispos do mundo, não esconde quanto seja árduo o processo educativo, “também para os nossos fiéis isso não é fácil”. O multiculturalismo “é um dado de fato desde a antiguidade”, mas hoje se tornou “emblemático nas cidades, onde se vêem copresenças de identidades culturais diversíssimas”, talvez “quase fundamentalismos que estão um ao lado do outro: com faíscas, conflitos”.
Disso resulta a necessária passagem ao modelo “intercultural” que se refere à relação com a própria identidade e a do outro: “O diálogo, como diz esta bela palavra grega, pressupõe o dia-logos e, portanto a relação com a própria identidade entre os dois logoi. O que significa que a interculturalidade não tem como meta a identificação, a construção de uma única sociedade globalizada”.

O grande biblista escolhe uma imagem musical: “A tentação multicultural era a do duelo: o mais forte consegue ocupar mais espaço. O que devemos criar com a interculturalidade é antes um dueto, que em música pode ser constituído por um baixo e um soprano. O que há de mais diverso destas duas vozes? E, para que haja harmonia, talvez seja necessário que o baixo cante em falsete e o soprano abaixe o tom?” Não, o essencial é “ter uma forte consciência da própria identidade, porque não se faz diálogo sem uma fisionomia, e é este o grande risco da Europa: como dizia Eliot, se o cristianismo se vai, se vai toda a nossa cultura, se vai nossa própria fisionomia”.

No entanto, é preciso resguardar-se de “uma dupla enfermidade”, adverte o cardeal: “De um lado o fundamentalismo, o excesso de identidade, a identidade agressiva, da espada, que também pode ser cristã; e do outro, o sincretismo cultural, a superficialidade, a banalidade, a estupidez, a amoralidade, uma generalidade incolor, insossa e inodora, a névoa cultural que hoje domina”. Eis a dificuldade: “Deves ter uma consciência forte dos teus valores e simultaneamente respeitar os dos outros. Saber escutar, sem por isso imitar...”.

O cardeal Ravasi, com o “Átrio dos gentios” solicitado por Bento XVI, iniciou um diálogo entre teologia e cultura laica que nos dias 24 e 25 de março o conduzirá a Paris: da Sorbonne à Unesco e à Academia. “É fatigoso, mas possível: o problema é o baixo nível, não o ateísmo culto, mas a indiferença...”

Em Castel Gandolfo estava também o cardeal Miloslav Vlk, que foi ordenado sacerdote durante a Primavera de Praga e constrangido pelo regime a trabalhar como lavador de vidraças. Ele evocou a experiência de perseguido, sua escolha de “abraçar a Cruz como Jesus”, em analogia a quanto acontece hoje, “a fé colocada às margens, a refutação dos valores cristãos”. No entanto, ele pôs em guarda contra veleidades cruzadas: “Talvez tenhamos uma fé muito débil, e então surge o medo. É preciso, ao invés, fazer a experiência do Evangelho e, com base nesta, testemunhar: os outros o sentem”.

2 comentários:

  1. Parabéns pelo blog. Anexei-o ao meu blog, por tanto, siga meu blog também: www.gustavopelais.blogspot.com . Obrigado!

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  2. Obrigado, caríssimo Gustavo!
    Serei, também, seguidor de seu blog.
    Obligado pelo convite.

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