«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

domingo, 29 de abril de 2012

Código Florestal: Aguardado o veto de Dilma


Nádia Pontes
Deustche Welle
26.04.2012

Mudanças na principal lei florestal brasileira opõem ruralistas e ambientalistas e expõem divisão na base aliada do governo. Ativistas pressionam para que Dilma vete o novo Código 
Câmara dos Deputados - Brasília (DF) - Votação do Código Florestal: 25/04/2012
O governo pensou que evitaria a polêmica e ganharia pelo voto. Mas não conseguiu. O texto do Código Florestal aprovado pelos deputados nesta quarta-feira (25/04) exclui a maioria dos pontos defendidos pela administração federal. Foi uma derrota por uma diferença de 90 votos, que escancarou uma divisão na base aliada do governo. Em tese, PT e PMDB deveriam garantir maioria à Dilma na Câmara dos Deputados.


Especialistas dizem que o resultado confirmou a inclinação pró-ruralista da Câmara dos Deputados. E aqueles que votaram com a presidente Dilma Rousseff contam agora com o veto presidencial ao projeto – Dilma, anfitriã da conferência que vai discutir o desenvolvimento sustentável do planeta, a Rio+20, já havia dito que se oporia a qualquer dispositivo que aumentasse o desmatamento.


Um dia depois da aprovação pelos deputados, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, admitiu que o resultado não era o esperado pelo governo e que Rousseff analisará com "serenidade" a possibilidade de barrar a lei. Sobre o impacto que o novo Código Florestal possa ter na Rio+20, Carvalho disse que "muito mais importante" seria o cuidado com a preservação e com o modelo de desenvolvimento sustentável que o país prega.


As mudanças na principal lei florestal brasileira opõem duas grandes frentes: a dos ruralistas e a dos ambientalistas, que trocam acusações e usam frases de impacto para impor suas visões. De um lado, organizações como o WWF e o Greenpeace anunciam "o início do fim das florestas". Do outro, o setor agropecuário festeja: o Congresso Nacional teria escolhido o caminho da produção agropecuária sustentável.


Perdão das dívidas e do desmate


Maria Cecilia Wey de Brito - WWF Brasil
Para os ambientalistas que acompanharam o caso e tentaram tornar o mais público possível o embate em Brasília, o sentimento é de tristeza. "Estamos tentando digerir o que aconteceu. Estamos nos preparando para ajudar a presidente Dilma a exercer poder de veto completo", afirmou Maria Cecilia Wey de Brito, secretária-geral do WWF no Brasil, à DW Brasil.


A acusação é que os deputados se renderam ao assédio da bancada ruralista. "Desde o início do processo, o Brasil esteve refém dos interesses do setor, que fez de tudo para incorporar suas demandas ao projeto de lei", acusa Paulo Adário, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace.


A ONG afirma que o Código concede anistia a desmatadores e abre brechas para mais devastação em florestas e matas nativas de todo o Brasil, incluindo a Floresta Amazônica. Isso porque as multas por crimes ambientais cometidas até 22 de julho de 2008 serão perdoadas, desde que o proprietário faça parte de um programa de regularização ambiental e cumpra os compromissos acertados. As exigências que esse programa fará ainda não foram definidas.


Além de ficarem livres da penalidade financeira, os proprietários em questão também não precisam recompor o que foi desmatado até 2008. O senador Ricardo Tripoli calcula que proprietários rurais que descumpriram a atual legislação devem multas no valor de 30 milhões de reais.


As atividades agrícolas e pecuárias em áreas de preservação permanentes já ocupadas até 22 de julho de 2008 ficam regularizadas. Como é difícil para as autoridades ambientais identificar se o desmatamento ocorreu antes ou depois dessa data, nada impede os proprietários de continuarem desmatando.


A única vitória do governo


Outro ponto importante do novo Código diz respeito à área de floresta nas margens de rios. Quem derrubou a mata nativa em margens de rios com até 10 metros de largura terá que recompor a vegetação em 15 metros. O espaço é considerado Área de Preservação Permanente (APP), protegida por sua importância ambiental. Essa foi a única exigência feita pelo governo mantida pelos deputados – antes da votação, os ruralistas rejeitavam qualquer obrigação de recuperação dessas áreas.


Ainda assim, houve protestos. A bancada ruralista diz que essa alteração vai reduzir a área produtiva do país, principalmente nas pequenas propriedades, causando um encolhimento de 33 milhões de hectares – 11 milhões deles seriam de pequenos produtores. Para os governistas, a agricultura familiar não enfrenta essa dificuldade alegada pelos ruralistas, e que esse discurso seria uma "falsa ilusão".


Para Maria Cecilia Wey de Brito, a mensagem para a sociedade brasileira é negativa. "Fica claro que os deputados acham aceitável que as pessoas que cometem ilegalidade sejam perdoadas. E quem sempre cumpriu a lei fica se achando injustiçado."


Para as florestas e recursos naturais do Brasil, o efeito deve ser nocivo, prevê MAria Cecilia. "Mais desmatamento, piora da qualidade e volume de água – daí sim, os produtores rurais vão sentir os efeitos negativos."


Fonte: Instituto Humanitas Unisinos - Notícias - Sexta-feira, 27 de abril de 2012 - Internet: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/508909-ambientalistas-aguardam-veto-de-dilma

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