«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

A missa que o Papa não quer


Sandro Magister
Chiesa
11.04.2012


É a missa segundo o rito do Caminho Neocatecumenal. 
Bento XVI ordenou à Congregação para a Doutrina da Fé que a examine a fundo. Sua condenação parece certa.

Com uma carta autografada ao cardeal William J. Levada, Bento XVI ordenou à Congregação para a Doutrina da Fé que examine se as missas neocatecumenais estão ou não conformes com a doutrina e a práxis litúrgica da Igreja católica.


Cardeal Stanislaw Rylko
Um “problema” que o Papa julga “de grande urgência” para toda a Igreja.


Há tempos que Bento XVI está preocupado com as modalidades particulares com as quais as comunidades do Caminho Neocatecumenal celebram suas missas, no sábado à noite, separados das celebrações da comunidade.


Sua preocupação aumentou também com a trama tecida às suas costas na cúria no inverno passado.


Aconteceu que o Pontifício Conselho para os Leigos, presidido pelo cardeal Stanislaw Rylko, havia preparado o texto de um decreto de aprovação global de todas as celebrações litúrgicas e extralitúrgicas do Caminho Neocatecumenal, que tinha que ser publicado no dia 20 de janeiro, por ocasião de um encontro previsto pelo Papa com o Caminho.


Cardeal Antonio Cañizares Llovera
O decreto havia sido redigido por indicação da Congregação para o Culto Divino, presidida pelo cardeal Antonio Cañizares Llovera. Os fundadores e líderes do Caminho, Francisco “Kiko” Argüello e Carmen Hernández, foram informados disso e adiantaram felizes aos seus seguidores a iminente aprovação.


Tudo sem o conhecimento do Papa


Bento XVI tomou conhecimento do texto do decreto poucos dias antes do encontro de 20 de janeiro. Teve acesso a um texto desconexo e equivocado. Ordenou que fosse anulado e que se voltasse a escrever outro seguindo suas indicações.


De fato, no dia 20 de janeiro, o decreto que tornou público se limitou a aprovar as cerimônias extralitúrgicas que marcam as etapas catequéticas do Caminho.
O Papa em seu discurso destacou que apenas estas haviam sido convalidadas, ao passo que sobre a missa deu aos necocatecumenais uma verdadeira e própria aula – quase um ultimatum – sobre como celebrá-la em plena fidelidade com as normas litúrgicas e em efetiva comunhão com a Igreja.


Arcebispo Rainer Maria Woelki
Nesses mesmos dias Bento XVI recebeu em audiência o arcebispo de Berlim, Rainer Maria Woelki, homem de sua confiança, a quem em breve faria cardeal. Woelki lhe falou, entre outras coisas, precisamente sobre as dificuldades que os neocatecumenais criavam em sua diocese, com suas missas em separado do sábado à noite, presididas por cerca de 30 sacerdotes.


O Papa pediu a Woelki que fizesse uma nota escrita sobre este assunto. No dia 31 de janeiro Woelki lhe enviou uma carta com informações mais detalhadas.
Dias depois, no dia 11 de fevereiro, o Papa enviou uma cópia desta carta à Congregação para a Doutrina da Fé, junto com seu pedido de examinar o quanto antes a questão, que “diz respeito não apenas à arquidiocese de Berlim”.


Segundo as indicações do Papa, a comissão examinadora presidida pela Congregação para a Doutrina da Fé teria que ter a colaboração de outros dois dicastérios vaticanos: a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, e o Pontifício Conselho para os Leigos.


Arcebispo Luis Francisco Ladaria Ferrer
E assim foi feito. No dia 26 de março, no Palácio do Santo Ofício, sob a presidência do secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, o arcebispo Luis Francisco Ladaria Ferrer, jesuíta, se reuniram para um primeiro exame da questão os secretários dos outros dois dicastérios – o arcebispo Augustine J. Di Noia, dominicano, Para o Culto Divino, e o bispo Josef Clemens, Para os Leigos – e quatro especialistas por eles designados. Um quinto especialista, ausente, dom Cassiano Folsom, prior do mosteiro de São Bento em Norcia [Itália], enviou sua opinião por escrito.


Os juízos expressos sobre as missas dos neocatemunais foram todos críticos. Muito severo foi também aquele que a própria Congregação para a Doutrina da Fé havia pedido, antes da reunião, ao teólogo e cardeal Karl J. Becker, jesuíta, professor emérito da Pontifícia Universidade Gregoriana e consultor do dicastério.


O dossiê preparado para a reunião pela Congregação para a Doutrina da Fé incluía a carta do papa de 11 de fevereiro, a carta do cardeal Woelki ao Papa no original alemão e em versão inglesa, o parecer do cardeal Becker e um guia para a discussão na qual se colocava em dúvida de forma explícita a conformidade com a doutrina e a práxis litúrgica da Igreja católica do art. 13 § 2 do estatuto dos neocatecumenais, esse com o qual eles justificam suas missas em separado dos sábados à noite.


Teólogo e Cardeal Karl J. Becker
Na realidade, o perigo temido por Bento XVI e muitos outros bispos – como resulta pelas numerosas denúncias que chegaram ao Vaticano – é que as modalidades particulares com que as comunidades neocatecumenais de todo o mundo celebram suas missas introduzam de fato na liturgia latina um novo “rito”, composto de forma artificial pelos fundadores do Caminho Neocatecumenal, alheio à tradição litúrgica, cheio de ambiguidades doutrinais e fator de divisão na comunidade dos fiéis.


O Papa confiou à comissão por ele desejada a tarefa de averiguar o fundamento destes temores, em vista das consequentes decisões.


Os juízos elaborados pela comissão serão examinados em uma próxima reunião plenária da Congregação para a Doutrina da Fé, na quarta-feira da segunda metade de abril.


Tradução do Cepat.


Fonte: Instituto Humanitas Unisinos - Notícias - Sexta-feira 13 de abril de 2012 - Internet: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/508428-a-missa-que-o-papa-nao-quer

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