«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

As dez empresas que mais lucram com as guerras

Dívida Soberana Global - ano 2010 e Gasto total em armamento - ano 2009
Marco Antonio Moreno
El Blog Salmón
11.09.2013

Desde 2002, as vendas aumentaram cerca de 60%, confirmando que elas estão longe de sofrer os impactos da crise financeira que tem sacudido o mundo

O Instituto de Investigação da Paz de Estocolmo (SIPRI) resume no seu anuário de 2013 as vendas mundiais de armas e serviços militares das cem maiores empresas de armamento e equipamento bélico para o ano de 2011. As vendas destas empresas atingiram 465
bilhões e 770 milhões de dólares em 2011, contra 411 bilhões em 2010, o que representa um aumento de 14%.

Desde 2002, as vendas dessas empresas aumentaram cerca de 60%, confirmando que elas estão longe de sofrer os impactos da crise financeira que tem sacudido o mundo.

Destas cem empresas que o anuário do SIPRI analisa, as dez primeiras tiveram vendas de 233 bilhões e 540 milhões de dólares, isto é, cerca de 50% do total alcançado pelas Top Cem. Nenhum setor econômico cresceu tanto como a indústria de armamento, o que dá conta de um entusiasmo sem lógica pelas guerras.

Já temos assinalado os perigos que envolvem o lucrativo negócio da guerra e o detalhado relatório do instituto sueco, confirmando as nossas suspeitas. Este instituto deveria pedir contas a essa Academia, também sueca, que outorga o Nobel da Paz, sobretudo por entregar o prêmio a alguém que valida o orwelliano mundo de que a guerra é a paz.

Um mundo demencial

Se há algo demencial e irracional no fato das fábricas de armamento terem mais lucros que qualquer outro setor industrial, também é de insanidade profunda que isso não seja informado publicamente. As fábricas de armamento, de origem privada, absorvem parte importante dos orçamentos públicos. Ou seja, é o contribuinte, uma vez mais, o principal financiador dos senhores da guerra.

Uma despesa que só com as cem primeiras chega a meio trilhão de dólares anuais. E agora que está na moda a tecnologia dos drones (aviões não tripulados) não é de estranhar que sete das dez primeiras empresas operem no espaço aéreo. Muito menos é de estranhar que destas cem empresas, 47 sejam dos Estados Unidos.

As empresas estadunidenses garantem cerca de 60% das vendas totais de armamento que essas top cem produzem. Daí a correlação entre a dívida pública e a despesa militar que estabelecemos para alguns anos, para compreender o problema da dívida pública dos Estados Unidos [veja quadro acima].

Estas são as dez primeiras empresas da lista no ranking 2011 (os dados entre parênteses correspondem ao ranking 2010):

(1) Lockheed Martin (EUA) Mísseis, eletrônica e espaço aéreo. Vendas de 36 bilhões e
270 milhões dólares em 2011. Lucros líquidos: 2 bilhões e 655 milhões de dólares. 123.000 empregados (132.000).

(2) Boeing (EUA) Aviões, eletrônica, mísseis, espaço aéreo. Vendas de 31 bilhões e 830 milhões de dólares. Lucros líquidos de 4 bilhões e 18 milhões de dólares. 171.700 empregados (160.500).

(3) BAE Systems (Reino Unido) Aviões, artilharia, mísseis, veículos militares, naves. Vendas de 29 bilhões e 150 milhões de dólares. Lucros líquidos de 2 bilhões e 349 milhões de dólares. 93.500 empregados (98.200).

(4) General Dynamics (EUA) Artilharia, eletrônica. Vendas de 23 bilhões e 760 milhões de dólares. Lucros líquidos de 2 bilhões e 526 milhões de dólares, 95.100 empregados (90.000).

(5) Raytheon (EUA) Mísseis, eletrônica. Vendas de 22 bilhões e 470 milhões de dólares. Lucros líquidos de 1 bilhão e 896 milhões de dólares. 71.00 empregados (72.400).

(6) Northrop Grumman (EUA) Aviões, eletrônica, mísseis, navios de guerra. Vendas de 21 bilhões e 390 milhões. Lucros líquidos de 2 bilhões e 118 milhões de dólares. 72.500 empregados (117.100).

(7) EADS (UE) Aviões, eletrônica, mísseis. Vendas de 16 bilhões e 390 milhões de dólares. Lucros líquidos de 1 bilhão e 442 milhões de dólares. 133.120 empregados (121.690).

(8) Finmeccanica (Itália) Aviões, veículos de artilharia, mísseis. Vendas de 14 bilhões e 560 milhões de dólares. Lucros líquidos de 902 milhões de dólares. 70.470 empregados (75.200).

(9) L-3 Communications (EUA) Eletrônica. Vendas de 12 bilhões e 520 milhões de dólares. Lucros líquidos de 956 milhões de dólares. 61.000 empregados (63.000).

(10) United Technologies (EUA) Aeronaves, eletrônica, motores. Vendas de 11 bilhões e 640 milhões de dólares. Lucros líquidos de 5 bilhões e 347 milhões de dólares. 199.900 empregados (208.220).

Esses números confirmam que a guerra é um dos melhores negócios para alguns países e que, inclusive, põe à prova as recessões e as crises financeiras. E, apesar de terem importantes lucros, também criam desemprego.

O grande problema é que precisam se alimentar diariamente com novas guerras, por isso há que as inventar. Que fariam essas empresas se houvesse paz? Por isso, todas as guerras baseiam-se no engano e na manipulação das massas, como as armas químicas de destruição em massa de Saddam Hussein, que há dez anos permitiram aos Estados Unidos invadir o Iraque, perante a complacência de todo o mundo. Repetirá outra vez?

Fonte: Brasil de Fato - Segunda-feira, 16 de setembro de 2013 - Internet: http://www.brasildefato.com.br/node/25920

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