«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 20 de março de 2018

A covardia das ofensas!

Padre é xingado ao citar Marielle Franco
durante missa em Ipanema

Fábio Grellet

Dois homens que ofenderam sacerdote foram retirados da igreja;
ele mencionou também Martin Luther King, Óscar Romero e Jesus
Pe. Mario de França Miranda - teólogo jesuíta brasileiro

O padre Mario de França Miranda, de 81 anos, foi interrompido e xingado por dois homens enquanto celebrava uma missa em uma igreja de Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro, na manhã deste domingo, 18, após citar a morte da vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL). Os dois foram retirados da igreja, e o sacerdote continuou a celebração. O caso não foi denunciado à Polícia Civil. O padre responsável pela paróquia lamentou o fato de nenhum fiel ter defendido Miranda.

O padre de 81 anos, que também é professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), estava celebrando a missa das 10h30 na Paróquia da Ressurreição, quando, durante a homilia, citou a vereadora assassinada na última quarta-feira, 14, no centro do Rio.

«Fiz a homilia normal, explicando um pouco o texto, e citei Martin Luther King, dom Óscar Romero e pessoas que estão tentando melhorar a sociedade, como Jesus também tentou melhorar e foi assassinado precocemente. O Evangelho fala que o grão cai na terra e dá frutos. Então, eu falei que frutos são esses. Mostrei que quando se mata uma pessoa parece que tudo termina, mas não. No caso de Jesus, ele influenciou toda a humanidade», contou o padre, em entrevista ao jornal O Globo. «E frutos também são aquelas pessoas que tentam seguir esse exemplo: que têm uma vida difícil, mas com sentido, e que causam muita paz por fazer o bem.»

Quando citou Marielle, dois homens começaram a gritar «Padre filho da puta» e outros xingamentos.

«Quando houve a reação dos dois homens tinha umas 500 pessoas na igreja e eu pensei: tenho que tocar a missa. Não ia ficar preso a um tumulto que lá no fundo da igreja apareceu. Duas pessoas revoltadas. Me xingaram de tudo. Depois nem quiseram me dizer os palavrões. Logo, eles foram retirados da igreja e eu consegui recolocar a missa em oração», afirmou à reportagem.

Ao final da missa, fiéis se solidarizaram com o padre e o parabenizaram pela homilia.
Fachada externa da igreja da Ressurreição - Ipanema - Rio de Janeiro (RJ)

O padre José Roberto Devellard, responsável pela Paróquia da Ressurreição, comentou o caso em texto postado no Facebook. Ele não presenciou o episódio, mas disse que o «sacerdote não falou de partidos nem de ideologias».

«No Evangelho de João 12, 20-33 ao entrar no Espírito da Semana Santa, os versículos 24 e 25 falam do grão de trigo, que ao morrer produz frutos. O sacerdote deu vários exemplos, entre tantos o da vereadora Marielle. A homilia foi interrompida por uma pessoa da assembleia, que não gostando usou palavras de baixo calão para ofender o sacerdote, profanando assim o templo», escreveu. «O padre Mário França é um dos melhores teólogos do Brasil. Foi membro da comissão de teólogos de todo o mundo. Recebeu o Prêmio Cardeal Ratzinger de teologia como bons serviços prestados à teologia. Uma preocupação assustou-me: ninguém foi capaz de levantar a voz na igreja para defender o sacerdote!» [...]

Companhia de Jesus do Brasil solidária com
Padre agredido no Rio de Janeiro

O Provincial dos Jesuítas do Brasil, Padre João Renato Eidt, SJ, publicou nota de solidariedade com o Padre Mário de França Miranda, jesuíta,  “diante da violenta agressão sofrida, neste domingo, dia 18 de março, no Rio de Janeiro.
Pe. João Renato Eidt - Provincial dos Jesuítas no Brasil

Eis a nota.

"Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos"
Jo 15,13

Em nome da Companhia de Jesus do Brasil, venho manifestar a solidariedade e o apoio ao Pe. Mário de França Miranda diante da violenta agressão sofrida, neste domingo, dia 18, quando presidia a celebração eucarística na paróquia da Ressurreição, no Rio de Janeiro (RJ).

Queremos ratificar nosso compromisso de sermos construtores de pontes, de abrirmos os espaços para o diálogo. Nesse sentido, estamos envoltos, também, na dor pela qual passa a população do Rio de Janeiro, especialmente as comunidades afetadas pela violência, que partem de todos os âmbitos. Desejamos que o povo do Rio possa, na escuta e meditação da Palavra de Deus, ser sinal da presença amorosa de Deus no mundo. Vivendo os valores do Reino do perdão e da fraternidade, além de estar compromissado com os desvalidos e desprezados da sociedade.

Acreditamos na não violência como postura cristã diante do ódio. Vivamos o amor misericordioso que a todos e a todas acolhe e tudo perdoa. Digamos não à intolerância.

Fontes: O Estado de S. Paulo – Brasil – Segunda-feira, 19 de março de 2018 – 18h54 (Horário de Brasília – DF) – Internet: clique aqui; Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Terça-feira, 20 de março de 2018 – Internet: clique aqui.

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