«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sábado, 14 de abril de 2018

Não sejamos ingênuos ! ! !

Privacidade de Zuckerberg vale mais do que a de
seus incautos usuários

Clóvis Rossi

O mundo inteiro, não apenas a América, está deixando de lado
o direito à intimidade
MARK ZUCKERBERG
Criador e principal acionista do Facebook é interrogado pelos Deputados e Senadores norte-americanos

O momento mais eloquente do depoimento de Mark Zuckerberg ao Congresso americano (terça-feira, 10) foi o seguinte diálogo entre ele e o senador democrata Dick Durbin.

Durbin: «Mr. Zuckerberg, o senhor se sentiria confortável em dividir conosco o nome do hotel em que se hospedou na noite passada?»

Zuckerberg (depois de uma pausa): «Hum..., não».

Seguiram-se risadas dos presentes até a nova pergunta de Durbin:

«Se o senhor enviou mensagens a alguém esta semana, o senhor compartilharia conosco os nomes das pessoas com as quais trocou mensagens?».

Zuckerberg: «Senador, não, eu provavelmente escolheria não tornar isso público aqui».

Moral da história, segundo Durbin: «Acho que é exatamente disso que se trata, de seu direito à privacidade, dos limites de seu direito à privacidade e quanto ele é deixado de lado na América moderna em nome de “conectar pessoas ao redor do mundo” [um dos slogans essenciais do Facebook de Zuckerberg]».

Se o senador tivesse dito que o mundo inteiro e não apenas a América está deixando de lado o direito à privacidade, estaria sendo ainda mais correto.
DICK DURBIN
Senador Democrata interrogando o criador do Facebook, Zuckerberg

O depoimento de Zuckerberg acaba sendo a aplicação prática do pré-histórico ditado que diz «faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço».

Ou, posto de outra forma: as redes sociais sabem muito bem quais hotéis seus usuários estão escolhendo, mas o criador da mais emblemática delas (o Facebook) não compartilha nem com senadores o nome do estabelecimento em que pernoita.

Acho que essa dualidade é que incomoda. Eu uso a internet para procurar hotéis para minhas ocasionais viagens. Imediatamente após a primeira busca, recebo uma porção de anúncios do hotel x ou y naquela cidade ou até em outras que jamais pensei em visitar.
É um jogo de mão dupla: abrir um pedaço (irrelevante, de resto) da minha privacidade em troca da facilidade de descobrir e reservar o hotel mais adequado às minhas necessidades.

O problema começa quando alguém ganha dinheiro — e muito dinheiro — ao avançar os limites do meu, do seu, do nosso direito à privacidade.

O problema fica ainda maior quando as empresas «mineradoras» de dados nas redes sociais os utilizam para personalizar a propaganda — política/eleitoral ou de outra natureza. Fica claro, pois, que é preciso de fato estabelecer regras, tal como Zuckerberg e os congressistas americanos concordaram em fazer.

Não há qualquer razão para que uma empresa de mídia, como o Facebook inegavelmente o é, não tenha que respeitar regras como o fazem as empresas tradicionais do ramo.

Fonte: Folha de S. Paulo – Colunistas – Quarta-feira, 11 de abril de 2018 – 12h26 (Horário de Brasília – DF) – Internet: clique aqui.

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