«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Monstruosidade de Donald Trump!

Raquel chora seus filhos e não quer ser consolada

Alfredo J. Gonçalves
Padre Scalabriniano

«Ouvem-se gemidos e pranto em Ramá: é Raquel que chora seus filhos,
e não quer ser consolada porque não existem mais» (Jr 31,15).
«Furioso, o rei Herodes mandou matar todos os meninos de Belém
e de todo o território ao redor, de dois anos para baixo» (Mt 2,16).
Família de imigrantes em centro de triagem da fronteira norte-americana com o México

Repete-se a fúria histórica e insana dos tiranos. Repete-se a indignação impotente dos súditos. Desta vez, porém, não se trata de tempos de guerra generalizada, e sim de paz. Como se o próprio progresso, desenvolvido pela tecnologia de ponta, tornasse mais empedernido o coração dos poderosos. De um lado, os pais com o coração sangrando, privados de seus filhos menores e obrigados a retornarem ao país de origem; de outro, o choro e o lamento das crianças, deixadas sós, enjauladas, e abandonadas a estranhos. Reduz-se a escombros uma esperança costurada duramente, lentamente e longamente – por toda a família.

Estamos na fronteira entre México e Estados Unidos, marcada pelo entrecruzar-se de sonhos e pesadelos. Prevalece a política da tolerância zero do governo Donald Trump contra os imigrantes sem a documentação em regra. No processo de triagem e de expatriação dos migrantes, famílias são separadas com implacável frieza e prepotência pelas autoridades da maior economia do mundo. Priva-se a criança da própria família: o melhor antídoto contra a enfermidae mental e emocional, bem como contra os descaminhos da vida.

Desnecessário lembrar que a política migratória dos Estados Unidos consiste numa extrema violação dos direitos humanos. Bem mais que isso: impede-se à criança o direito sagrado de conviver no interior da família na qual veio ao mundo, o que equivale a privar uma flor de crescer e desenvolver-se no próprio jardim.

As imagens são chocantes, parecem surreais, inverdadeiras, elaboradas para um exótico filme de ficção. Ficamos nos perguntando: serão resíduos macabros provindos das cinzas dos campos de concentração nazistas? Como se os menores emergissem e se levantassem do sono da morte para denunciar todo e qualquer tipo de tirania em nome da raça, do povo, da nação, da religião ou da ideologia! Tudo isso no berço mesmo onde surgiram os ideais da democracia, promovido pelos porta vozes do regime com pretensões de modernidade.
DONALD TRUMP
Presidente atual dos Estados Unidos da América

Não bastassem as guerras-frias com suas sombras e ameaças! No plural, porque à guerra-fria político-ideológica dos anos 1945-1970, segue-se a guerra-fria comercial de nossos dias. De passagem, qual das duas será mais letal em termos de vítimas humanas?! Combinados, o conflito comercial e o endurecimento da legislação migratória falam alto e grosso em nome de um nacionalismo que parecia morto e sepultado em plena era da economia mundial. Mas o fantasma do medo não da trégua: levanta-se com a força dos fracos, que é a vingança e a violência. Da mesma maneira que o rei Herodes, vê-se ameaçado e assustado por qualquer concorrente que cruze seu caminho de poder a arrogância. É urgente extirpá-lo pela raiz!

Os tiranos, porém, costumam ter telhado de vidro e pés de barro. A história se encarrega de reduzi-los a pedaços e a cinzas. O mais grave é que quando um império tomba sob a própria prepotência, sepulta consigo uma série de satélites que lhes são submetidos. As ruínas de um império varrem todo o território subordinado.

Fonte: e-mail do próprio autor – Quarta-feira, 20 de junho de 2018 – Roma (Itália).

Em apoio aos bispos norte-americanos,
Papa Francisco considera “imoral”
a política de separação familiar

Joshua J. McElwee
National Catholic Reporter
20-06-2018

Papa Francisco apoiou os bispos norte-americanos em suas críticas
à política do presidente Donald Trump de separar
as crianças migrantes de seus pais na fronteira mexicana
 
PAPA FRANCISCO
em visita a um campo de refugiados da República Centro Africana - 2017
Falando à agência de notícias Reuters sobre a política do governo Trump, o pontífice apenas ressaltou: «Eu estou do lado da conferência dos bispos».

«Não é fácil, mas o populismo não é a solução», disse o Papa.

Centenas de denominações religiosas e grupos nos Estados Unidos criticaram a política do governo Trump, que está direcionando a polícia da fronteira a separar as crianças migrantes de seus pais. Após elas cruzarem para os Estados Unidos, colocam os menores em centros de detenção.

O presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, Daniel DiNardo, disse em um comunicado no dia 13 de junho que, embora o país tenha o direito de proteger suas fronteiras, «separar os bebês de suas mães não é a resposta, além de ser imoral».

Francisco também falou na entrevista à respeito da chegada de migrantes na Itália, onde um novo governo populista se recusou a permitir o acesso aos portos de navios que resgatassem migrantes deixados no Mediterrâneo.

Um navio foi forçado a passar vários dias no mar até chegar à Espanha, onde desembarcaram mais de 600 migrantes.

«Eu acredito que você não pode rejeitar as pessoas que chegam», disse o Papa. «Você tem que recebê-los, ajudá-los e acompanhá-los. Depois ver onde colocá-los».

«Alguns governos estão trabalhando nisso. As pessoas precisam se estabelecer da melhor maneira possível, e criar psicose não é a cura», ressaltou. «O populismo não resolve as coisas. O que resolve as coisas é aceitação, estudo e prudência».
[...]

Traduzido do inglês por Victor D. Thiesen.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Quinta-feira, 21 de junho de 2018 – Internet: clique aqui.

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