«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Eleições, reta final

 A democracia não vive só de Presidente

 Frei Betto

Frade Dominicano brasileiro, escritor, teólogo, assessor de movimentos populares e CEB’s

FREI BETTO - autor de dezenas de livros e ativo militante dos movimentos sociais
 

Votemos no resgate da democracia, da dignidade e dos direitos do povo brasileiro

No próximo domingo, 2 de outubro, mais de 156 milhões de eleitores irão às urnas decidir quem deve ocupar na administração pública brasileira funções servidoras de deputado estadual, governador, deputado federal, senador e presidente da República. A maioria dos votantes, segundo pesquisas comprovam, já sabe em quem votar, sobretudo quanto aos cargos majoritários, governador e presidente da República. Será uma eleição de caráter plebiscitário, na qual o povo brasileiro decidirá se o governo deve continuar em mãos de quem:

* defende milicianos;

* protege a si próprio e familiares de investigações de corrupção;

* acoberta garimpo ilegal, incendiários e devastadores de florestas, invasores de territórios indígenas e comércio ilegal de armas;

* ignora crimes cometidos por forças policiais;

* despreza as mulheres, a ciência, o sofrimento das vítimas de Covid e seus familiares; e

* trata os adversários com ódio e escárnio.

Ou os eleitores darão preferência, sem medo de ser felizes, a quem:

* promoveu o Brasil à condição de nação soberana, livre das interferências do FMI, e foi capaz de reduzir significativamente a inflação e o desemprego;

* retirou o Brasil do Mapa da Fome (ao qual retornou em 2018);

* criou o Prouni e o sistema de cotas nas universidades;

* ampliou o número de escolas técnicas de nível superior;

* disseminou as Farmácias Populares;

* trouxe médicos cubanos para atender as populações mais carentes e distantes dos centros urbanos;

* valorizou a agricultura familiar;

* fortaleceu os programas sociais e reduziu a desigualdade social.

Por isso, Lula deixou seus 8 anos de governo com 87% de aprovação por parte da opinião pública brasileira. Ao votar para governador e presidente da República os eleitores devem estar atentos ao apoio parlamentar necessário para que seus candidatos, uma vez empossados, possam transformar em realidade suas promessas de campanha. Por isso é importante adequar a escolha dos nomes a cargos majoritários aos votos a quem deve ser eleito deputado estadual, deputado federal e senador.

MACHADO DE ASSIS - famoso escritor e crítico de literatura: viveu de 1839 a 1908

Machado de Assis, em sua primeira crônica na “Gazeta de Notícias”, em 1892, escreve sobre o pleito de 20 de abril daquele ano para preencher vaga no Senado após renúncia do general João Severiano da Fonseca. Eleito o republicano Aristides Lobo, que era deputado pelo Distrito Federal, Machado confessa: “Não entendendo eu de política, ignoro se a ausência de tão grande parte do eleitorado na eleição do dia 20 quer dizer descrença, como afirmam uns, ou abstenção como outros juram. A descrença é fenômeno alheio à vontade do eleitor; a abstenção é propósito.”

Machado, um sátiro inveterado, reafirma não entender de política em crônicas posteriores: “Não entendo de política, limito-me a ouvir as considerações alheias” (25 de fevereiro de 1894); “política, matéria estranha às minhas cogitações” (6 de janeiro de 1895); “Não há quem não conheça a minha desafeição à política e, por dedução, a profunda ignorância que tenho desta arte ou ciência” (7 de abril de 1895); “Nada entendendo de política nem de finanças” (8 de dezembro de 1895); “Não estranheis ver-me assim metido em política, matéria alheia à minha esfera de ação.” (7 de junho de 1896). No entanto, toda a obra de Machado de Assis está impregnada de política. Mesmo porque não há nada que não seja político, seja por omissão, seja por participação. O que o fundador da Academia Brasileira de Letras quis evitar é a acusação de partidarismo. E o bom voto não é necessariamente o que nasce de convicções partidárias. Há quem, filiado a partidos, se empenha na eleição de seus correligionários porque deseja que o programa partidário seja efetivamente aplicado. Mas há também os que, movidos por interesses nem sempre confessáveis, estão de olho em bons empregos e ter amigos agora transformados em políticos influentes.

Na crônica de 7 de agosto de 1892, em “Gazeta de Notícias”, Machado condena a abstenção ao comentar que, para eleger a vaga deixada por Aristides Lobo, o “eleitorado ficou em casa”. “Uns querem ver nisto indiferença pública, outros descrença, outros abstenção. No que todos estão de acordo, é que é um mal, e grande mal.”

A AMAZÔNIA BRASILEIRA ESTÁ SENDO INCENDIADA

Sim, abster-se ou anular o voto nesta eleição de 2022 é um grande mal, porque significa cruzar os braços diante da tragédia brasileira:

* com mais de 30 milhões de pessoas padecendo fome crônica;

* 10 milhões de desempregados;

* desmatamento na Amazônia ampliado em 21% neste ano, comparado a 2021, e deve chegar a 15 mil km² de floresta derrubada até o fim do ano;

* inflação de mais de 8% ao ano;

* aumento abusivo do preço dos alimentos; e

* milhares de famílias forçadas a ocupar as ruas por falta de moradia e renda. 

Votemos no resgate da democracia, da dignidade e dos direitos do povo brasileiro.

Votemos Lula, 13! 

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Terça-feira, 27 de setembro de 2022 – Internet: clique aqui (Acesso em: 29/09/2022 – às 10h00).

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