Eleições, reta final
A democracia não vive só de Presidente
Frade Dominicano brasileiro, escritor, teólogo, assessor de movimentos populares e CEB’s
FREI BETTO - autor de dezenas de livros e ativo militante dos movimentos sociais |
Votemos
no resgate da democracia, da dignidade e dos direitos do povo brasileiro
No próximo domingo, 2 de outubro, mais de 156 milhões de eleitores irão às urnas decidir quem deve ocupar na administração pública brasileira funções servidoras de deputado estadual, governador, deputado federal, senador e presidente da República. A maioria dos votantes, segundo pesquisas comprovam, já sabe em quem votar, sobretudo quanto aos cargos majoritários, governador e presidente da República. Será uma eleição de caráter plebiscitário, na qual o povo brasileiro decidirá se o governo deve continuar em mãos de quem:
* defende milicianos;
* protege a si próprio
e familiares de investigações de corrupção;
* acoberta garimpo
ilegal, incendiários e devastadores de florestas, invasores de territórios
indígenas e comércio ilegal de armas;
* ignora crimes
cometidos por forças policiais;
* despreza as
mulheres, a ciência, o sofrimento das vítimas de Covid e seus familiares; e
* trata os adversários
com ódio e escárnio.
Ou os eleitores darão preferência, sem medo de ser
felizes, a quem:
* promoveu o Brasil à
condição de nação soberana, livre das interferências do FMI, e foi capaz de
reduzir significativamente a inflação e o desemprego;
* retirou o Brasil do
Mapa da Fome (ao qual retornou em 2018);
* criou o Prouni e o
sistema de cotas nas universidades;
* ampliou o número de
escolas técnicas de nível superior;
* disseminou as
Farmácias Populares;
* trouxe médicos cubanos
para atender as populações mais carentes e distantes dos centros urbanos;
* valorizou a
agricultura familiar;
* fortaleceu os
programas sociais e reduziu a desigualdade social.
Por isso, Lula deixou seus 8 anos de governo com 87% de aprovação por parte da opinião pública brasileira. Ao votar para governador e presidente da República os eleitores devem estar atentos ao apoio parlamentar necessário para que seus candidatos, uma vez empossados, possam transformar em realidade suas promessas de campanha. Por isso é importante adequar a escolha dos nomes a cargos majoritários aos votos a quem deve ser eleito deputado estadual, deputado federal e senador.
MACHADO DE ASSIS - famoso escritor e crítico de literatura: viveu de 1839 a 1908 |
Machado de Assis, em sua
primeira crônica na “Gazeta de Notícias”, em 1892, escreve sobre o pleito de 20
de abril daquele ano para preencher vaga no Senado após renúncia do general
João Severiano da Fonseca. Eleito o republicano Aristides Lobo, que era
deputado pelo Distrito Federal, Machado confessa: “Não entendendo eu de
política, ignoro se a ausência de tão grande parte do eleitorado na eleição do
dia 20 quer dizer descrença, como afirmam uns, ou abstenção como outros juram. A
descrença é fenômeno alheio à vontade do eleitor; a abstenção é propósito.”
Machado, um sátiro inveterado, reafirma não entender de política
em crônicas posteriores: “Não entendo de política, limito-me a ouvir as
considerações alheias” (25 de fevereiro de 1894); “política, matéria estranha
às minhas cogitações” (6 de janeiro de 1895); “Não há quem não conheça a minha
desafeição à política e, por dedução, a profunda ignorância que tenho desta
arte ou ciência” (7 de abril de 1895); “Nada entendendo de política nem de
finanças” (8 de dezembro de 1895); “Não estranheis ver-me assim metido em
política, matéria alheia à minha esfera de ação.” (7 de junho de 1896). No
entanto, toda a obra de Machado de Assis está impregnada de política. Mesmo
porque não há nada que não seja político, seja por omissão, seja por
participação. O que o fundador da Academia Brasileira de Letras quis evitar
é a acusação de partidarismo. E o bom voto não é necessariamente o que
nasce de convicções partidárias. Há quem, filiado a partidos, se empenha na
eleição de seus correligionários porque deseja que o programa partidário seja
efetivamente aplicado. Mas há também os que, movidos por interesses nem sempre
confessáveis, estão de olho em bons empregos e ter amigos agora transformados
em políticos influentes.
Na crônica de 7 de agosto de 1892, em “Gazeta de Notícias”, Machado condena a abstenção ao comentar que, para eleger a vaga deixada por Aristides Lobo, o “eleitorado ficou em casa”. “Uns querem ver nisto indiferença pública, outros descrença, outros abstenção. No que todos estão de acordo, é que é um mal, e grande mal.”
A AMAZÔNIA BRASILEIRA ESTÁ SENDO INCENDIADA |
Sim, abster-se ou anular o voto nesta eleição de 2022 é
um grande mal, porque significa cruzar os braços diante da tragédia
brasileira:
* com mais de 30
milhões de pessoas padecendo fome crônica;
* 10 milhões de
desempregados;
* desmatamento na
Amazônia ampliado em 21% neste ano, comparado a 2021, e deve chegar a 15 mil
km² de floresta derrubada até o fim do ano;
* inflação de mais de
8% ao ano;
* aumento abusivo do
preço dos alimentos; e
* milhares de famílias forçadas a ocupar as ruas por falta de moradia e renda.
Votemos no resgate da democracia, da dignidade e dos
direitos do povo brasileiro.
Votemos Lula, 13!
Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Terça-feira, 27 de setembro de 2022 – Internet: clique aqui (Acesso em: 29/09/2022 – às 10h00).
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