«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Quanto mais burro, melhor

 Livro explica como a ignorância se tornou vantagem eleitoral

 Lúcia Guimarães

Jornalista – Nova York 

ANDY BOROWITZ e a foto da capa de seu último livro

Exemplos não faltam nos Estados Unidos e no Brasil

Quem pensava que América do Sul era o nome de um país?

Quem descreveu o continente africano como uma nação?

Quem disse que o aquecimento global era uma invenção da China para destruir a competitividade da indústria americana?

Foram três republicanos que tiveram o dedo no botão nuclear —pela ordem de asneira, Ronald Reagan, George W. Bush e Donald Trump

Todos os países têm sua história de políticos palermas que divertem. Mas chega um momento em que a gargalhada é interrompida pelo medo do estrago que os poderosos e estúpidos são capazes de fazer

Um livro lançado nesta semana nos Estados Unidos examina a evolução da atual safra de governantes asininos. O humorista Andy Borowitz é o autor de “Profiles in Ignorance, How America’s Politicians Got Dumb and Dumber” (tradução: Perfis em ignorância, como os políticos americanos se tornaram mais e mais estúpidos). O livro é um exame forense e 100% factual da versão recente da tradição anti-intelectual, um aspecto conhecido da história americana. 

RONALD REAGAN governou os Estados Unidos de 1981 a 1989

Borowitz acha que o pioneiro moderno do boçal estelar, há 50 anos, foi Reagan, o ator de filmes B cuja ignorância era tão gritante que sua campanha para governador da Califórnia, em 1966, contratou psicólogos de uma universidade para treiná-lo como um animal de laboratório. Acostumado a decorar falas em filmes, Reagan aprendeu a repetir o que seus instrutores escreviam em fichas e venceu a eleição por mais de 1 milhão de votos

O assessor de campanha responsável pelo banho de fatos em Reagan fracassou quando foi convocado a fazer o mesmo pelo então senador Dan Quayle, em 1984. A colunista texana Molly Ivins acompanhou Quayle em campanha e concluiu que o vice escolhido para a chapa de George Bush pai era mais estúpido do que parecia. “Se você implantar o cérebro de Dan Quayle numa abelha, ela começa a voar em marcha à ré”, declarou. 

Reagan e Quayle, escreve Borowitz, representam o primeiro de três estágios da incultura na política: o ridículo, um saudoso período em que líderes podiam ficar envergonhados por dizer besteira. 

GEORGE W. BUSH governou os Estados Unidos de 2001 a 2009

O segundo estágio —a aceitação— tem como patrono George W. Bush. Ele achava que sua idiotice era benigna e o aproximava do povão. Bush se orgulhava de revelar que não abrira um livro quando estudava na Universidade Yale. Em 2000, a campanha do republicano espalhou um slogan —"George Bush está concorrendo à Presidência, não a uma vaga em quiz show"— sugerindo que seu adversário, o relativamente pomposo ambientalista Al Gore era quem ficava em desvantagem por ser culto. 

Bush mostrou o poder do despreparo intelectual de provocar morte em massa. Dias depois de invadir o Iraque, ele recebeu uma delegação de iraquianos no Salão Oval e, pela primeira vez, ouviu falar que havia xiitas e sunitas* no país. Perplexo, exclamou: “E eu pensava que os iraquianos eram muçulmanos!”. 

JAIR BOLSONARO & DONALD TRUMP

O terceiro estágio da ignorância é a celebração, que assola tanto Washington quanto Brasília. Trump, conclui Borowitz, é profundamente ignorante, mas exibe, como o parvo capitão do Planalto, o que psicólogos chamam de “ilha de competência”: a capacidade de atrair a atenção proferindo estrumes verbais. No atual estágio, um doutorado em Harvard, como o exibido por trumpistas republicanos, não é impedimento para tentarem convencer eleitores a tomar remédio de cavalo para a Covid. 

O único antídoto para a nossa era de obscurantismo é votar

N O T A

* Os muçulmanos sunitas e xiitas compartilham as crenças e os artigos de fé islâmicos mais fundamentais e são os dois principais grupos dentro do ISLAMISMO. Contudo, eles possuem algumas distinções espirituais e políticas. Xiitas são um grupo muçulmano que acredita que Maomé deveria ser sucedido de forma hierárquica, por seu genro Ali. A etimologia do nome xiita provém de “Shiat Ali”, que significa “partido de Ali”. De fato, os xiitas defenderam que o verdadeiro sucessor de Maomé deveria ser Ali Bin Abi Talib, genro de Maomé. Para os xiitas os livros sagrados são o Alcorão e a Sharia (Lei Islâmica). Representam cerca 10% dos muçulmanos existentes no mundo. O Irã é o país mais representativo da presença dos xiitas. Sunitas são um grupo de muçulmanos que acredita que após Maomé, o novo representante deveria ser eleito pela comunidade de fiéis. A etimologia do nome sunita provém de “Ahl al-Sunnah”, que significa “pessoas da tradição”. O livro da Suna recolhe os ditos e preceitos deixados por Maomé. Os livros sagrados dos sunitas são o Alcorão, a Sharia e a Suna. Os sunitas representam 90% dos muçulmanos existentes atualmente. A Arábia Saudita é o país mais representativo da presença sunita. 

Fonte: Folha de S. Paulo – Mundo/Coluna – Quinta-feira, 15 de setembro de 2022 – Pág. A16 – Internet: clique aqui (Acesso em: 16/09/2022 – às 08h30).

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