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Mostrando postagens de 2016

Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus – Ano A – Homilia

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Evangelho: Lucas 2,16-21 Naquele tempo: 16 Os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido, deitado na manjedoura. 17 Tendo-o visto, contaram o que lhes fora dito sobre o menino. 18 E todos os que ou viram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam. 19 Quanto a Maria, guardava todos estes fatos e meditava sobre eles em seu coração. 20 Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito. 21 Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido. JOSÉ MARÍA CASTILLO & JOSÉ ANTONO PAGOLA O primeiro dia do ano civil, segundo o calendário ocidental, está dedicado pela Igreja à recordação e à veneração de Maria , a mãe de Jesus . Esta festa da “maternidade” , associada a “Deus”, é importante para a fé dos cristãos. E é, além disso, um bom ensinamento par...

Brasileiro cada vez mais conservador

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Conservador na medida José Roberto de Toledo O medo da violência é uma das principais motivações do conservadorismo no Brasil no século 21 O desenho acima mostra bem a hipocrisia e incoerência que se escondem por detrás de vários discursos e bandeiras de luta do conservadorismo O brasileiro é cada vez mais conservador. OK, a frase está ficando batida, mas ninguém tinha tentado medir o fenômeno. Até agora: o Ibope acaba de criar o Índice de Conservadorismo do brasileiro , apresentado em primeira mão ao leitor desta coluna. Os conservadores aumentaram entre os habitantes do [País] Patropi de todas as faixas etárias e de renda, em ambos os sexos, em todas as religiões e em quase todas as regiões e níveis educacionais . Baseado em cinco perguntas feitas à população, o Índice de Conservadorismo criado pelo Ibope acompanha as opiniões dos brasileiros sobre temas polêmicos e que costumam separar liberais de conservadores: 1) legalização do aborto, 2) casamento en...

Celebrar o quê?

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Crime no metrô mostra retrocesso no país que celebra a Lava Jato Leandro Colon É assustador como convivemos passivamente com a violência e a barbárie no Brasil À esquerda, foto do ambulante Luiz Carlos Ruas e à direita a cena em que dois primos acabam de assassiná-lo cruelmente numa estação de metrô de S. Paulo Há sinais de evolução em um país que coloca políticos corruptos na cadeia e de retrocesso, numa escala muito maior, em episódios como o que matou o ambulante Luiz Carlos Ruas . Não deixa de impressionar a forma com que convivemos com a barbárie . Protestamos por um tempo e, de certo modo, a vida segue. É tenebrosa a cena da morte de Ruas , a mais impactante da última semana de 2016. Caído no chão, ele recebe socos de um homem. Um primo do agressor pisa em sua cabeça. O homicídio ocorreu no dia de Natal numa estação de metrô de São Paulo e foi gravado pelas câmeras do local. Durante o ano que passou, muitos Ruas podem ter morrido de forma semelhan...

Uma das grandes lições de 2016

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A fome e a vontade de comer Editorial A Odebrecht não foi vítima, mas um dos pilares da corrupção O acordo de leniência que a Odebrecht e a Braskem fecharam com autoridades judiciais do Brasil, dos Estados Unidos e da Suíça revelou que a empreiteira e sua subsidiária do setor petroquímico pagaram cerca de US$ 788 milhões em propinas desde 2003 — ano em que o PT chegou à Presidência — para ganhar contratos de obras em 12 países. O valor e o alcance do esquema de corrupção envolvendo a Odebrecht, considerado pelos norte-americanos como o maior da história, denotam que não se tratava de algo acidental ou eventual . A compra de agentes públicos no Brasil e no exterior para obter contratos era, de fato, um método de administração rotineiro, que contava até mesmo com um departamento específico dentro da empresa para a realização dessas negociatas. “A Odebrecht e seus coconspiradores criaram uma estrutura secreta financeira que operou para contabilizar e desembolsar pag...

MINISSÉRIE IMPERDÍVEL!

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“Pode me chamar de Francisco” Fernanda P. Garcia É a América Latina no centro das grandes produções Cena com o ator que interpreta padre Jorge Mario Bergoglio na minissérie Pode me chamar de Francisco não é sobre a Igreja Católica, tão pouco é um testemunho de fé. A minissérie da Netflix é mais do que isso. Escrita e dirigida pelo italiano Daniele Luchetti , a produção mostra a juventude do Papa em Buenos Aires, quando ainda era conhecido por Jorge Mario Bergoglio, na década de 1960 e, ao contar a vida do padre, faz mais do que narrar seus passos desde o que ele chama de encontro com Cristo até a ascensão a líder maior da Igreja romana. A grata surpresa na produção da Netflix , é sua impetuosidade em mostrar ao mundo as chagas abertas das ditaduras latino-americanas, neste caso a da Argentina . Assim, a minissérie em quatro capítulos não procura isentar a Igreja por tantas vezes ter ficado do lado errado da História. Mas destaca a importância de escolher, ainda...

Vergonha: a omissão do Ocidente

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Alepo deixa lições sobre a omissão do Ocidente The Economist Quando os interesses prevalecem sobre os valores, as consequências podem ser atrozes Criança é socorrida após bombardeio que destruiu sua casa e matou sua família em Alepo. A tristeza, o trauma, o choque são tão intensos que a criança nem chora!!! Grozny, Dresden, Guernica: há cidades que fazem história com sua destruição. Alepo, que já foi o maior centro urbano da Síria, entrará para o grupo. Seu patrimônio histórico, que remonta ao século 12, foi reduzido a ruínas . Caças russos atacaram seus hospitais e escolas. Há mais de quatro anos, os habitantes da cidade são vítimas de mísseis, bombas, gás tóxico e fome. Ninguém sabe quantos dos milhares de civis ainda abrigados no último enclave árabe sunita de Alepo perecerão sob os escombros que até agora lhes serviram de escudo. A carnificina pôs por terra o princípio de que os inocentes devem ser poupados dos efeitos mais destrutivos da guerra. Em seu lugar...

Papa Francisco e seu discurso à Cúria Romana

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Francisco ataca a “resistência maliciosa, nascida das mentes distorcidas” Jesús Bastante “A reforma da Cúria não é uma cirurgia para retirar rugas. Não devemos temer rugas, mas manchas”   Se alguém queria respostas, aqui vão umas tantas. O Papa Francisco lançou na manhã do dia 22 de dezembro, quinta-feira passada, uma dura, duríssima condenação contra algumas “resistências maliciosas” que vêm de “mentes distorcidas” patrocinadas “pelo diabo” , durante seu discurso de Natal à Cúria Romana. Um discurso no qual Bergoglio aproveitou para reivindicar a tarefa realizada e para insistir em uma dúzia de “mandamentos” para continuar reformando a Igreja . Palavras que foram escutadas sob um silêncio impávido por parte dos responsáveis curiais, e que não passaram despercebidas aos quatro cardeais (que questionaram a exortação apostólica de Papa Francisco “ Amoris Laetitia ”), porém tampouco àqueles aos quais Francisco denominou como exemplos de “gatopardismo espiritu...