«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sábado, 31 de dezembro de 2016

Celebrar o quê?

Crime no metrô mostra retrocesso no país
que celebra a Lava Jato

Leandro Colon

É assustador como convivemos passivamente com a violência
e a barbárie no Brasil
À esquerda, foto do ambulante Luiz Carlos Ruas e à direita a cena em que dois primos
acabam de assassiná-lo cruelmente numa estação de metrô de S. Paulo

Há sinais de evolução em um país que coloca políticos corruptos na cadeia e de retrocesso, numa escala muito maior, em episódios como o que matou o ambulante Luiz Carlos Ruas.

Não deixa de impressionar a forma com que convivemos com a barbárie. Protestamos por um tempo e, de certo modo, a vida segue.

É tenebrosa a cena da morte de Ruas, a mais impactante da última semana de 2016. Caído no chão, ele recebe socos de um homem. Um primo do agressor pisa em sua cabeça.

O homicídio ocorreu no dia de Natal numa estação de metrô de São Paulo e foi gravado pelas câmeras do local. Durante o ano que passou, muitos Ruas podem ter morrido de forma semelhante, provavelmente sem registros de imagens.

A gravação feita no metrô choca pela crueldade e também pela ausência de segurança da estação e de solidariedade dos que assistiam ao espancamento — o vídeo ao menos facilitou a identificação e a prisão dos dois suspeitos dias depois.

A família do ambulante morto não tem o que comemorar na noite deste sábado (31 de dezembro), assim como os parentes de Jonathan Moreira Ferreira, Cesar Augusto Gomes Silva, Caíque Henrique Machado Silva, Robson Fernando Donato de Paula e Jones Ferreira Januário.

Os cinco moradores da periferia foram encontrados mortos em novembro, vítimas de uma chacina em Mogi das Cruzes. Só uma pessoa foi denunciada até agora pelo crime.

É um guarda-civil que confessou ter armado emboscada e negou envolvimento na morte dos jovens.

Um ex-governador do Rio, dois ex-ministros da Casa Civil e um ex-presidente da Câmara, todos figurões acusados na Lava Jato de integrar um esquema de corrupção, passarão a virada do ano numa cela.

Mas não faz muito sentido celebrar com efusão a punição de quem desvia verba pública se falhamos em proteger aqueles que deveriam ser os mais beneficiados por ela.

Fonte: Folha de S. Paulo – Colunistas – Sábado, 31 de dezembro de 2016 – 02h00 (Horário de Brasília - DF) – Internet: clique aqui.

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