«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

GRITO DOS EXCLUÍDOS: Estado a serviço da nação

D. Luiz Demétrio Valentini
Bispo de Jales - SP
D. Demétrio Valentini

Vai para quase vinte anos o Grito dos Excluídos. Lançado pela primeira vez em 1995, daí por diante compareceu, anualmente, por ocasião da Semana da Pátria, no seu dia mais emblemático, o Sete de Setembro

Neste ano não podia ser diferente. E com um apelo bem claro e consistente: “Queremos um Estado a serviço da Nação, que garanta direitos a toda a população”.
O Grito tem endereço certo, e proposta operativa. Trata-se do Estado, e de sua verdadeira finalidade. 

Diante de afirmação contundente e propositiva, convém de imediato uma explicação conceitual. Pois ao se falar de “estado” podemos estar supondo coisas diferentes, embora parecidas. 
A palavra “estado” pode ter uso exclusivo no singular, ou uso diverso no plural. No plural, por exemplo, nos referimos aos estados brasileiros, que na prática já são vinte e sete, cada um com seu nome.

Quando falamos de “Estado”, no singular, queremos nos reportar ao “aparato organizativo”, que é montado para servir de instrumento para regular os serviços públicos da sociedade onde vivemos. Referimo-nos, então, à maneira como é montado este aparato, que assume destinação política, se reveste de corporação jurídica, se estrutura para agir em favor de quem ele se coloca a serviço.

Vai daí que, então, o Estado se molda de acordo com aquilo que fazemos dele. E ele vai ficando do jeito como ele é conduzido, ou até do jeito como ele não é conduzido, mas deixado para que aja até contra os interesses de quem deveria mantê-lo dentro de suas finalidades verdadeiras. 

Estas breves observações nos motivam a conferir como anda o “Estado Brasileiro”, como ele foi pensado, como ele foi estruturado, a serviço de quem ele está atuando.
O questionamento sobre o Estado Brasileiro é lançado pelo Grito dos Excluídos, mas também é feito no âmbito mais vasto de uma nova “Semana Social” que a CNBB está incentivando.            
A proposta desafiadora é conferir “que Estado nós temos”, para ver “que Estado nós queremos”.

O Grito não perde tempo, e vai direto à sua postulação. Mas isto não deixa de exigir que se faça uma reflexão com mais tempo e profundidade, sobre este assunto que se mostra mais do que atual, pois ele é urgente. 
Para ir provocando a reflexão, daria para traçar o perfil aproximado do Estado Brasileiro. Suas pinceladas não são nada animadoras. Tanto mais nos sentimos provocados a construir “O Estado que queremos”.

[1º] Em primeiro lugar, olhando “O Estado que temos”, constatamos uma marca registrada persistente e arraigada. É um Estado “patrimonialista”. A palavra logo acena para o “patrimônio”, nos ajudando a perceber que o Estado privilegia o patrimônio como o valor maior que ele tem a promover e a defender. Mas aplicada esta palavra ao “Estado que nós temos” faz também pensar numa das distorções mais frequentes que acontece com o Estado, quando ele é manobrado para favorecer o patrimônio de quem ocupa as suas funções! 

[2º] O nosso Estado pode também ser chamado de “clientelista”, na medida em que ele se coloca a serviço, não de toda a população, mais de uma classe privilegiada.
E quando olhamos a maneira como os poderes de que se reveste um Estado para bem servir, se em vez de servir ele começa a ameaçar aqueles a quem ele deveria se destinar, o Estado assume o caráter autoritário.  Quando esta atitude equivocada assume ares absolutistas, o Estado vira suporte da ditadura.

[3º] Se é legítimo colocar o Estado a serviço do verdadeiro desenvolvimento, se ele o promove em detrimento da justiça social e ignorando os cuidados para a sua sustentabilidade, o Estado pode ser apelidado de “desenvolvimentista”.  

Partindo destas breves constatações, nos damos conta como precisamos, sempre de novo, conferir como deveríamos controlar o Estado, para que esteja de fato a serviço de toda a população! 

Fonte: Diocese de Jales - Artigos do Bispo - 05/09/2012 - Internet: http://www.diocesedejales.org.br/portal/content.php?catid=25&notid=2168
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Grito dos Excluídos chega à sua 18ª edição

Na próxima sexta-feira (7 de setembro), acontece a 18ª edição do Grito dos Excluídos, sob o lema “Queremos um Estado a serviço da nação, que garanta direitos a toda população”. 

Organizações e movimentos sociais realizarão uma série de atividades em todo o país. “O Estado tem o dever de dar à população brasileira o acesso ao sistema de saúde, à educação, terra, trabalho, transporte, moradia e lazer. No entanto, isso acontece de forma precária e, em alguns casos, não ocorre”, denunciam o movimentos sociais.

De acordo com informações da rede Jubileu Sul, no ano passado, o governo destinou 45,05% (R$708 bilhões) de seu orçamento para o pagamento da dívida pública, enquanto apenas 4,07% (R$63,93 bilhões) foram gastos com saúde, e 0,02% (R$314,2 milhões) com saneamento.

O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular dos trabalhadores do campo e da cidade que acontece tradicionalmente na semana da Pátria. A concentração principal ocorrerá em Aparecida, interior de São Paulo, às 9h20, em frente à Basílica. No entanto, em todo o país devem ser realizadas mobilizações. 



Confira abaixo a programação das atividades confirmadas 
até esta quarta-feira (5 de setembro):

Aparecida (SP)

Concentração no Porto Itaguaçu – Acolhida, animação e mística, às 6h
Saída da Caminhada do Porto até a Basílica, às 7h30
18º Grito dos Excluídos em frente à Basílica - Pátio João Paulo II, às 9h20
Entrada para o Santuário, às 10h
Celebração da 25ª Romaria, na Basílica, às 10h30

Campinas (SP)

Concentração no Largo do Pará, no centro
Às 9h30

Goiânia (GO)

Concentração em frente à Assembleia Legislativa de Goiás, na  Alameda dos Buritis, 231 
Às 8h

Manaus (AM)

Concentração na avenida Constantino Neri, em frente ao Parque dos Bilhares
Às 16h

Rio de Janeiro (RJ)

Concentração na esquina das avenidas Presidente Vargas e Uruguaiana, no centro da capital carioca
Às 9h

São Paulo (SP)

Missa às 8h na Catedral da Sé
Concentração às 9h30 na Praça da Sé
Caminhada até o Parque da Independência, às 10h
Ato do Grito dos Excluídos, às 12h
Teatro do Grito: Um de nós sobreviverá, às 13h

Concentração na Praça Osvaldo Cruz, às 9h
Será realizada uma caminhada da avenida Brigadeiro Luiz Antônio até o Monumento das Bandeiras, no Parque do Ibirapuera
Realização: Central de Movimentos Populares (CMP) 

Vitória (ES)

Concentração no bairro Jesus de Nazaré, às 8h
Depois uma passeata deve seguir até a Assembleia Legislativa, no centro da capital capixaba

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos - Notícias - Quinta-feira, 6 de setembro de 2012 - Internet: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/513244-sob-o-lema-um-estado-a-servico-da-nacao-grito-dos-excluidos-chega-a-sua-18o-edicao

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