«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Atenção, perigo!

 O enigma de Manaus

 Hélio Schwartsman

Jornalista – São Paulo (SP) 

Quanto mais tempo para reduzir a circulação do vírus, maiores as chances de mutações. Por isso: VACINA JÁ e PREVENÇÃO JÁ

Pessoas se desesperam, em Manaus (AM), diante da falta de oxigênio e vagas em UTI

As cenas de horror em Manaus camuflam um enigma que deveria preocupar a todos. A cidade já havia sido uma das mais atingidas na primeira onda. Um trabalho publicado na [revista] Science em dezembro estimara, a partir da prevalência de anticorpos entre doadores de sangue, que até outubro 76% da população local já havia sido infectada pelo Sars-CoV-2, um limiar que, se não assegurava a tal da imunidade coletiva, estaria bem perto de fazê-lo. 

Isso não impediu os manauaras de enfrentar uma segunda onda tão ou mais avassaladora do que a primeira. Surgem aqui várias hipóteses, nenhuma tranquilizadora.

(1) Uma possibilidade é que infecções assintomáticas ou muito brandas não bastem para conferir imunidade ou, pelo menos, não uma imunidade muito duradoura. Isso quase certamente é parte da resposta. Seria interessante tentar descobrir, numa amostra populacional estratificada, quantos receberam um segundo diagnóstico de Covid-19. 

Espera-se que as vacinas proporcionem uma imunidade mais longa do que a infecção natural, mas isso ainda está por ser provado em experimentos de mundo real. 

(2) A mais aterradora das hipóteses é a de que a principal explicação para a segunda onda esteja nas mutações que o vírus sofreu em Manaus e que o tornariam mais infeccioso. Mesmo que a variante não seja em si mais letal, mais doentes acorrendo a hospitais superlotados já significam mais mortes, e não só por Covid-19. 

(3) Ainda mais inquietante, há indícios de que as vacinas, embora funcionem contra novas variantes do Sars-CoV-2 semelhantes à manauara, têm sua eficácia reduzida. A perspectiva aqui é a de que tenhamos de estar sempre produzindo novos imunizantes para acompanhar a evolução do vírus, mais ou menos como fazemos com a gripe. 

E, para agravar um pouco mais as coisas, quanto mais tempo o mundo levar para reduzir a circulação do vírus, maiores são as chances de ele sofrer mutações. Darwin é implacável. 

Fonte: Folha de S. Paulo – Opinião / Colunas e Blogs – Quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021 – Pág. A2 – Internet: clique aqui (acesso em: 03/02/2021).

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