Você precisa ficar por dentro
Fraternidade e Diálogo: conheça a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021
Pe. Telmo José Amaral de Figueiredo
Em
um mundo, cada vez mais intolerante e dividido, o diálogo e a fraternidade se
fazem mais que necessários!
O texto-base foi elaborado
com o intuito de demonstrar que o diálogo é o nosso melhor testemunho.
Dessa maneira, destaca que Jesus nos ensina a seguir pelo caminho da unidade
na diversidade.
Em um mundo marcado por casos de intolerância em diversos aspectos, certamente essa é uma mensagem mais que necessária.
Objetivo da campanha
A campanha tem a finalidade
de...
... “convidar comunidades de fé e pessoas de boa vontade para pensar,
avaliar e identificar caminhos para a superação das
polarizações e das violências que marcam o mundo atual”.
O cartaz (veja a foto abaixo) faz referência ao formato de uma ciranda. Ou seja, todos juntos, de mãos dadas, mantendo a mesma direção. Nesse sentido, não há primeiro ou último lugar, mas sim uma unidade.
Hino da CFE 2021
Em seguida, assista ao vídeo
com a música oficial da CFE 2021. Ela remete ao significado mais profundo da
paz, em consequência da unidade entre os seres humanos:
Clique sobre a imagem, abaixo, para assistir ao Hino da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021:
Histórico da Campanha da Fraternidade Ecumênica
A Campanha da Fraternidade
Ecumênica (CFE) reúne diversas denominações cristãs:
* Aliança de Batistas do Brasil – ABB,
* Igreja Católica Apostólica Romana – ICAR,
* Igreja Episcopal Anglicana do Brasil – IEAB,
* Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil –
IECLB,
* Igreja Presbiteriana Unida – IPU,
* Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia – ISOA.
É realizada a cada cinco anos, em média,
a fim de chamar a atenção para uma questão que aflige a sociedade. Bem como
para promover reflexões e ações colaborativas em prol de soluções.
Confira os assuntos abordados nas edições anteriores:
CFE
2000 – Tema: “Dignidade
humana e paz”. Lema: “Novo milênio sem exclusões”.
CFE
2005 – Tema: “Solidariedade
e paz”. Lema: “Felizes os que promovem a paz”.
CFE
2010 – Tema: “Economia
e Vida”. Lema: “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”.
CFE
2016 – Tema: “Casa
Comum, nossa responsabilidade” (tratou do meio ambiente e saneamento
básico). Lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça
qual riacho que não seca”.
Sem dúvida, cada campanha tem um grande potencial de contribuição com a transformação de realidades. Por isso, toda participação é bem-vinda.
Compreendendo melhor o tema desta CFE 2021:
Assistindo a estes três
breves vídeos, abaixo, você se inteirará melhor do que trata a Campanha
da Fraternidade Ecumênica deste ano. Os vídeos buscam sintetizar e tornar claro
o importante tema da CFE 2021.
Para assistir aos vídeos, basta
clicar sobre cada uma das seguintes imagens:
Polêmica entorno da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021
“A Campanha da Fraternidade é uma grande iniciativa da Igreja no
Brasil, é uma campanha de evangelização popular. Durante a Quaresma, sempre
se recorda um aspecto da dimensão social da nossa fé. A fé em Deus tem
sempre a dimensão social, ou seja, da caridade e da fraternidade. Sem a
fraternidade, nossa fé em Deus pode estar sendo vazia. Isso não sou eu quem
digo, é São João quem diz”.
Assim o arcebispo de São Paulo (SP), cardeal Odilo Pedro Scherer iniciou sua resposta à pergunta de uma internauta sobre as recentes polêmicas sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021, durante o programa Diálogos de Fé, da Rádio 9 de Julho, no domingo, 7 de fevereiro.
Dom Odilo explicou que a Campanha da Fraternidade se insere dentro da Quaresma “quando todos nós somos chamados a nos convertermos mais e mais ao Evangelho”. Neste ano, a Campanha tem como tema “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor” e lema “Cristo é a nossa paz, do que era dividido, fez uma unidade”.
A temática do diálogo e da unidade é proposta na quinta edição da Campanha da Fraternidade Ecumênica, promovida pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic). Recordando o processo de preparação da iniciativa, que normalmente é conduzido pelo Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Odilo explicou que, na Campanha Ecumênica, esse processo é conduzido pelo Conic. “A Campanha deste ano é promovida de forma ecumênica e o texto-base não foi preparado pela CNBB. Foi preparado pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), do qual também faz parte a Igreja Católica no Brasil. Ele dá a reflexão básica sobre o tema”, destacou.
Antiecumênica
e ideológica
Dom Odilo acredita que a polêmica nas redes sociais em relação ao texto-base “precisa baixar um pouco a fervura”. Tal mobilização, segundo o cardeal, “está movida por um monte de preconceitos, é antiecumênica, está movida por paixão antiecumênica, por outro lado, movida por acusações infundadas contra a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil”.
É uma polêmica marcada por polarização ideológica, segundo dom Odilo:
“Acusa de ideologia de um lado, mas comete o mesmo erro, de
posição ideológica oposta, dura, fechada. Tudo o que não precisa numa
Campanha da Fraternidade Ecumênica, quando o objetivo é realmente aproximar as
Igrejas, é promover uma iniciativa boa, juntos, nos aproximar mais”.
O foco: Cristo é a nossa paz
A crítica faz perder o foco da Campanha, que pretende ensinar o valor do ensinamento bíblico de que “Cristo é a nossa paz”. “Essa crítica que está fazendo da Campanha da Fraternidade fica lá comentando umas frases e esqueceu o foco. Cristo é a nossa paz. Eu admito que no texto-base há posições que podem ser criticadas, que podem ser não compartilhadas, eu posso fazer também as minhas observações sobre questões que talvez eu não diria desse modo, mas, pelo amor de Deus, o foco é outro”, ponderou dom Odilo.
“Não esqueça o tema, não esqueça o lema. Não é quem escreveu a Campanha da Fraternidade que deve ficar no centro da Campanha da Fraternidade. Quem escreveu o texto-base da Campanha, que talvez eu não esteja de acordo com uma série de questões, não é isso que deve se tornar o centro da Campanha da Fraternidade. No fundo, no fundo, será que essa polêmica toda tem a finalidade de querer enterrar a Campanha da Fraternidade? Será?”, questionou.
Convite
Ao final, o cardeal Odilo Scherer convidou a todos para se preparar para fazer a Campanha da Fraternidade: “esqueçamos um pouco essa polêmica, pelo amor de Deus. O que tiver que ser criticado, vamos criticar com serenidade, mas jogar essa polêmica antes mesmo de iniciar a Campanha da Fraternidade dessa forma, não tem cabimento, não é de caridade na relação com a Igreja e falta com a verdade também”.
Assista ao vídeo com a íntegra do pronunciamento do cardeal Odilo Pedro Scherer, clicando sobre a imagem abaixo:
Fonte: Diocese de São José dos Campos – Segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021 – Internet: clique aqui (acesso em: 17/02/2021).
O que há atrás das críticas à Campanha da Fraternidade
Eu lhe convido, também, a assistir ao vídeo do padre Leonardo Dall Osto, da Diocese de Caxias do Sul (RS), que explica o tipo de ideologia, de equívoco que se esconde por detrás das críticas à Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021.
Infelizmente, há muita
gente querendo ser mais papista que o Papa, mais cristão que Jesus Cristo e
aferra-se, agarra-se a aspectos que não são essenciais para criticar uma das
maiores e mais bem sucedidas campanhas promovidas pela Igreja Católica em todo
o mundo, ou seja, a nossa Campanha da Fraternidade!
Não dê ouvidos, querido(a)
irmão(ã) a esse tipo de polêmica!
Assista, insisto, ao vídeo de nosso colega padre Leonardo, clicando sobre a imagem abaixo:
Um assunto que, muitas vezes, passa despercebido para muitos cristãos católicos, é a questão da destinação dos recursos coletados durante a Quaresma e a Campanha da Fraternidade. Afinal, o que a Igreja faz com o dinheiro arrecadado na tradicional Coleta da Campanha da Fraternidade, normalmente realizada no Domingo de Ramos, o último antes da Páscoa.
Para que você tenha mais clareza sobre esse importante assunto, convido-lhe a assistir ao vídeo elaborado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Para isso, basta clicar sobre a imagem abaixo:
Finalizando...
Mensagem do Papa
Francisco por ocasião da Campanha da Fraternidade 2021
Queridos irmãos e irmãs do Brasil!
Com o início da Quaresma, somos convidados a um tempo de intensa reflexão e revisão de nossas vidas. O Senhor Jesus, que nos convida a caminhar com Ele pelo deserto rumo à vitória pascal sobre o pecado e a morte, faz-se peregrino conosco também nestes tempos de pandemia. Ele nos convoca e convida a orar pelos que morreram, a bendizer pelo serviço abnegado de tantos profissionais da saúde e a estimular a solidariedade entre as pessoas de boa vontade. Convoca-nos a cuidarmos de nós mesmos, de nossa saúde, e a nos preocuparmos uns pelos outros, como nos ensina na parábola do Bom Samaritano (cf. Lc 10,25-37). Precisamos vencer a pandemia e nós o faremos à medida em que formos capazes de superar as divisões e nos unirmos em torno da vida. Como indiquei na recente Encíclica Fratelli tutti, «passada a crise sanitária, a pior reação seria cair ainda mais num consumismo febril e em novas formas de autoproteção egoísta» (n. 35). Para que isso não ocorra, a Quaresma nos é de grande auxílio, pois nos chama à conversão através da oração, do jejum e da esmola.
Como é tradição há várias décadas, a Igreja no Brasil promove a Campanha da Fraternidade, como um auxílio concreto para a vivência deste tempo de preparação para a Páscoa. Neste ano de 2021, com o tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”, os fiéis são convidados a «sentar-se a escutar o outro» e, assim, superar os obstáculos de um mundo que é muitas vezes «um mundo surdo». De fato, quando nos dispomos ao diálogo, estabelecemos «um paradigma de atitude receptiva, de quem supera o narcisismo e acolhe o outro» (Ibidem, n. 48). E, na base desta renovada cultura do diálogo está Jesus que, como ensina o lema da Campanha deste ano, «é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade» (Ef 2,14).
Por outro lado, ao promover o diálogo como compromisso de amor, a Campanha da Fraternidade lembra que são os cristãos os primeiros a ter que dar exemplo, começando pela prática do diálogo ecumênico. Certos de que «devemos sempre lembrar-nos de que somos peregrinos, e peregrinamos juntos», no diálogo ecumênico podemos verdadeiramente «abrir o coração ao companheiro de estrada sem medos nem desconfianças, e olhar primariamente para o que procuramos: a paz no rosto do único Deus» (Exort. Apost. Evangelii gaudium, n. 244). É, pois, motivo de esperança, o fato de que este ano, pela quinta vez, a Campanha da Fraternidade seja realizada com as Igrejas que fazem parte do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC).
Desse modo, os cristãos brasileiros, na fidelidade ao único Senhor Jesus que nos deixou o mandamento de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou (cf. Jo 13,34) e partindo «do reconhecimento do valor de cada pessoa humana como criatura chamada a ser filho ou filha de Deus, oferecem uma preciosa contribuição para a construção da fraternidade e a defesa da justiça na sociedade» (Carta Enc. Fratelli tutti, n. 271). A fecundidade do nosso testemunho dependerá também de nossa capacidade de dialogar, encontrar pontos de união e os traduzir em ações em favor da vida, de modo especial, a vida dos mais vulneráveis. Desejando a graça de uma frutuosa Campanha da Fraternidade Ecumênica, envio a todos e cada um a Bênção Apostólica, pedindo que nunca deixem de rezar por mim.
Roma, São João de Latrão, 17 de fevereiro de 2021.
[Franciscus PP.]
Assista ao vídeo com a Mensagem do Papa, transcrita acima, em sua íntegra, traduzida ao português. Clique sobre a imagem abaixo:
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