«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sábado, 23 de abril de 2011

Filme manda Papa para o divã. E o Vaticano aprova


Um Papa deprimido que não se considera à altura da missão que lhe foi dada busca um psicanalista. E o encontra: é nada menos do que o célebre Nanni Moretti (foto acima) um dos diretores mais importantes do cinema europeu e grande personagem crítico da "esquerda" italiana.

A reportagem é de Julio Algañaraz, publicada no jornal Clarín [Buenos Aires, Argentina], 25-11-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Também como ator, Nanni ouvirá as angústias do Pontífice na ficção do filme que irá começar a ser filmado e que irá se chamar "Habemus Papam", a fórmula que um cardeal proclama da sacada da Basílica de São Pedro quando anuncia, com a multidão reunida na praça, que um novo pontífice foi eleito.

A surpresa é que a cúpula da Cúria Romana não é hostil ao projeto de Nanni, considerado detentor de um caráter difícil.

No sábado [em novembro de 2009], viu-se Moretti na Capela Sistina diante do Papa verdadeiro, Bento XVI, que o havia convidado, junto com 260 artistas italianos. O Papa lhes dirigiu um discurso de grande envergadura intelectual sobre a fé, a cultura e o gênio artístico. O superinteligente e aberto Dom Gianfranco Ravasi, promovido a "ministro" da Cultura do Papa e, portanto, iminente cardeal, entregou uma medalha do pontificado a um sorridente Moretti. Foi o artista com o qual ele mais conversou. "Nos últimos tempos, vimos-nos várias vezes: ele me deu o roteiro do filme para ler", disse o arcebispo. "A sua ideia é interessante, porque não se detém na questão do poder, mas busca uma visão psicológica", revelou.

"Pelo que eu li, não é uma provocação, mas claro que será preciso ver o filme. Não é uma polêmica sobre o suposto poder do novo Papa. A crise pessoal nasce do esplendor, da grandeza do dever que lhe deram. Tanto é assim que, no final, o Papa pede que rezem por ele". Depois, Dom Ravasi fez um anúncio importante. Pela primeira vez, a Igreja estará presente na Bienal de Veneza a partir do ano que vem, com seu próprio pavilhão.

Sabe-se pouco sobre o filme "Habemus papam". Há poucos dias, volantes foram distribuídos no centro de Roma pedindo idosos entre 65 e 85 anos de idade, de todas as nacionalidades. Latino-americanos, asiáticos, africanos: deles, sairão os cardeais eleitores reunidos na Capela Sistina no Conclave, que elege o novo Papa. Não se sabe quem será o eleito para interpretar o Pontífice. Talvez, ele sairá do grupo dos cardeais, talvez não. Também buscam-se pessoas para que representem os fiéis. Pessoas mais jovens.

Nanni Moretti ganhou vários festivais com seus melhores filmes. Alguns acreditam que se "Habemus Papam" terminar a tempo, terá assegurado o Festival de Cannes ou o de Veneza.

Nanni é um homem de esquerda, mas muito crítico com a esquerda italiana. E acusa: "Uma classe política que permitiu o que acontece (com Berlusconi) não é séria. E não é sério um país que permite tudo isso".

Segundo a revista Familia Cristiana, o autor de "Querido Diario" sabe equilibrar "sua veia polêmica e irônica com a verdade dos sentimentos". Talvez o Vaticano espera que essa fórmula expressa o gênio de Moretti em "Habemus Papam".

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos - On-Line - Dia 26/11/2009 - Internet: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=27846

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Vaticanista sugere a Bento XVI assistir ao filme "Habemus Papam"


Bento XVI deveria ver Habemus Papam, o filme "genial" de Nanni Moretti sobre um papa confrontado à depressão, após ter sido eleito, estima Marco Politi, vaticanista do jornal italiano Il Fatto.

A entrevista é da AFP, 14-04-2011.

Eis a entrevista.

Qual é sua opinião sobre o filme de Nanni Moretti?

É um filme genial. É uma pesquisa sobre o sentido do poder, da solidão, sobre a necessidade de afeição. Um grande filme com um Michel Piccoli soberbo. O sedutor, que conhecíamos durante tantas décadas, está irreconhecível; mas deixa entrever sua capacidade de interpretar, o trabalho de ator e a sede de vida que marcaram Michel Piccoli, tanto como sedutor quanto, agora, como papa.

Quais são os elementos interessantes do filme sobre a Igreja contemporânea?

Acho interessante que o elemento feminino apareça de forma recorrente no filme. Ao mesmo tempo, Moretti se faz intérprete de uma busca da sociedade que pede uma Igreja capaz de amor e de compreensão e que esteja em contato com todos. Por causa disso, então, acho que o secretário do papa deveria levar para ele o videocassete e fazê-lo ver, porque é estimulante.

Como o filme será acolhido no Vaticano segundo o senhor?

Este filme exprime um grande respeito pela Igreja. Diria mesmo que, no fundo, é fruto dos 27 anos de pontificado de João Paulo II, que conseguiu tornar de novo a Igreja interessante para milhões de pessoas, inclusive para os não crentes. "Interessante" significa também poder discutir, debater. A Igreja não ficou mais à margem, mas foi levada ao centro da cena.

Por sua vez, Bento XVI, que é tão diferente de João Paulo II, alimenta interrogações sobre o que deve ser a Igreja no mundo contemporâneo. Acho que Moretti, enquanto artista, teve a intuição de fazer compreender a qual ponto a responsabilidade de um papa é grande, assim como o peso de um pontificado para os ombros de um único homem.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos - On-Line - Dia 20/04/2011 - Internet: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=42588

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