«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Linguagem humana tem origem na África, afirma pesquisa


REINALDO JOSÉ LOPES
GIULIANA MIRANDA

DE SÃO PAULO

O continente africano, além de berço da espécie humana, também teria sido o local em que um idioma de verdade, com gramática e vocabulário complexos, foi falado pela primeira vez na história.

A ideia está sendo defendida em um novo estudo, que analisou mais de 500 línguas de todas as partes do mundo em busca do caminho que a "invenção" da linguagem teria seguido planeta afora.

Segundo o trabalho, publicado nesta semana na revista americana "Science", a variedade de fonemas - a menor unidade sonora, que permite a diferenciação entre as palavras - altera-se conforme a localização geográfica.

A maior quantidade de fonemas se concentra no seria o "marco zero" das línguas, o centro-sul da África.

Conforme os idiomas vão se afastando dessa aparente fonte comum, eles vão ficando empobrecidos em fonemas - com menos tipos de vogais, consoantes e tons (variantes "musicais" das sílabas, comuns em línguas como o chinês, por exemplo).

COISA VIVA

O autor da pesquisa, Quentin Atkinson, da Universidade de Auckland (Nova Zelândia), aparentemente está construindo a carreira com base na ideia de que línguas podem funcionar de forma idêntica a coisas vivas.

Na década passada, ele usou métodos normalmente utilizados para estudar o parentesco evolutivo entre seres vivos para propor uma data para a origem das línguas indo-europeias - basicamente quase todas as línguas da Europa mais as de regiões como Índia, Paquistão e Irã.

Nesse estudo, ele estimou que esse tronco de línguas "brotou" pela primeira vez há 9.000 anos. Isso poderia ligá-las à expansão de agricultores da atual Turquia rumo à Europa, substituindo os antigos habitantes da região.

"É muito interessante, entre outras coisas porque muitos linguistas históricos aqui no Brasil, que estudam línguas indígenas, ainda não aplicam essas ideias à expansão de povos no passado", diz o geneticista Fabrício Rodrigues dos Santos, da UFMG.

Segundo Atkinson, uma coisa já sabida é que, quanto maior a população que fala uma língua, maior o número de fonemas de dita cuja.

Mas isso não significa que o chinês seja automaticamente a língua mais rica em fonemas do planeta. Faz muita diferença também o tempo que uma população grande fala certo idioma ±e nesse quesito a África parece ser imbatível, já que seres humanos modernos habitam o continente há bem mais tempo.

O padrão, além do mais, bate com o da genética --os africanos também são geneticamente mais diversificados que o resto da humanidade.

"E, de fato, eles possuem fonemas como os que envolvem cliques [estalos], aparentemente únicos", diz Santos.

Atkinson usa os dados para propor um único "eureca" linguístico há uns 70 mil anos na África, que teria, inclusive, uma associação com os primeiros indícios de arte e adornos corporais, também datados dessa época.

Segundo essa visão, a linguagem complexa teria sido uma das ferramentas centrais para que a humanidade moderna avançassem pelos continentes e acabasse suplantando, de algum modo, hominídeos como os neandertais da atual Europa.

Fonte: Folha.com - Dia 15/04/2011 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/903067-linguagem-humana-tem-origem-na-africa-afirma-pesquisa.shtml

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Estudo ataca suposta existência de uma "gramática universal"

Frase só teria traços comuns em línguas com algum parentesco

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA

Uma pesquisa que acaba de chegar às páginas da revista científica "Nature" ataca a ideia de que as cerca de 7.000 línguas do planeta possuem certos traços profundos que seriam comuns.

A equipe liderada pelo neozelandês Russell Gray diz que a evolução dos idiomas é um negócio de família. "Família" no sentido linguístico do termo, claro. Certas línguas são membros de um grupo, originado a partir de um ancestral comum. É o caso do português, do espanhol e do francês, todos descendentes do velho latim.

Contudo, para certos linguistas, haveria características universais na estrutura das línguas, que transcenderiam o nível das famílias.

Um exemplo disso seria a ocorrência conjunta, nas frases, de certos tipos de ordem de palavras. No português, por exemplo, o normal é tanto o verbo vir antes do objeto ("chutar a bola") quanto a preposição vir antes do substantivo ("no gol"). Se a ordem se invertesse num dos casos, também ficaria invertida no outro (com verbo e preposição vindo depois, digamos).

Ao analisar mais de um terço das línguas do mundo, porém, Gray e companhia viram que essa correlação só acontecia no interior das famílias linguísticas, ou seja, quando havia relações de parentesco claras entre os idiomas.

Fonte: Folha de S. Paulo - Ciência - Quinta-feira, 14 de abril de 2011 - Pg. C11 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1404201105.htm

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