Que mundo é este ? ? ?

Patrimônio dos 26 mais ricos equivale ao dos
50% mais pobres do mundo

Deutsche Welle

Oxfam alerta para desigualdade «fora de controle» mundo afora, devido em grande parte a sistemas tributários injustos. Aumento de impostos sobre fortuna dos mais ricos permitiria financiar estudos de milhões de crianças.
Pai carregando filho no colo enquanto atravessa um lixão:
Em 2018, fortunas bilionárias aumentaram 12%,
enquanto camadas mais pobres viram sua riqueza diminuir em 11%

Em 2018, fortunas bilionárias aumentaram 12%, enquanto camadas mais pobres viram sua riqueza diminuir em 11%.

A desigualdade na distribuição de riqueza em todo mundo está «fora de controle», alerta um relatório da ONG antipobreza Oxfam divulgado nesta segunda-feira (21/01). Segundo o documento, em 2018, enquanto as camadas mais favorecidas acumulavam riquezas, as mais pobres ficavam ainda mais pobres, aumentando o abismo entre os dois grupos.

A Oxfam afirma que, no ano passado:
* um novo bilionário surgiu a cada dois dias, enquanto
* o patrimônio dos 3,8 bilhões de indivíduos mais pobres diminuía diariamente em 500 milhões.
* As fortunas bilionárias aumentaram 12%, ou 2,5 bilhões de dólares por dia, enquanto
* as camadas mais pobres viram sua riqueza diminuir 11%.

Segundo o relatório, os 26 indivíduos mais ricos do mundo
concentram riqueza equivalente ao patrimônio dos 3,8 bilhões de pessoas
que formam a camada mais pobre da população mundial, ou seja,
50% das pessoas em todo o planeta.
WINNIE BYANYIAMA
Engenheira, política, diplomata ugandense - Diretora Executiva da OXFAM International

Os sistemas tributários que pesam sobre as camadas mais desfavorecidas da população mundial aumentam a disparidade entre ricos e pobres e a insatisfação popular, afirmou Winnie Byanyima, diretora executiva da Oxfam International. Esse quadro traz efeitos negativos particularmente para as mulheres.

«Enquanto corporações e os super-ricos desfrutam de impostos baixos, milhões de meninas não têm acesso à educação de qualidade e muitas mulheres morrem por falta de cuidados na maternidade», disse Byanyima.

O relatório afirma que os governos subfinanciam cada vez mais os serviços públicos e subtributam os ricos.
«Os pobres sofrem duplamente, com a falta de serviços essenciais e
também ao pagar uma carga maior de impostos",
afirmou a diretora executiva da Oxfam.

[Um verdadeiro escândalo! Desse modo, quem já é rico tem todo o «apoio» do próprio Estado para tornar-se sempre mais rico!]

A ONG ressalta que os impostos sobre os mais ricos e as grandes empresas vêm sendo reduzidos nas últimas décadas. Quando os governos fracassam em taxar os mais ricos, a carga tributária recai sobre os mais pobres através de impostos sobre o consumo, como os impostos sobre o valor agregado (IVA).
[Este é, por sinal, o retrato perfeito do que acontece no Brasil: taxa-se mais o consumo do que a RENDA!!! Assim sendo, um assalariado paga mais imposto de renda em nosso país que um empresário, proporcionalmente falando!!!]

«Tributações indiretas como essa recaem sobre sal, açúcar ou sabão, recursos básicos de que as pessoas necessitam [...] Dessa forma, os pobres pagam uma fatia relativamente maior de seus rendimentos do que as pessoas ricas», apontou Byanyima.

Sistemas tributários mais justos podem contribuir para resolver o problema.

A Oxfam afirma que se a camada de 1% dos mais ricos da população mundial
pagasse apenas 0,5% a mais de impostos sobre suas riquezas,
isso arrecadaria por ano mais que o suficiente para financiar
os estudos de todas as 262 milhões de crianças que se encontram hoje fora da escola,
além de garantir assistência médica que evitaria a morte de 3,3 milhões de pessoas.

A ONG sugere que os governos reavaliem a tributação sobre riquezas, como os impostos sobre heranças de propriedades, que vêm sendo reduzidos ou eliminados em boa parte das nações mais desenvolvidas e sequer foram implementados nos países mais pobres.

O relatório, divulgado pouco antes do início do Fórum Econômico Mundial de Davos, que reúne na Suíça líderes mundiais da política e dos negócios a partir desta terça-feira, é baseado em informações do registro de dados sobre a riqueza do banco de investimentos Credit Suisse e da «lista dos bilionários» da revista Forbes.

Fonte: Deutsche Welle – Notícias / Mundo – Segunda-feira, 21 de janeiro de 2019 – Internet: clique aqui.

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