“Estamos à deriva”

 Análises rapidinhas, mas fundamentais! 

Abaixo, são reproduzidas diversas manifestações de pessoas entendidas sobre a crise tremenda pela qual passa o nosso Brasil

 “Estamos à deriva do ponto de vista da economia”

“Por causa da turbulência política, que está encomendada (com a proximidade das eleições). A gente está numa situação única. Qual é o projeto da política econômica hoje? Qual é o plano? Não existe plano. Não existe porque não existe plano de governo.

O único objetivo do governo é evitar o impeachment, conseguir chegar até o final do mandato e eventualmente ser um candidato competitivo.

Mas isso não dá espaço para planejar a política econômica. Ao contrário. Abre espaço para o populismo fiscal. Na falta do que fazer, o que a gente vê hoje é a tentativa de arrumar subterfúgios no Orçamento para engordar o Bolsa Família no ano que vem e tentar combater a impopularidade. Isso não tem nada a ver com planejamento econômico ou um plano de retomada do crescimento. Nós estamos à deriva do ponto de vista da economia” – Luís Eduardo Assis, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central – O Estado de S. Paulo, 05-08-2021. 

Estrutura de renda absolutamente concentrada

“A elevação de juros pega as famílias e setor público mais endividados. A dívida pública subiu mais do que R$ 1 trilhão no ano passado. Sem falar no impacto dos juros altos para a desigualdade.

Porque a pandemia também serviu para aumentar o fosso entre as pessoas de renda mais alta e das pessoas que ganham menos.

Isso tem um impacto que vai muito além da retomada da economia. É um impacto duradouro, que vai reverberar pelos próximos anos. Porque é uma estrutura de renda absolutamente concentrada” – Luís Eduardo Assis (foto ao lado), ex-diretor de Política Monetária do Banco Central – O Estado de S. Paulo, 05-08-2021.

 

Golpe capenga e cafona

Bolsonaro caminha com rapidez em direção à tentativa de golpe. Disso já sabíamos. Um golpe tão capenga e cafona quanto foi a live do dia 29 de julho: hacker falso, fraudes falsas, códigos de programação falsos, analista de inteligência falso e nenhuma prova.

Quem imaginava que o golpe de 2022 viria com uma rebelião policial-militar bem orquestrada se depara com um golpe propagado pelo tio do WhatsApp ensandecido que ocupa a Presidência da República” –

Thiago Amparo, advogado – Folha de S. Paulo, 05-08-2021. 

 


Erro feio

“O modelo de governança eleitoral no Brasil —nos ensina Vitor Marchetti na revista Dados em 2008— se consolidou como um elo independente entre Judiciário e eleições, blindando, em certa medida, a administração das eleições da política cotidiana.

O golpe de Bolsonaro mirou nas eleições, mas acertou a Justiça Eleitoral, que nada mais é do que o STF e o STJ de toga eleitoral.

E não há pedra que doa mais no calo do corporativismo judicial do que atacar o sistema de Justiça” – Thiago Amparo (foto ao lado), advogado – Folha de S. Paulo, 05-08-2021.

 

 Processo viciado


A hipótese de eleições regulares com Bolsonaro na disputa, quando o acirramento extremista resta como única chance de sobrevivência, já não existe mais. Mesmo que se cale a partir de hoje, tudo que fez para implodir a legitimidade e confiança das eleições basta para viciar o processo. Não só politicamente, mas, juízes nos ouçam, juridicamente também” - Conrado Hübner Mendes (foto ao lado), professor de direito constitucional da USP, doutor em direito e ciência política – Folha de S. Paulo, 05-08-2021.

 

 Tragédia brasileira


“Com tantos fascistas saindo descaradamente do armário, está cada vez mais difícil ter esperança no amanhã e enxergar um fim para a tragédia brasileira”
Mirian Goldenberg (foto ao lado), antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio – Folha de S. Paulo, 05-08-2021. 

 Dizer não

“Analisando as diferentes fases, percebo que o que mais me ajuda a sobreviver é colocar o foco nos meus projetos de vida, escutar e cuidar de quem eu amo, enfrentar meus medos e inseguranças, respeitar meus limites, dizer não e ter a coragem de “ser eu mesma”. O que você está aprendendo em meio à tragédia brasileira?” – Mirian Goldenberg, antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio – Folha de S. Paulo, 05-08-2021.

 

 Agonia


“A principal agonia talvez seja a de constatar que Bolsonaro não reúne mais condições de realizar qualquer grande transformação, a não ser provocar uma tragédia. A boa notícia é que em história nada é inevitável” – William Waack (foto ao lado), jornalista – O Estado de S. Paulo, 05-08-2021.

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