«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Lei antipirataria (EUA) - O remédio é pior que a doença

Ethevaldo Siqueira
Os Estados Unidos vivem um momento histórico que pode decidir o futuro da internet como espaço de liberdade intocável, acima do interesse e da força política dos governos e das corporações. É claro que a lei de repressão à pirataria na internet, conhecida pela sigla engraçada Sopa (de Stop Online Piracy Act) tem muitos objetivos louváveis, como o combate à pirataria online em sentido amplo. O grande problema, entretanto, é que, ao fazê-lo, ela extrapola todos os limites aceitáveis da intervenção do poder público - seja o governo e/ou a Justiça - e põe em risco aspectos fundamentais da liberdade de expressão consagrada na maioria das democracias. Como proposta de remédio, esta Sopa pode curar até doenças graves, mas põe em risco a vida do doente.


Caso seja aprovada como está, a lei poderá se transformar em péssimo exemplo dos EUA para o mundo e inspirar muitos outros países a adotar formas semelhantes de censura, de repressão e de bloqueio de sites, hoje só praticadas pela China, Irã, Coreia do Norte, Cuba e poucos outros países.


A lei é tão radical que propõe explicitamente a responsabilização das empresas por tudo que seja postado pelos usuários em suas redes. Imagine, leitor, o caso de sites como o Facebook, o YouTube, o Twitter ou a Wikipédia, ou qualquer outro site que permita o acesso a conteúdos gerados pelos usuários - eles simplesmente não poderão existir se prevalecerem os critérios dessa lei.


No ano passado, a França viveu dias semelhantes ao debater sua lei contra a pirataria na internet. É natural que as posições se radicalizem, até porque existe a necessidade real de se coibir o crime cibernético, a fraude e as armadilhas que permeiam a rede mundial de computadores. Mas, definitivamente, o caminho não deve ser o da pura repressão, draconiana e radical, como transparece em diversos artigos da Sopa.


A lei poderia até autorizar o Departamento de Justiça dos EUA a buscar apoio nos tribunais contra sites situados fora de sua jurisdição, se esses sites fossem acusados de infringir direitos de propriedade intelectual ou copyrights - ainda que as acusações não passem de suspeita. A repressão pode alcançar até motores de busca, como Google ou Yahoo. O que muitos parlamentares parecem não entender em todo o mundo é a natureza da internet, diferente de qualquer outro meio de comunicação, suas características libertárias, sua natureza virtual, sua complexidade como rede das redes e a impossibilidade de sua submissão a interesses políticos, ideológicos e mesmo econômicos.


Fonte: O Estado de S. Paulo - Negócios - Quinta-feira, 19 de janeiro de 2012 - Pg. B11 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-remedio-e-pior-que-a-doenca-,824451,0.htm

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