«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Desemprego está no pior nível, diz a OIT

Jamil Chade

Até 2020, 600 milhões de empregos têm de ser criados para equilibrar o mercado
GENEBRA [Suíça] - Entrando no quarto ano, a crise econômica põe o mundo à beira de uma explosão social que exigirá um plano de resgate trilionário para ser superada. Dados divulgados pela Organização Internacional do Trabalho apontam que a crise do desemprego é a pior já registrada e a economia mundial terá de criar 600 milhões de postos de trabalho até 2020 para inserir os que hoje estão desempregados e ainda incorporar milhões de jovens que entrarão no mercado produtivo.


A estimativa é de que os governos terão de investir 2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial - US$ 1,2 trilhão - para criar os postos de trabalho eliminados e ainda dar uma resposta à nova geração de trabalhadores. Além disso, a recessão que eclodiu em 2008 exigirá uma década para ser superada.


Desde 2007, 27 milhões de pessoas perderam o trabalho, fazendo o número global de desempregados atingir o recorde de 197 milhões de pessoas, uma alta de 13% em poucos anos.


Metade dessa massa de desempregados está nos países ricos e a taxa média mundial de desemprego passou de 5,5% para 6,2%. Na América Latina, 3 milhões de pessoas foram demitidas nos dois primeiros anos da crise, fazendo a taxa subir de 7,0% para 7,7%. Em 2010 e 2011, porém, o índice caiu para 7,2%.


A esperança era de que, a partir de 2011, a economia mundial voltasse a crescer e começasse a gerar postos de trabalho. Mas o ano terminou com um resultado frágil. Nos países ricos, mais de 2 milhões de pessoas foram demitidas, o que foi compensado pela expansão nos mercados emergentes.


Neste ano, desaceleração da economia mundial fará com que pelo menos outros 3 milhões fiquem desempregados. O número, porém, poderá ser ainda maior se a Europa não der uma solução para sua crise da dívida e a própria OIT já admite que o ano verá a eliminação de 6 milhões de postos de trabalho e outros 5 milhões em 2013, metade na Europa. "Tudo indica que o desemprego continuará a crescer", alertou Jose Manuel Salazar, diretor executivo da OIT.


Na Europa, 45 milhões de pessoas estão sem trabalho. Um terço já busca emprego por mais de um ano. Na melhor das hipóteses, a taxa de desemprego que bateu 8,8% em 2010 será reduzida para 7,7% em 2016. Mas, ainda assim, estará acima dos 6,1% de 2008.


A tarefa só ficará mais complicada nos próximos anos. Além de dar uma solução aos 200 milhões de desempregados, o mundo verá uma explosão da oferta de mão de obra, com a chegada ao mercado de 400 milhões de novos trabalhadores. Nos países emergentes, a expansão demográfica será a principal responsável. Sem uma resposta, governos poderão registrar protestos, explosão social e violência.


Esse "caldo" já começa a ser fermentado diante das dificuldades em encontrar trabalho. Hoje, 29 milhões de pessoas pelo mundo já abandonaram a busca por um emprego diante da falta de oferta. Se esse contingente fosse somado ao total de desempregados, o número chegaria a 225 milhões de pessoas e a taxa do desemprego passaria de 6% para 7%.


Outro fator é o desemprego recorde entre jovens [veja quadro abaixo - Europa]. O número absoluto chega a 74 milhões de pessoas, 4 milhões a mais em relação a 2007. Em alguns países europeus, metade desses jovens não encontra trabalho.
Década perdida
Se a crise continuar, a previsão é de que em 2016 haverá mais 9 milhões de desempregados. Na OIT, a percepção é de que os pacotes de austeridade que se proliferam para dar uma resposta à crise da dívida estão deteriorando ainda mais a situação. Em 2013, portanto, o desemprego pode bater recorde na Europa, com uma taxa de 9%, acima dos 8,8% de 2010.


Para a OIT, não há dúvidas de que os planos adotados por governos para lidar com a crise não estão gerando empregos. A entidade, portanto, pede investimentos e que criação de postos de trabalho esteja entre as prioridades. "Sair ou não da crise vai depender da criação de postos de trabalho", alertou Juan Somavia, diretor da OIT.



Volta da crise global afeta mercado de trabalho no Brasil


A volta da crise mundial não poupou nem o mercado de trabalho no Brasil. O freio na expansão do PIB brasileiro também provocou uma redução no ritmo de criação de postos de trabalho no País a partir de meados de 2011, tendência que pode ser mantida em 2012 se a economia mundial entrar em estagnação. O alerta é da OIT, que também aponta que a produtividade do trabalhador no País caiu e a diferença com a produção de um americano é hoje maior que há dez anos.


Segundo a OIT, dados das seis regiões metropolitanas brasileiras mostraram que entre agosto de 2010 e agosto de 2011 a taxa de desemprego caiu de 6,7% para 6% [vide gráfico abaixo]. Os níveis de desemprego já são mais baixos que no período pré-crise. Técnicos da entidade não descartam que, se a economia mundial voltar a sofrer sérios problemas, a repercussão será sentida no Brasil, principalmente ante a dificuldade de criar postos de trabalho na indústria. Na América Latina, a taxa de trabalhadores em fábricas caiu entre 2008 e 2011, anos da crise.
Outro fator considerado preocupante é o avanço ainda pequeno na produtividade dos trabalhadores no Brasil e na região. Em média, um trabalhador em um país rico gerou em 2011 cerca de US$ 72 mil. Nos países emergentes, essa produção foi em média de apenas US$ 13 mil.


Mas mesmo entre economias em desenvolvimento as disparidades são grandes. Na China, um trabalhador gerava o equivalente a 8% de um americano em 2000. Dez anos depois, a produtividade chinesa mais que dobrou e atingiu em 2010 cerca de 18%.


No caso brasileiro, porém, a tendência é de queda. Em 2000, um brasileiro gerava 21% da produtividade de um americano. Dez anos depois, a taxa é de 19%. Entre 1992 e 2000, a expansão da produtividade no Brasil foi em média de 1,9% por ano. Entre 2000 e 2008, caiu à metade: 0,9%. Em 2009, chegou a ser reduzida em 0,4%, para depois aumentar em 4,1% em 2010.


Para a OIT, um dos fatores que pesam é a qualidade do ensino no País, ainda deficitário e que não garantiria a maior produtividade possível do trabalhador. Outro fator seria a falta de treinamento da mão de obra


Fonte: O Estado de S. Paulo - Economia - Terça-feira, 24 de janeiro de 2012 - Pg. B7 - Internet: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,desemprego-esta-no-pior-nivel-diz-a-oit,100314,0.htm e http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,volta-da-crise-global-afeta-mercado-de-trabalho-no-brasil-,826522,0.htm

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