«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Expansão do extremismo preocupa europeus

JAMIL CHADE
CORRESPONDENTE / GENEBRA

Relatório divulgado por departamento da UE diz que continente precisa lidar de forma "urgente" com fenômeno para evitar "risco de desestabilização"

A Europa precisa lidar de forma urgente com a expansão de movimentos extremistas - de todas as tendências - se não quiser ser confrontada com um risco real de violência e desestabilização política nos próximos anos. O alerta foi feito pelo Departamento de Coordenação da Luta Contra a Violência e o Terrorismo da União Europeia (UE).


Em um documento enviado a ministros de Justiça dos 27 países do bloco, a UE confirma que movimentos de extrema esquerda, extrema direita e vinculados ao radicalismo islâmico ganham espaço e precisam ser contidos.


"Estamos numa encruzilhada da história europeia", disse Emine Bozkurt [foto ao lado], chefe da bancada antirracista do Parlamento Europeu. "Em pouco anos vamos descobrir se esse incremento do ódio - seja por ultranacionalistas, islamofóbicos ou antissemitas - levou a uma divisão da sociedade ou se fomos capazes de lutar contra essa tendência alarmante", disse.


Pela conclusão da UE, com base em relatórios de inteligência de vários governos, a crise econômica que assola a região há dois anos, a taxa recorde de desemprego entre jovens, a manipulação política da imigração e mesmo a Primavera Árabe criaram condições para o fortalecimento desses grupos.


Nos últimos meses, a questão envolvendo o fortalecimento do extremismo entrou na agenda política do continente, especialmente depois do massacre promovido pelo norueguês Anders Behring Breivik [foto ao lado]. Mas a constatação dos especialistas é que cada movimento que ganha espaço tem sua própria lógica e precisa ser combatido de uma forma radicalmente diferente. O principal alerta: o assassinato de 77 pessoas na Noruega não foi um fato isolado, nem limitado a uma tendência ideológica. Na Áustria, um recente relatório preparado pelo Ministério da Justiça confirmou um aumento de 31% nos incidentes registrados com grupos de extrema direita. No total, registraram-se 1040 casos em 2011, dos quais um terço foi de "violência física".


Esquerda
Para o chefe do Departamento, Gilles de Kerchove, a violência da extrema esquerda vem sendo alimentada pela proliferação de cortes de gastos sociais. "Precisamos estar conscientes de que as condições econômicas adversas na Europa poderão produzir terreno para a proliferação de ideologias violentas de esquerda e anarquistas", afirmou Kerchove.


O principal alvo desse tipo de violência seria a Grécia, justamente o país mais afetado pela crise, que conta com um dos movimentos de extrema esquerda mais bem organizados da Europa. Na Itália e na Suíça, grupos anarquistas chegaram a enviar cartas-bomba a alvos específicos, criando um temor de que esses movimentos já não estariam apenas teorizando sobre eventuais ataques, mas passando à ação.


Na França, extremismo tira voto da direita

ANDREI NETTO
CORRESPONDENTE / PARIS

Enquanto na Hungria, na Alemanha e na Noruega a extrema direita é cada vez mais associada ao autoritarismo e à violência, na França um fenômeno inverso ocorre: a exatos três meses das eleições presidenciais, o partido de extrema direita Frente Nacional (FN) faz cada vez mais parte do cenário político do país, conquistando a admiração dos franceses.


Quase um terço do eleitorado (31%) se diz de acordo com as ideias do FN, que prega políticas de imigração de caráter xenofóbico e ações econômicas protecionistas, como a saída da França da União Europeia e da zona do euro. O maior poder de sedução é atribuído a Marine Le Pen [foto ao lado], filha e sucessora do ultraconservador e ex-candidato à presidência Jean-Marie Le Pen.
Alçada à presidência do partido, ela se mantém há um ano com cerca de 20% das intenções de voto, ameaçando roubar o posto do atual presidente, Nicolas Sarkozy, no segundo turno da votação.


A três meses das eleições, cientistas políticos e institutos de pesquisa descobriram que Le Pen não apenas tem um eleitorado fiel, mas que suas ideias são cada vez mais populares. De acordo com dados levantados pelo instituto TNS Sofres, no intervalo de um ano, o número de franceses que se considera "alinhado" às ideias da FN cresceu 9%.


Na prática isso significa dizer que mais e mais franceses defendem a imposição de barreiras à imigração, a expulsão de estrangeiros, o fechamento da economia e o retorno ao franco. A adesão é ainda mais elevada entre trabalhadores, tanto urbanos (40%) quanto rurais (41%) - os mais atingidos pela crise da zona do euro, pelo desemprego e pelos programas de austeridade fiscal.


Jean-Yves Camus [foto ao lado], cientista político e especialista em extremismos, acredita que sob o comando de Marine Le Pen a extrema direita francesa está se banalizando, transformando-se pouco a pouco em um partido como qualquer outro.


"Em 2007, Sarkozy emplacou um golpe magistral roubando o eleitorado operário da FN", lembra. "A grande diferença entre 2007 e 2012 é que Sarkozy, agora, é candidato à reeleição. O que ele conseguiu em 2007, pode não conseguir em 2012."


De acordo com analistas políticos, é cada vez mais real o risco de reedição do 22 de abril de 2002, quando o primeiro-ministro, Lionel Jospin, candidato do Partido Socialista (PS) à presidência, perdeu a eleição, cedendo seu lugar no segundo turno a Jean-Marie Le Pen.


O fenômeno, porém, pode ser inverso: em lugar de roubar o lugar da esquerda no segundo turno, Marine pode tirar a vaga da direita. Segundo as últimas pesquisas de opinião, François Hollande, candidato do PS, tem 27% das intenções de voto, à frente de Sarkozy, da União por um Movimento Popular (UMP), com 23%, e de Marine Le Pen, com 21%.


Alemanha tenta coibir terror neonazista

LUIZ RAATZ 

Atividade de grupos violentos preocupa mais do que popularidade de partidos de direita no país

Ao contrário de outros países da Europa Ocidental, onde partidos populistas de direita têm crescido na última década, na Alemanha não há o mesmo apoio a legendas radicais, como na Holanda, França e Áustria. A principal ameaça extremista na maior economia europeia são pequenos grupos neonazistas que executam ações armadas.


Nesta semana, um estudo divulgado por um grupo de analistas independentes nomeado pelo Parlamento alemão revelou que a aceitação do antissemitismo, da extrema direita e da islamofobia cresceu no país nos últimos anos.


No fim de 2011, a polícia alemã desbaratou uma célula terrorista neonazista suspeita de ter matado ao menos dez pessoas, entre 2000 e 2007, a maioria alemães de origem turca. O grupo Subterrâneo Nacional Socialista também é suspeito de 14 roubos a bancos.


Nos últimos dois meses, quatro membros do grupo foram presos. Um deles era ligado ao Partido Nacional Democrático (NPD), o principal partido de extrema direita da Alemanha. "Essas células neonazistas representam um perigo muito maior do que os partidos populistas, que têm mais apoio, mas não são partidários da violência", diz o pesquisador britânico Jamie Bartlett, do Instituto Demos.


Para ele, no entanto, a herança histórica do nazismo coíbe o crescimento desses grupos. "Algumas pessoas têm receio de abraçar a herança histórica que esses grupos têm orgulho de ostentar", afirma.


Para o sociólogo alemão Joerg Forbrig, do instituto German Marshall Fund, esses grupos se aproveitaram do caráter federalista do país para se infiltrarem e cometerem crimes de ódio contra minorias étnicas.


"A principal preocupação na Alemanha hoje é descobrir como esses grupos puderam agir nas sombras por tanto tempo", diz. "Os serviços de inteligência aqui são muito fragmentados e, agora, o governo está tentando melhorar isso."


Ciganos
Outro país europeu onde a extrema direita cresceu é a Hungria. Ali, no entanto, a minoria perseguida não é de muçulmanos ou judeus, mas de ciganos. "A comunidade cigana na Hungria tem sofrido ao longo da história com a estigmatização e o preconceito", afirma Forbrig. "Eles foram escolhidos pela extrema direita como alvo."


Fonte: O Estado de S. Paulo - Internacional - Domingo, 29 de janeiro de 2012 - Pgs. A20 e A21 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,expansao-do-extremismo-preocupa-europeus-,828544,0.htm; http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,na-franca--extremismo-tira-voto-da-direita-,828547,0.htm e http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,alemanha-tenta-coibir-terror-neonazista-,828550,0.htm

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