«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 10 de julho de 2012

A face perversa do Google [imperdível - leia!]


ETHEVALDO SIQUEIRA

"Todos conhecem os benefícios e as coisas maravilhosas que o Google nos proporciona. Poucos, entretanto, têm consciência:

  • dos riscos decorrentes da destruição de sua privacidade, 
  • do rastreamento permanente de suas consultas e 
  • do uso antiético de informações pessoais por esse monstro digital, que indexa, armazena e manipula milhões de terabytes por dia."

Essas advertências são do pesquisador norte-americano Scott Cleland, no livro Busque e Destrua: Por que você não pode confiar no Google Inc., que foi lançado na semana passada em São Paulo pela Editora Matrix. Depois de ler o livro e entrevistar Cleland, acho que o mundo deveria preocupar-se muito mais com os riscos e problemas apontados pelo pesquisador.


O livro acusa o Google de não seguir os mais elementares padrões éticos, como o respeito à intimidade das pessoas, à propriedade intelectual e à honestidade das informações. E o faz repetidamente - diz Scott Cleland: "Em 2011, a empresa pagou multa no valor de US$ 500 milhões por ter anunciado de forma deliberada e consciente por sete anos, as importações de um medicamento controlado ilegal e inseguro, segundo as leis norte-americanas".


Poder absoluto
É provável que a maioria das pessoas não se preocupe com o tamanho e o poder do Google. Mas, para Cleland, essa corporação gigantesca assusta porque nunca existiu empresa tão grande e tão poderosa quanto esse Big Brother, ou Grande Irmão (personagem criada pelo escritor George Orwell, em seu livro 1984).


O poder do Google cresce de forma aterradora, adverte o autor norte-americano. E lembra a frase do historiador britânico, Lord Acton, que escreveu: "O poder tende a corromper. E o poder absoluto corrompe absolutamente".


O Google caminha para a consolidação do pior dos monopólios em âmbito mundial: o monopólio da informação. "É o que eu chamo de googlepólio. Mais do que isso: o Google rastreia tudo que você faz online. Invade sua privacidade e atua como uma verdadeira agência de espionagem."


Scott Cleland
Cleland levanta questões cruciais, como esta: "Será que os líderes do Google - os fundadores Larry Page e Sergey Brin e o presidente contratado Eric Schmidt - estão se afastando de sua promessa de tornar o mundo um lugar melhor? Ou estão disfarçando com tamanha eficiência seus verdadeiros objetivos que ninguém foi capaz de notar?"


Advertências. 
O livro de Scott Cleland não é uma condenação paranoica do Google, embora escrito numa linguagem realmente dura. O que ele faz, sim, é uma radiografia dos problemas dessa empresa global. No apêndice do livro, o autor relaciona 726 documentos, artigos e pesquisas sobre a empresa, seus processos e conflitos. Como especialista nos riscos da internet e das redes sociais, Cleland já testemunhou três vezes perante o Congresso americano.


Entre os capítulos do livro, há temas que chocam, mas sua argumentação é consistente, com base em fatos, números e processos judiciais. Eis os títulos desses capítulos: 

  • "O que é seu é do Google; 
  • A segurança é o calcanhar de aquiles do Google; 
  • Googlepólio; 
  • Um pântano de conflitos ocultos; 
  • Poder incontrolado; 
  • Por que o Google é destrutivo; 
  • A estrada digital para a servidão; 
  • Para onde o Google nos está levando? O que devemos fazer a respeito? A tirania do planejamento central; 
  • O código Google".

Os dois Googles
Cleland lembra que ninguém está propondo a destruição do Google, até porque o mundo hoje depende dele. Por isso, é essencial que a empresa corrija seus vícios e maus procedimentos. Fiscalizar, corrigir e punir são tarefas que cabem, prioritariamente, à Justiça, ao Ministério Público, aos governos e a todas as entidades responsáveis pela proteção do direito dos cidadãos.
Larry Page e Sergey Brin - criadores do Google
É preciso usar todos os meios de comunicação, a começar da internet, do próprio Google e do YouTube (que pertence a essa empresa) para esclarecer os usuários e, em especial, para advertir nossos jovens sobre os riscos e educá-los como internautas, para que saibam utilizar as informações ali contidas, com o espírito crítico que esse novo Leviatã digital nos impõe.


Eu e centenas de milhões de usuários sabemos quais são os benefícios e a utilidade do Google, como maior acervo de informações que a humanidade já produziu, ao alcance de mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo. E de graça.


De graça? 
Na realidade, essa suposta gratuidade do Google é a grande isca para atrair audiência. A partir daí, o Google se transforma numa gigantesca máquina de publicidade que fatura bilhões. Seus parceiros são todos os demais sites, portais e blogs que cedem seus espaços em troca de uma remuneração próxima de zero. Como um polvo, o Google invade e ocupa todos os espaços livres de todos os portais, sites e blogs.


Precisamos ser sempre críticos e independentes diante do Google e da internet como um todo, apontando seus riscos e malefícios, em lugar de apenas ressaltar suas maravilhas.


Meu conselho é este: seja cauteloso e desconfie sempre, leitor, inclusive dos melhores projetos colaborativos, mesmo aqueles aparente ou comprovadamente filantrópicos e não comerciais, como a Wikipédia. Duvide sempre, pois a internet é um oceano de armadilhas e riscos. 


Leia em meu site pessoal (http://ethevaldo.com.br/coluna/a-face-perversa-do-google/) mais trechos da entrevista de Scott Cleland.


Fonte: O Estado de S. Paulo - Economia - Domingo, 8 de julho de 2012 - Pg. B11 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-face-perversa-do-google-,897436,0.htm

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