«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 10 de julho de 2012

São Paulo viu pulverização evangélica na última década, mostra Censo 2010


Amanda Rossi

Quantidade de fiéis que frequentam templos menores cresceu 62% e evangélicos sem laços com igreja quadruplicou
A cidade de São Paulo viveu uma pulverização evangélica sem precedentes na última década. Segundo novos dados do Censo, o número de evangélicos sem laços com uma igreja determinada aumentou mais de quatro vezes entre 2000 e 2010, enquanto a quantidade de fiéis que frequentam templos menores cresceu 62% nesse período. Juntos, esses dois grupos foram responsáveis por 96% do crescimento do rebanho evangélico da capital em uma década, de 825 mil fiéis.


Os evangélicos não determinados englobam tipos diferentes. Entram na conta os que se dizem apenas evangélicos, sem especificar a igreja ou a corrente, os que frequentam cultos diferentes e os que fazem parte de pequenas igrejas não pentecostais. Em São Paulo, o crescimento dos evangélicos não determinados foi tão grande que eles hoje representam a terceira maior corrente religiosa da cidade – perdem para os católicos e os sem religião, mas ultrapassaram a Assembleia de Deus, denominação evangélica que tem o terceiro maior rebanho do País.


Já a corrente dispersa formada por pessoas que frequentam templos pentecostais ou neopentecostais menores deixou para trás, em uma década, dois gigantes do pentecostalismo evangélico – a Igreja Universal do Reino de Deus e a Congregação Cristã do Brasil, que perderam fiéis.


Ronaldo de Almeida
Segundo o antropólogo Ronaldo de Almeida, da Unicamp e do Cebrap, o novo mapa da configuração evangélica da capital paulista é fruto da especialização: 


"Há uma diversificação e uma maior infidelidade a uma instituição específica. O sujeito ainda se identifica principalmente como evangélico, mas hoje ele molda sua experiência religiosa. Quando quer ouvir um louvor com mais música, vai a uma igreja, quando quer cura, vai a outra, quando busca mensagem espiritual mais forte, busca outras."


A antropóloga Diana Nogueira, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, faz um paralelo com pessoas que querem perder peso e vão migrando de médico em médico. "A religião fortalece e ajuda as pessoas, mas não resolve muitos dos desafios que uma vida de periferia urbana lhes impõe. Com isso, algumas dessas pessoas vão de igreja em igreja, buscando soluções", diz Diana.


Além da busca diversificada, há o surgimento de igrejas voltadas a nichos específicos, como a Crash Church Underground Ministry – que atrai roqueiros adeptos do thrash metal em seu templo no Ipiranga –, ou a Igreja da Comunidade Metropolitana, em Santa Cecília, voltada para o público homossexual.


"O crescimento das igrejas evangélicas menores é muito visível. São as chamadas comunidades. Seus fundadores são pastores que já pertenceram a igrejas evangélicas maiores", diz o vereador evangélico Carlos Apolinário (DEM).


Levantamento feito em 2008 pela equipe de Apolinário enumerou mais de 18 mil templos evangélicos em São Paulo, a maioria na zonas leste e sul. Ele estima que outras 2 mil tenham sido criadas desde então. Para se ter uma ideia, o total de paróquias católicas não chega a 500 na capital paulista.


Outros dados do Censo chamaram a atenção. A Assembleia de Deus teve um aumento de fiéis de 36% – menor que o da média nacional (46%). Já os evangélicos de missão – grupo que inclui batistas, luteranos, presbiterianos, metodistas e adventistas – tiveram uma queda de 13% em São Paulo e aumento de 11% no País.


Entre as pentecostais, o destaque vai para a perda acentuada de fiéis em São Paulo da Congregação Cristã (27%) e da Igreja Universal (37%), enquanto no País o rebanho de cada uma encolheu 10%.


COLABOROU BRUNO PAES MANSO.


Fonte: O Estado de S. Paulo - Vida/Sociedade - Domingo, 8 de julho de 2012 - Pg. A19 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,sao-paulo-viu-pulverizacao-evangelica-na-ultima-decada-mostra-censo-2010,897309,0.htm
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Estoquista migra três vezes até achar igreja adequada ao ao seu perfil

BRUNO DEIRO

Eddie Lima frequentou Assembleia de Deus, Ministério da Paz e Bola de Neve Church até chegar à Igreja Evangélica Apostólica do Verbo Amar, onde participa do culto como músico e vocalista da banda

Eddie Lima
Aos 24 anos, Eddie Lima está na quarta igreja e não vê problema em experimentar cultos distintos atrás do melhor lugar para praticar sua fé. "Comecei na Assembleia de Deus e não era o meu perfil, achava muito restritivo em relação ao comportamento", diz o estoquista, que nos cultos da Igreja Evangélica Apostólica do Verbo Amar, na zona norte da capital, participa como músico e vocalista da banda.


Eddie afirma que migrou para uma igreja menor atrás de uma relação mais pessoal com os pastores. Da Assembleia de Deus, que costumava ir por causa de sua família, ele passou a frequentar a Ministério da Paz quando tinha 17 anos. As missões evangélicas e uma pregação mais voltada para a teologia da prosperidade, no entanto, não agradaram, e ele ficou apenas oito meses.


A tentativa seguinte foi em uma mais moderna, a Bola de Neve Church. Mesmo com os fiéis tatuados e os púlpitos realizados sobre uma prancha de surfe, Eddie afirma que não era o que ele buscava. "É uma igreja bastante atraente, por sua liberdade de estilo e discurso, mas achava muito impessoal, acabava conhecendo poucas pessoas. Por isso, saí depois de quatro meses."


No templo atual, que em dias de semana recebe pouco mais de 30 pessoas, ele afirma que encontrou uma pregação mais equilibrada. "Aqui é voltado mais para a palavra, o que está na Bíblia. Nas grandes igrejas, as pessoas vão buscar ganhos materiais e acabam se frustrando quando isso não ocorre."


A busca por ajuda fora do campo espiritual, no entanto, é um dos maiores apelos para a migração. Há sete anos, a decoradora Samanta Papi, de 22 anos, deixou a religião católica para frequentar a Igreja Internacional da Graça de Deus, no Centro, para tentar curar sua filha Brenda, na época com 7 meses. "Nenhum médico dava o diagnóstico certo e fui lá num momento de desespero. Foi um milagre que a curou das crises de convulsão e da diabete e, desde então, venho três vezes por semana."


Samanta diz que se manteve fiel à nova igreja pelas conquistas que obteve, entre elas a casa própria. Hoje, suas orações estão voltadas para a busca de um novo emprego e uma vida melhor para o irmão, recém-divorciado. "O fato de ser uma igreja grande não me incomoda. Para mim, não é tão importante o contato com a comunidade, mas uma vida melhor com a ajuda da religião."


Fonte: O Estado de S. Paulo - Vida/Sociedade - Domingo, 8 de julho de 2012 - Pg. A19 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,estoquista-migra-tres-vezes-ate-achar-igreja-adequada-ao-ao-seu-perfil,897393,0.htm

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