«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Fomos e somos espionados!

Autobiografia de Snowden detalha como
os Estados Unidos espionaram o mundo

Daniel Avelar

Livro descreve a trajetória do garoto que passou a trabalhar
como freelancer para a NSA e a CIA, até sua decisão de
vazar segredos de Estado o forçar a viver no exílio
Resultado de imagem para Eterna Vigilância - Edward Snowden
Exemplares da autobiografia de Edward Snowden expostos nos Estados Unidos.
A foto na capa é a do autor

Esqueça os equipamentos mirabolantes do agente secreto James Bond. Hoje, a principal arma de espionagem é o smartphone, o computador ou o tablet em que você pode estar lendo este texto.

Parece obra de ficção, mas não é. Se hoje sabemos que nossas comunicações digitais são monitoradas a todo instante, isso se deve, em parte, ao esforço de Edward Snowden, ex-agente da NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos) que veio a público em 2013 para delatar um sistema de vigilância em massa que ele ajudou a montar.

Os detalhes do escândalo que mudou para sempre a relação com a tecnologia ocupam as páginas de “Eterna Vigilância”, recém-publicada autobiografia de Snowden.

Nas profundezas de um túnel sob uma plantação de abacaxis [...] eu me sentava diante de um terminal do qual tinha acesso praticamente ilimitado às comunicações de quase todos os homens, mulheres e crianças da Terra”, conta Snowden na obra, sobre o tempo em que trabalhou em uma base secreta no Havaí.

O livro descreve a trajetória do garoto nerd que cresceu na Carolina do Norte e passou a trabalhar como freelancer para a NSA e a CIA, até sua decisão de vazar segredos de Estado o forçar a viver no exílio.

Nascido em 1983, Snowden pertence à geração moldada pela proliferação da internet. No livro, ele lamenta que o anonimato on-line tenha sido substituído pela perda quase completa de privacidade. É nesse abismo entre o sonho do que a internet poderia ter sido e o pesadelo em que se tornou que reside a frustação de Snowden.

As informações reveladas por ele mostram como o
governo dos Estados Unidos, sob a justificativa de combater seus inimigos
após o 11 de Setembro, criou um vasto sistema de coleta de dados.

Snowden segue exilado na Rússia, sem saber se e quando poderá voltar ao país de origem. Longe de reconhecer qualquer interesse público que tenha motivado sua delação, os Estados Unido continuam tratando-o como um traidor que colocou a segurança da nação em risco.

Lançado na terça-feira (17 de setembro), “Eterna Vigilância” já provocou reações das autoridades americanas. O Departamento de Justiça entrou, no mesmo dia, com uma ação para reter os lucros que resultem da publicação — para o governo, Snowden violou regras da CIA e da NSA, que exigem que seus ex-funcionários submetam suas obras à revisão prévia.

O livro é particularmente interessante para o público brasileiro: entre as revelações de Snowden estava a de que o governo americano rastreava comunicações da então presidente Dilma Rousseff. [Quem é ingênuo o bastante, para pensar que Tio Sam – os Estados Unidos – não tenha nada a ver com tudo o que aconteceu no Brasil nesses últimos anos?!]

A obra atravessa questões debatidas hoje no país, dos riscos representados por autoridades que violam prerrogativas legais à legitimidade das ações de hackers e jornalistas que expõem essas violações em prol do interesse público.

Considere-se Snowden herói ou traidor, “Eterna Vigilância” é fundamental para compreender o potencial criativo e destrutivo das novas tecnologias de comunicação.

L I V R O

Título: Eterna vigilância: como montei e desvendei o maior sistema de vigilância do mundo
Autor: Edward Snowden
Editora: Planeta
Publicação: Setembro – 2019
Páginas: 288
Preço de capa: R$ 44,90

Fonte: Folha de S. Paulo – Mundo – Domingo, 22 de setembro de 2019 – Pág. A17 – Internet: clique aqui.

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