34º Domingo do Tempo Comum – Ano A – Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo – HOMILIA
Evangelho: Mateus 25,31-46
Para ouvir a narração deste Evangelho, clique sobre a imagem abaixo:
Teólogo espanhol
O Principal é Uma Vida de Bondade
No último domingo do ano litúrgico, a Igreja recorda aos
cristãos que o Reinado de Deus alcança sua plenitude na recordação
perigosa e na realização desconcertante do que foi a vida de Jesus. O evangelho
de Mateus resumiu o aspecto central daquela vida no chamado «juízo
final» ou «juízo das nações».
Este texto, como sabemos, foi objeto de incontáveis discussões
e teorias. Discutiu-se se é uma profecia, uma parábola, o relato
de um acontecimento que concluirá a história humana etc. Este não é o lugar
nem o momento de explicar estas diversas teorias. E, menos ainda, podemos
pretender esclarecer o que cada uma dessas teorias tem de verdadeiro e de
falso.
O importante é deixar claro que se trata de ensinamento definitivo
no qual o evangelho de Mateus nos condensa o essencial, o verdadeiramente
central da mensagem que Jesus nos deixou como seu EVANGELHO, sua Boa
Notícia.
Nessa passagem, Jesus responde a esta pergunta: o que é e em
que consiste o «herdar o Reino de Deus»? A resposta:
Consiste em uma forma de viver CENTRADA NA BONDADE que contagia
felicidade e alivia o sofrimento humano sempre e em todos.
Portanto:
1) O Reino de Deus não é uma religião.
2) Não consiste na aceitação doutrinal de dogmas,
nem na prática de rituais sagrados, nem na submissão a preceitos ou mandamentos.
3) Tampouco, limita-se a pertencer a uma
instituição que exige obediência ou submissão a uma autoridade suprema na
terra.
Nesse sentido, pode-se falar do cristianismo como religião.
Porém, somente neste sentido. Jesus foi profundamente religioso. Porém, ele
não centrou sua religiosidade na submissão da mente a alguns «dogmas» ou na
observância de uns «ritos». Jesus centrou sua vida na BONDADE com os que sofrem.
Nisso Jesus viu o Pai do Céu.
De acordo com o que se disse, duas coisas ficam patentes:
1) O central do cristianismo não é a crença em
umas verdades ou a observância de uns rituais.
2) O mais perigoso para os seres humanos é o chamado «pecado
de omissão». Isto é, o mais grave não é o que nós, mortais, fazemos, mas o
que deixamos de fazer. Em outras palavras, o que mais prejudica no mundo
não é o mal que cometemos.
A pior coisa que fazemos na vida é ignorar o mal que vemos e sentimos ao nosso redor.
Traduzido do espanhol por Pe. Telmo José Amaral de Figueiredo.
Fonte: CASTILLO, José María. La religión de Jesús: Comentario al evangelio diario – 2020. Bilbao: Desclée De Brouwer, 2019, páginas 413-414.
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