«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Descaso que matou e mata!

 Governo Bolsonaro recusou 14 vezes ofertas para compras de vacina

 Octavio Guedes 

Um dos objetivos da CPI é apontar no relatório final o número de vezes em que o governo DISSE NÃO à única solução para prevenir a doença

Frase proferida por JAIR BOLSONARO, no dia 4 de março de 2021, em Uberlândia (MG)

O governo brasileiro recusou onze [atualizando, são quatorze] ofertas formais de fornecimento de vacinas contra a Covid. O método do Ministério da Saúde para dizer não sempre foi o de ignorar as propostas. O número leva em conta apenas os episódios em que há comprovação documental da omissão governamental e já é de conhecimento dos senadores que vão compor a CPI. 

O placar deve crescer ao longo das investigações, já que um dos objetivos da comissão é apontar no relatório final o número de vezes em que o governo disse não à única solução para prevenir a doença. 

Não ao Butantan: 6 vezes 

Das onze recusas conhecidas e que podem ser provadas com documentos, seis são referentes à Coronavac. Há três ofícios assinados pelo diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, oferecendo o imunizante. O primeiro, datado de 30 de julho de 2020, e o segundo, de 18 de agosto, ficaram sem resposta. O terceiro documento foi entregue pessoalmente em 7 de outubro por Dimas Covas, ao ministro da saúde, o general Pazuello. 

Como os documentos não tinham resposta,...

... o Instituto Butantan realizou três videoconferências com integrantes do Ministério da Saúde para fazer a oferta. Nada andou.

Os documentos com as provas da sabotagem do governo federal à Coronavac já estão separados numa gaveta do Instituto Butantan, aguardando apenas um pedido formal da CPI para serem entregues. 

Não à Pfizer: 6 vezes 

Há ainda mais três ofertas formais feitas pelo laboratório Pfizer [hoje, 13 de maio, o presidente regional da Pfizer confirmou 6 ofertas de vacina sem resposta por parte do governo Bolsonaro!]. A primeira delas foi feita em agosto de 2020, quando a farmacêutica colocou à disposição do Brasil 70 milhões de doses para serem entregues em dezembro de 2020. As outras duas ofertas formais, feitas através de documentos, foram confirmadas pelo laboratório. Segundo o ex-secretário de comunicação, Fabio Wajngarten, como o Ministério ignorava as propostas, exatamente como fez com o Butantan, ele próprio abriu as portas do Palácio do Planalto para uma negociação formal com o presidente da República e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Também não andou. 

Confira todas as ofertas detalhadas pelo executivo da Pfizer à CPI:

1ª oferta – 14 de agosto: duas propostas, de 30 milhões ou de 70 milhões [de doses], com as mesmas condições e mesmo preço;

Oferta de 30 milhões

- 500 mil doses para 2020;

- 1,5 milhão para o primeiro trimestre de 2021

- 5 milhões para o segundo trimestre de 2021

- 14 milhões para o terceiro trimestre de 2021

- 9 milhões para quatro trimestre de 2021 

Oferta de 70 milhões

- 500 mil para 2020

- 1,5 milhão para o primeiro trimestre de 2021

- 5 milhões para o segundo trimestre de 2021

- 33 milhões para o terceiro trimestre de 2021

- 30 milhões para o quatro trimestre de 2021 

2ª oferta – 18 de agosto: duas propostas, de 30 milhões ou de 70 milhões, com as mesmas condições e mesmo preço

Oferta de 30 milhões

- 1,5 milhão para 2020

- 1,5 milhão para o primeiro trimestre de 2021

- 5 milhões para o segundo trimestre de 2021

- 14 milhões para o terceiro trimestre de 2021

- 8 milhões para o quatro trimestre de 2021 

Oferta de 70 milhões

- 1,5 milhão para 2020

- 1,5 milhão para o primeiro trimestre de 2021

- 5 milhões para o segundo trimestre de 2021

- 33 milhões para o terceiro trimestre de 2021

- 29 milhões para o quatro trimestre de 2021 

3ª oferta – 26 de agosto: duas propostas, de 30 milhões ou de 70 milhões

Oferta de 30 milhões

- 1,5 milhão para 2020

- 2,5 milhões para o primeiro trimestre de 2021

- 8 milhões para o segundo trimestre de 2021

- 10 milhões para o terceiro trimestre de 2021

- 8 milhões para o quatro trimestre de 2021 

Oferta de 70 milhões

- 1,5 milhão para 2020

- 3 milhões para o primeiro trimestre de 2021

- 14 milhões para o segundo trimestre de 2021

- 26,6 milhões para o terceiro trimestre de 2021

- 25 milhões para o quatro trimestre de 2021 

4ª oferta 1º de novembro:

- Atualização da oferta, oferecendo:

- 2 milhões para o primeiro trimestre de 2021;

- 6,5 milhões para o segundo trimestre de 2021;

- 32 milhões para o terceiro trimestre de 2021; e

- 29,5 milhões para o quatro trimestre de 2021. 

5ª oferta – 24 de novembro: mesma oferta, com algumas considerações diferentes, principalmente em relação à execução do contrato. 

6ª oferta – 15 de fevereiro de 2021: Oferta foi feita para 100 milhões de doses, considerando 8,7 milhões no segundo trimestre de 2021 e a maior parte nos terceiros e quarto trimestres. 

Fonte: Correio Brasiliense – Política – 13/05/2021 – 15h29 (Horário de Brasília – DF) – Internet: clique aqui.

Não à Covax Facility: 2 vezes 

O senador Randolfe Rodrigues, autor do requerimento da CPI acrescenta à contagem as duas vezes que o governo Jair Bolsonaro se recusou a participar consórcio da Covax Facility. Segundo o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, o Brasil só aderiu no terceiro convite para aquisição de 212 milhões de doses. O acordo era visto pelo Ministério das Relações Exteriores como uma atitude globalista, portanto nociva ao país. O número de doses foi reduzido a pedido do governo brasileiro. 

Burro na cabeça 

Esse humilde blog observa que já são onze [atualizando: quatorze] recusas. Onze [atualizando: quatorze]. No jogo do bicho, 11 é a dezena do burro. Sim, o governo Bolsonaro foi burro, para dizer o mínimo, ao recusar tantas ofertas de vacina. Mas para ser coerente com a retórica do governo, o certo seria que o número de recusas variasse entre 57 e 60, dezenas do jacaré. 

Fonte: Portal G1 – Política – Terça-feira, 27 de abril de 2021 – 06h00 (Horário de Brasília – DF) – Internet: clique aqui (acesso em: 13/05/2021).

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