«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Europa, salve-se quem puder

VINICIUS TORRES FREIRE


Secessão na zona do euro começa a entrar em debate; mais bancos passam a fugir da dívida pública italiana
O IMPENSÁVEL tornou-se uma hipótese: o euro pode ter entrado em fase de liquidação. Desde ontem, a mídia financeira na Europa passou a noticiar rumores de que o núcleo rico e/ou menos endividado da eurozona pensa na secessão monetária. Ou seja, em se livrar de alguns países-problema, como a Grécia.


Como amputar países-membros? Qual utilidade imediata de tal medida? Mistério. Mas a boataria é ruidosa e confirmada por diplomatas em Bruxelas, Paris e Lisboa.
Faz uns dois meses, surgira uma conversa sobre "euro norte" e "euro sul". O "sul" seria o cercado onde seria posta a Europa do Mediterrâneo, afora a França, e Portugal.


A história não foi levada a sério, dadas as intenções manifestas da Alemanha de manter intacta a zona do euro, o que, em outras palavras, indicava a crença alemã de que conseguiria enquadrar a Grécia e de que a terapia daria resultado.


Mas o pacote de "socorro" (socorro!) à Grécia mal durou de julho a outubro. Os donos do dinheiro grosso, os "mercados", não acreditaram nem que a União Europeia conseguiria arrumar € 1 trilhão para bancar os países semiquebrados nem que o "perdão" da dívida grega daria certo (se é que os "mercados" aceitariam de fato perder mais ou menos metade do dinheiro enterrado na Grécia). Tal descrença e Silvio Berlusconi [foto ao lado] empurraram a Itália para o abismo. Salvar a Itália, se é que possível, custaria tanto que a impensável secessão do euro entrou no radar.


Antes disso, os líderes de União Europeia, Alemanha, França e o Banco Central Europeu tentam as últimas cartadas: ou seja, intervenção nos governos grego e italiano.
A Comissão Europeia deu um ultimato aos parlamentares gregos, exigindo compromisso com o pacote de julho, sem o que a Grécia não verá a cor da nova parcela do empréstimo. Além do mais, a União Europeia tentou nomear um interventor como premiê, Lucas Papademos, ex-vice presidente do BCE.


No caso da Itália, "sugerem" sem sutileza que o país desista de fazer eleições tão cedo ou antes de se comprometer com o pacote de "reformas" prometido por Berlusconi (privatizações, liberalização do mercado de trabalho, reforma previdenciária etc). Além disso, tentaram empurrar outro eurotecnocrata para o posto de premiê. Trata-se do ultraliberal Mario Monti, comissário europeu para duas pastas econômicas menores entre 1995-2004.
Ao que parece, os líderes da eurozona talvez consigam fazer gregos e italianos engolir as "reformas", mas não vão nomear os interventores que desejavam. De qualquer modo, vai funcionar?


Apesar de hiperendividada, a Itália não é um caso financeiro perdido, pelo menos não no curto prazo. Mas a inépcia europeia no tratamento da Grécia levou o mercado a fugir da Itália também. O problema italiano agora não é bem o custo alto (os tais 7%) que teria de pagar para refinanciar sua dívida (não está tendo de pagar isso, agora).


Importa mais o impacto dessa desconfiança da dívida italiana sobre a banca. Bancos usam a dívida soberana (do governo da Itália) como garantia para empréstimos que tomam. Se a dívida vale menos, pegam menos dinheiro. Logo, ficam menos dispostos a comprar dívida do governo italiano (a emprestar).
É uma espiral da morte.


Fonte: Folha de S. Paulo - Mercado - Quinta-feira, 10 de novembro de 2011 - Pg. B4 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me1011201109.htm
_____________________________

Juros da dívida de Itália ultrapassam 7%. 
''Este é o caminho para o fim do euro'', afirma Krugman

esquerda.net
09.11.2011


Os juros das dívidas de Itália, Espanha e França dispararam. As bolsas estão afundando em todo o mundo. O economista Paul Krugman [foto ao lado], prêmio Nobel da Economia em 2008, diz que “este é o caminho para o fim do euro” e defende que a “salvação do euro depende de uma mudança radical na política do BCE”.


Juros das dívidas da Itália ultrapassaram a barreira dos 7%, mas a subida atingiu significativamente também os juros das dívidas de Espanha e França. Krugman numa nota publicada nesta quarta feira no jornal The New York Times, responsabiliza os “líderes europeus” pela política adotada.


Os juros da dívida de Itália ultrapassaram os 7%, chegando até a 7,6%, enquanto os da dívida espanhola atingiram os 5,84%, aproximando-se da barreira dos 6%. A diferença entre os juros da dívida francesa e da dívida alemã bateram também um recorde, atingindo pela primeira vez 148 pontos base (1,48 em percentagem). A diferença dos juros da dívida espanhola em relação à alemã atingiram os 400 pontos base (4%), enquanto os da dívida italiana chegaram aos 500 pontos.


Os índices bolsistas caíram igualmente em toda a Europa e também em Nova Iorque. Em Lisboa, o índice bolsista PSI-20 voltou a cair 1,25%, com as ações dos bancos a atingirem novos mínimos históricos.


Krugman na sua nota considera ainda que a política adotada este ano pelo Banco Central Europeu vai ficar para a história como um “exemplo clássico de idiotice política”. E, concluindo, diz que acha difícil acreditar que o euro falhe, mas considera igualmente difícil que a Europa faça o que “é necessário para evitar a falência”.


Krugman defende que a “salvação do euro depende de uma mudança radical na política do BCE”.


Fonte: Instituto Humanitas Unisinos - On-Line - 10/11/2011 - Internet: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=49276
_____________________________
A Força do Silêncio


Junior Velani *


A companhia de flamenco “Antônio Gades”, que recentemente se apresentou em diversas capitais brasileiras, misturando a tradição da dança flamenca com o modernismo introduzido pelo seu fundador, produz sons no silêncio, ou seja, emite-os simplesmente ao dançar, por meio dos passos firmes de seus bailarinos, que, sem o acompanhamento da música, e movidos pelo sangue quente e olhares certeiros, captam o público de uma forma intensa.


Intensidade e sangue quente também não têm faltado na reunião do G-20, que se realiza [realizou] em Cannes, na França. No entanto, os líderes das principais potências mundiais não demonstram mais nenhuma firmeza nos seus passos. Barack Obama, dos Estados Unidos, mantém a aparência da prosperidade, com o sorriso largo e a desenvoltura de um grande bailarino, mas, ao lado de Ângela Merkel, da Alemanha, e Nicolas Sarkozy, da França, vem sofrendo com o descompasso dos demais líderes europeus na busca de soluções para a crise econômica mundial.


O presidente do governo espanhol, José Luis Zapatero, embora conheça a tradição flamenca como ninguém, uma vez que a dança é um dos símbolos do seu país, perdeu a agilidade e a desenvoltura na execução dos movimentos que caracterizam um típico bailarino flamenco, e, assim como o primeiro ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, dá os primeiros passos de um fado melancólico embalado pelas políticas de resgate econômico que lhe foram impostas.


A Itália, por sua vez, vê o seu primeiro ministro, Silvio Berlusconi, perder completamente o apoio do seu público e sinalizar um arremate (nomenclatura usada para configurar o fechamento de uma movimentação de corpo na dança): já informou que não concorrerá mais ao cargo nas próximas eleições em fevereiro de 2012 [acaba de demitir-se]. Que entre na dança, Angelino Alfano, ex-ministro da Justiça e atual secretário geral do partido “Povo da Liberdade” italiano – seu provável sucessor!


Assim como pregava Antônio Gades [foto acima], ao revolucionar a dança flamenca, será fundamental que os líderes dos principais países extraíam da “dança” a sua essência, refutando os virtuosismos e o que for supérfluo, para evitar um sonoro silêncio no baile da economia mundial.


* Junior Velani é contador e advogado, diretor do Grupo Velani, São José do Rio Preto, SP.


Fonte: Velani - Contabilidade e Assessoria - Sexta-feira, 11 de novembro de 2011 - Internet: http://blogvelani.blogspot.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.