«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Excesso de cesarianas?

HÉLIO SCHWARTSMAN
A polêmica em torno do excesso de cesarianas, que já respondem por 52% dos partos realizados no Brasil, opõe a perspectiva da saúde pública à visão individual de mães e obstetras clínicos.


Em termos globais, não há dúvida de que a maior parte desses procedimentos são desnecessários. Segundo a OMS [Organização Mundial da Saúde - ONU], cerca de 15% das gravidezes teriam indicação de parto cesáreo. Os 37 pontos percentuais de diferença ocorrem devido ao desejo da mãe, do médico ou de ambos.


E essa superabundância tem um custo, que, em grandes populações, pode ser verificado na maior incidência de complicações para a mãe (morte, infecções, hemorragias) e para o bebê (morte, nascimento prematuro), sem mencionar os gastos extras para o sistema (o parto normal é mais barato do que o cesariano).


Ocorre que, do ponto de vista da mãe, não é absurdo optar pelo procedimento cirúrgico mesmo quando não há uma indicação clínica. Embora os riscos sejam comparativamente maiores, eles são baixos o suficiente para ser relevados.


A chance de a grávida morrer numa cesárea no Brasil é 3,9 vezes maior que num parto normal, mas, ainda assim, é inferior a uma em cada mil nascimentos - 0,54 contra 0,14 por mil, para ser mais preciso.


Se a mulher não é devota da falácia naturalista e, por não querer sentir dor ou qualquer outra razão subjetiva, escolhe fazer a cesárea, não há razão médica ou moral para repreendê-la por isso.


Mais complicada é a situação do obstetra que pressiona para que suas clientes façam cesarianas. Em muitos casos, eles estão colocando sua própria comodidade e ganhos à frente dos interesses do paciente, o que é eticamente questionável.


De toda maneira, a civilização ocidental já resolveu esse dilema há tempos, ao advogar por democracias que dão aos indivíduos o direito de tomar as decisões relevantes para a sua saúde e sexualidade.


Fonte: Folha de S. Paulo - Opinião - Quarta-feira, 23 de novembro de 2011 - Pg. A2 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/10542-excesso-de-cesarianas.shtml

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