«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

HOMILIA: 1º Domingo do Advento – Ano Litúrgico “B”

José Antonio Pagola *

Evangelho: Marcos 13,33-37

A CASA DE JESUS


Jesus está em Jerusalém, sentado no monte das Oliveiras, olhando para o Templo e conversando confidencialmente com quatro discípulos: Pedro, Tiago, João e André. Vê-os preocupados em saber quando será o final dos tempos. Jesus, pelo contrário, se preocupa em como viverão seus seguidores quando ele não estiver mais no meio deles.


Por isso, mais uma vez lhes revela sua inquietação: “Olha, vivei acordados”. Depois, deixando de lado a linguagem aterrorizante dos visionários apocalípticos, lhes conta uma pequena parábola que passou quase despercebida entre os cristãos. 


“Um senhor saiu de viagem e deixou sua casa”. Porém, antes de se ausentar, “confiou a cada um de seus criados uma tarefa”. Ao se despedir, somente insistiu com eles numa coisa: “Vigiai, pois não sabeis quando virá o dono da casa”. Para que, quando vier, não os encontre dormindo.


O relato sugere que os seguidores de Jesus formavam uma família. A Igreja será “a casa de Jesus” que substituirá “a casa de Israel”. Nela todos são servidores. Não há senhores. Todos viverão esperando o único Senhor da casa: Jesus, o Cristo. Não o esquecerão jamais.


Na casa de Jesus ninguém há de permanecer passivo. Ninguém deve se sentir excluído, sem nenhuma responsabilidade. Todos são necessários. Todos têm alguma missão confiada por Ele. Todos são chamados a contribuir na grande tarefa de viver como Jesus, que eles conheceram dedicado a servir ao reino de Deus.


Os anos irão passar. O Espírito de Jesus entre os seus se manterá vivo? Continuarão se recordando de seu estilo serviçal em favor dos mais necessitados e desvalidos? Seguirão Jesus pelo caminho aberto por ele? A sua grande preocupação é que sua Igreja se adormente. Por isso, lhes insiste três vezes: “vivei acordados”. Não é uma recomendação aos quatro discípulos que o estão escutando, mas sim uma ordem aos que creem de todos os tempos: “O que vos digo, digo a todos: vigiai!”.


A característica mais generalizada dos cristãos que não abandonaram a Igreja é, seguramente, a passividade. Durante séculos, educamos os fiéis para a submissão e a obediência. Na casa de Jesus somente uma minoria se sente hoje com alguma responsabilidade eclesial.


Chegou o momento de reagir. Não podemos continuar aumentando, ainda mais, a distância entre “os que mandam” e “os que obedecem”. É pecado promover o desafeto, a mútua exclusão ou a passividade. Jesus queria ver todo mundo desperto, ativo, colaborando com lucidez e responsabilidade.

Tradução de Telmo José Amaral de Figueiredo.

* José Antonio Pagola é sacerdote espanhol. Licenciado (= mestrado) em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma (1962), licenciado em Sagrada Escritura pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (1965), Diplomado em Ciências Bíblicas pela École Biblique de Jerusalém (1966). Professor no Seminário de San Sebastián e na Faculdade de Teologia do norte da Espanha (sede de Vitoria). Desempenhou o encargo de reitor do Seminário diocesano de San Sebastián e, sobretudo, o de Vigário Geral da diocese San Sebastián (Espanha). É autor de vários ensaios e artigos, especialmente o famoso livro: Jesus - Aproximação Histórica (publicado no Brasil pela Editora Vozes, 2010).

Fonte: MUSICALITURGICA.COM - 22/11/2011 – 10h40 - Internet: http://www.musicaliturgica.com/0000009a2106d5d04.php

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.