«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

População e consumo na Rio +20

José Eustáquio Diniz Alves
EcoDebate
09.11.2011

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio/92) foi aberta oficialmente no dia 03 de junho de 1992. Naquela data a população mundial era de 5.478.595.455 habitantes. No dia 20 de junho de 2012, quando for aberta a Rio + 20 a população mundial deverá estar na casa de 7.052. 135.000 habitantes. Ou seja, em 20 anos a população mundial terá crescido em 1,6 bilhão de habitantes. Houve um aumento demográfico de 29% em duas décadas. Dá pra deixar as questões populacionais de fora da discussão do meio ambiente?


Em 1992, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB mundial – em poder de pardidade de compra (ppp) – foi de 27,9 trilhões de dólares. Isto representou uma renda per capita de 5 mil dólares no ano. Em 2012, o PIB mundial deve ficar em torno de 82,8 trilhões de dólares (ppp) com uma renda per capita mundial de 11,7 mil dólares. Houve um crescimento de 134% no poder de compra médio da população mundial em termos nominais. Deflacionando os números, o aumento foi de 98% em termos reais. Dá pra ignorar a dominação econômica sobre a natureza?


O crescimento do poder de consumo médio da população mundial foi três vezes maior do que o crescimento demográfico. 
Evidentemente, são as parcelas mais ricas da população que concentram a maior parte do luxo do consumo. 
Mas, mesmo que houvesse uma distribuição igualitária da renda, o impacto das presença humana na Terra não deixaria de ser ameaçador para o solo, as águas e a atmosfera.


Não há dúvidas de que o crescimento da população e dos bens e serviços têm aumentado o impacto das atividades antrópicas sobre o meio ambiente. Uma forma de medir este impacto é através da metodologia da Pegada Ecológica.


De acordo com os dados da Global Footprint Network, a Pegada Ecológica da humanidade tem crescido de maneira acelerada nas últimas décadas e já atingiu a marca de 2,7 hectares globais (gha) por pessoa, ultrapassando em 50% a capacidade de regeneração do Planeta.


Considerando o crescimento da renda per capita e seus potenciais efeitos danosos sobre o meio ambiente, os dados mostram que o desenvolvimento da economia foi mais impactante do que o crescimento demográfico. Mas, com braços e bocas, o aumento populacional alimenta o crescimento econômico. 


E para alimentar a população com comida e o sonho de consumo, quem paga o pato é o meio ambiente e as cerca de 30 mil espécies que são extintas a cada ano.


No ritmo atual a humanidade caminha para o suicídio e o ecocídio. Portanto, é urgente pensar um novo padrão de produção e consumo que torne viável e sustentável ambientalmente a vida dos mais de 7 bilhões de habitantes do mundo. A Rio + 20 precisa apresentar propostas concretas para uma mudança de rota, evitando uma possível queda no precipício. Precipíco que está sendo cavado, sem paz, com mãos, pés e pás.


Em artigo recente, o prestigiado demógrafo George Martine, mostrou qual é a primeira (e complexa) tarefa a ser agendada: “A solução passa pela revisão radical do nosso modelo de desenvolvimento e da sereia que o estimula – o consumismo”.

* José Eustáquio Diniz Alves (foto acima) é doutor em demografia e professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos - On-Line - 09/11/2011 - Internet: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=49258

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