«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

UMA AÇÃO QUE FAZ DIFERENÇA...

O DESAFIO DE TIRAR CRIANÇAS E ADOLESCENTES 
DO MUNDO DO CRACK

Artur Rodrigues

Projeto Quixote mostra que resultados não vêm a curto prazo.
"Querer resolver rapidamente é maquiar", diz psicólogo
Jovens do "Projeto Quixote" em atividade

Como muitos meninos de rua da região da Cracolândia, W.S.V., de 19 anos, experimentou crack, cola e tíner. Já foi parar na Fundação Casa e diz que apanhou muito da polícia. "Quando estava tomando 'botinada', eu dizia: 'Seu sargento, eu quero ser policial, não marginal'", conta. Aos 13, ele passou a ser acompanhado pela ONG Projeto Quixote e hoje está longe das ruas e das drogas. "Ainda quero ser policial, do bem", diz.
Enquanto a Prefeitura tenta resolver o problema com o Projeto Braços Abertos, que dá emprego e moradia aos adultos, quem trabalha no Quixote com as crianças adianta que os resultados não virão em curto prazo. "Querer resolver rapidamente é maquiar", diz o psicólogo Lucas Carvalho, que desde 2005 atua no Quixote, no programa Refugiados Urbanos.
Atualmente, a ação conta com 20 ETs, sigla de educadores terapêuticos. Na mochila, carregam um kit lúdico, com brinquedo, instrumento musical, jogos - qualquer coisa que faça a criança esquecer do cachimbo por alguns momentos.
Estado [jornal] acompanhou dois ETs pelas ruas da Cracolândia. Na Alameda Barão de Piracicaba, os psicólogos Ivan Ratcov e Livia Lascane observam os rostos dos que fumam pedra. Dificilmente a abordagem ocorre quando os meninos estão usando a droga no fluxo. "Às vezes, a gente vem aqui só para dar um 'joia'", diz Ratcov. "A maior parte do trabalho ocorre no Moinho da Luz (imóvel na Rua Mauá onde as crianças são atendidas)."
Auro Danny Lescher - psiquiatra

Livia conta que, muitas vezes, as crianças vão ao Moinho da Luz apenas para tomar banho ou dormir. Aos poucos, os educadores vão ganhando a confiança deles. Pela filosofia do projeto, a droga é vista como uma parte de um processo de fuga. "Para nós, eles não são dependentes químicos precoces. Eles têm na droga um meio de amenizar a ruptura com a família", diz o coordenador do programa, Auro Danny Lescher.
Em 2011, a ONG fez um levantamento com crianças na região central. O resultado foi que negligência ou violência (física, psicológica ou sexual) foram os principais motivos apontados pelos entrevistados para estarem na rua. Naquele ano, de 209 atendidos, 58 passaram pelo chamado processo de rematriamento, que consiste na reconstrução dos vínculos com a família e com a comunidade.
No caso de W., o trabalho ainda não acabou. Os vínculos dele começaram a ser desfeitos na infância, na Bahia, quando a mãe foi assassinada. Mandado para São Paulo para morar com o pai, acabou fugindo de casa. Hoje, mora em uma residência terapêutica e, no Natal, deu mais um passo para fazer as pazes com a própria história e passou o feriado na casa do pai, no litoral paulista. "Foi da hora. A gente se deu bem."
Fonte: O Estado de S. Paulo - Metrópole - Domingo, 9 de fevereiro de 2014 - Pg. A22 - Internet: clique aqui.

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