«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

VENEZUELA - SEM RUMO E SOB O CAOS!

Chavismo está produzindo mártires

Eric Farnsworth

A prisão de Leopoldo López, sem processo legal, legitimou sua oposição ao governo; número de seus seguidores está aumentando
Leopoldo López - líder oposicionista venezuelano

O movimento de oposição na Venezuela parece ter encontrado a sua voz com o surgimento de Leopoldo López, líder disposto a assumir riscos em favor das mudanças. Ao acusar López de terrorismo e de tramar para depor o governo, Nicolas Maduro tinha poucas alternativas senão prendê-lo quando ele se apresentou liderando os protestos na terça-feira em Caracas. Assim, o governo deu legitimidade a López de um modo que somente a prisão e a perseguição conseguem.
O interesse da imprensa e do público é saber se López permanecerá na prisão e em quais condições. Sua detenção sem processo legal agitou ainda mais as ruas. O governo está consciente do dilema que criou. Nada menos que uma figura como Diosdado Cabello, o fidelíssimo presidente da Assembleia Nacional, escoltou López para seu confinamento. Sinistramente, chavistas sugeriram publicamente, sem prova, que existe uma conspiração da extrema direita para assassinar López.
O governo espera tirar o fôlego do movimento de protesto prendendo seus líderes e perseguindo os participantes das manifestações. Houve diversas mortes. Até agora o governo atacava oponentes usando coação econômica e censura política, mas mortes e desaparecimentos, responsabilidade do governo ou de capangas e matadores de aluguel patrocinados por ele, criaram mártires que não são esquecidos facilmente.
Presidente Nicolas Maduro - Venezuela
Não significa que a Venezuela entrará numa fase de ingovernabilidade ou guerra civil. Maduro continua com o monopólio do uso da força, da informação e da economia e, provavelmente, manterá o controle se assim o decidir. Também recebe orientação e força em tempo real do regime de Cuba, que tem certo conhecimento em lidar com protestos e com líderes de oposição.
Naturalmente, isso exigirá mais repressão. A Unasul, a OEA, a Celac e os EUA, entre outros, apelam para as partes acalmarem os ânimos. Tendo se aproximado do abismo, o governo e os manifestantes podem, na verdade, recuar. Isso não bastará para resolver os problemas do país: a economia combalida, a inflação galopante, a escassez de produtos de consumo e o aumento da criminalidade. Também não resolverá o dilema sobre o que fazer com López. Se o governo o libertar, ele já prometeu convocar novos protestos e seus seguidores vêm aumentando em número. Se o mantiver afastado, ele se tornará a lembrança diária da repressão e das práticas antidemocráticas.
Até o momento, o governo parece estar satisfeito que Henrique Capriles, ex-candidato à presidência, fale pela oposição. Capriles está envolvido com problemas como governador do Estado de Miranda e preferiu assumir uma posição menos beligerante. Pego de surpresa pelo entusiasmo da população com a nova proposta de López, o chavismo está numa encruzilhada e talvez não saiba ao certo como reagir.
Os governos da região deveriam deixar claro que liberdade de reunião, protestos pacíficos e liberdade de expressão são valores defendidos pela comunidade internacional e consagrados na Carta Democrática Interamericana, da qual a Venezuela é signatária. Se não são respeitados, não fica claro, por exemplo, por que a Venezuela deve ser acolhida nos fóruns do continente onde a democracia é condição essencial para uma adesão. Menos de um ano após a morte de Hugo Chávez, a base revolucionária que ele erigiu para a Venezuela parece estar enfraquecendo.
Fonte: O Estado de S. Paulo - Internacional - Quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014 - Pg. A12 - Internet: clique aqui.
CENÁRIO
HUMAN RIGHTS WATCH CRITICA SILÊNCIO DO BRASIL
Cláudia Trevisan
José Miguel Vivanco - diretor da ONG Human Rights Watch
A prisão do líder de Leopoldo López não tem embasamento em provas e viola princípios básicos do devido processo legal, afirmou na quarta-feira, 19, em Washington, o diretor para as Américas da ONG Human Rights Watch, o advogado chileno José Miguel Vivanco. "A única causa provável para a detenção é o fato de ele ser um dirigente de oposição que convocou manifestações contra o governo, o que não é causa suficiente em uma democracia para privar alguém de sua liberdade", disse.
Vivanco afirmou que as restrições à atuação da imprensa na Venezuela também violam tratados internacionais, como o Pacto de Direitos Civis e Políticos e a Convenção Americana de Direitos Humanos. Ele criticou o silêncio do governo brasileiro e disse que ele é incompatível com a pretensão do país de desempenhar um papel de líder regional e global. "O Brasil conta com enorme peso, credibilidade e influência, especialmente na América do Sul, e deveria tomar iniciativas, idealmente públicas, que demonstrem seu compromisso com alguns valores jurídicos básicos", ponderou.
Fonte: O Estado de S. Paulo - Internacional - Quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014 - Pg. A12 - Internet: clique aqui.

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