«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Deficiências do ensino médio

É todo o futuro de uma nação que está em jogo

Editorial
Jornal “O Estado de S. Paulo”

Educação sem avanço rumo à excelência
é passo atrás no desenvolvimento
Resultado de imagem para escola estadual no ceará - tempo integral
ESCOLA ESTADUAL DE TEMPO INTEGRAL
Município de Camocim - Ceará

“Não há hoje nenhuma rede estadual de ensino garantindo o nível de aprendizagem que os alunos precisam ter no ensino médio”, constata a pesquisa Excelência com Equidade no Ensino Médio promovida pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), Fundação Lemann, Instituto Unibanco e Itaú BBA. Segundo o Sistema de Avaliação da Educação Básica, dos estudantes da rede pública que ingressam no ensino médio, apenas 34% têm aprendizado adequado em português e 15%, em matemática. Desde 2005, 14 Estados tiveram queda na proficiência de português e 16 na de matemática. Apesar disso, há exemplos de boas práticas que merecem ser intensificadas e replicadas.

Os “segredos” das escolas públicas de melhor qualidade

De um total de 5.042 escolas públicas, os pesquisadores identificaram apenas 100 (2%) que atingiram critérios mínimos de qualidade, como taxas de aprovação acima de 95%, proficiência satisfatória em português e matemática e desempenho acima da média no Enem. O foco do estudo foi identificar os elementos diferenciais dessas escolas.

1º) Um primeiro elemento é regional: 55 dessas 100 escolas estão no Ceará, seguido por Pernambuco, com 14. Na Região Sul, apenas duas escolas passaram pelo crivo, e na Região Norte, só uma.

2º) O dado que mais chama a atenção de gestores e pedagogos é que a maioria dessas escolas funciona em tempo integral. É uma tendência em quase todos os Estados, mas morosa: em 2014, as escolas de ensino integral representavam 5,4% do total, e hoje são quase 10%. Lamentavelmente, o governo federal chegou a acenar com um programa de fomento ao ensino integral, mas recuou desse propósito.

De um modo geral, o currículo integral é composto por duas partes, uma comum, com o repertório de disciplinas fundamentais, e outra diversificada, com matérias eletivas, projetos e dinâmicas alternativas. Assim, além da transmissão de conteúdos, esse modelo “abre mais espaço para trabalhos autorais dos estudantes - projetos interdisciplinares que proporcionam a aplicação prática dos conteúdos, com:
* estímulo à conexão de saberes,
* à reflexão e
* à expressão mais ampla das habilidades de cada um,
* produzindo conhecimento e formando pensamento crítico”, diz a pesquisa.
Resultado de imagem para professores da rede estadual recebem formação
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA REDE PÚBLICA
Chapecó - Santa Catarina

Desafios para a implantação do ensino em tempo integral

Os ganhos são evidentes: 82 das 100 escolas mais qualificadas da rede pública são integrais. Mas há muitos desafios à sua replicação. Em primeiro lugar, é um modelo que não atende todos os estudantes. Quatro em cada dez alunos da rede pública exercem atividade remunerada após as aulas, imprescindível para a economia doméstica da maioria. De resto, é um modelo evidentemente custoso. Se for bem implementado, traz, por óbvio, retorno, mas, se não for, pode acarretar desperdício de recursos, algo particularmente crítico na atual conjuntura de austeridade fiscal.

Outra constatação do estudo é que, se no ensino fundamental o bom desempenho das escolas está associado a intervenções diretas das secretarias de cultura com vistas a qualificar a formação e os formadores, no ensino médio o suporte não costuma ir além do monitoramento de indicadores. Assim, há poucas políticas de capacitação de professores do ensino médio, e o resultado delas é bastante modesto.

Seis aspectos comuns aos melhores sistemas educacionais

Em conclusão, os pesquisadores afirmam, com base em estudos internacionais consolidados, que seis aspectos são comuns aos melhores sistemas educacionais. No Brasil, três deles são verificados nas melhores escolas:
1º) elas trabalham para garantir um bom clima escolar; depois,
2º) possuem uma gestão focada na aprendizagem dos alunos; e, finalmente,
3º) realizam avaliações que apontam intervenções pedagógicas necessárias.
Contudo, nos três outros elementos, a saber,
4º) o currículo como norte central,
5º) o financiamento mínimo necessário e
6º) a formação de professores,
há uma carência generalizada, especialmente no último. O desafio é grande, mas não há alternativa senão enfrentá-lo.

Cada dia que a educação não avança rumo à excelência é um passo atrás no caminho do desenvolvimento.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Notas & Informações – Quarta-feira, 9 de outubro de 2019 – Página A3 – Internet: clique aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.