«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

O Sínodo da Amazônia começou!

Quando a prudência não é timidez...
Papa Francisco na homilia da missa de abertura
do Sínodo da Amazônia

Andrea Grillo*

Os pontos-chave indicados por Papa Francisco em sua homilia,
comentados por um teólogo italiano
Indígena participa da Missa de Abertura do Sínodo Extraordinário para a Região Pan-Amazônica
Domingo, 6 de outubro de 2019 - Basílica de São Pedro - Vaticano

Com a Eucaristia celebrada antes de ontem, começou o Sínodo especial sobre a Amazônia. O texto da homilia do Papa Francisco permite identificar alguns pontos-chave, úteis para orientar o caminho da assembleia episcopal, que inicia seu trabalho nesta segunda-feira [7 de outubro]. Vamos tentar fazer uma breve revisão desses pontos-chave.

Para ler, baixar e imprimir a homilia do Papa, clique aqui.

Fazer o Sínodo é um compartilhamento de um dom

"Recebemos um dom para sermos dons": assim, comentando a primeira leitura, Francisco fotografa o primeiro desafio do Sínodo: sair de um imaginário "de funcionários" e redescobrir que o serviço à Igreja não pode ser substituído pelo se servir da Igreja. Ser "servos inúteis" significa ser "servos sem lucro", gratuitamente no serviço do evangelho.

Assista ao vídeo com toda a Santa Missa
de Abertura do Sínodo, clicando abaixo:



O dom deve ser “reaceso”

"Se tudo permanecer como está, ... o dom desaparece": o dom recebido pelo bispo é um fogo, que deve ser reaceso. Portanto, uma pastoral de "manutenção" contradiz a missão da Igreja. Que precisa do fogo do Espírito, que se renova saindo de estereótipos, seguros, mas autorreferenciais.

Reacender exige espírito de prudência, não de timidez

"Alguns pensam que a prudência é a virtude da 'alfândega', que para tudo para não cometer erros": reacender o dom de Deus exige prudência, força, caridade. Não timidez, não medo, não indiferença. Não é indecisão, não é uma atitude defensiva, mas "virtude de vida, virtude de governo". Assim, a prudência pode assumir, sem qualquer contradição, a qualidade da audácia, uma vez que está a serviço da "novidade do Espírito". A demanda dessa virtude supera o obstáculo da indiferença e torna-se oração eclesial: "Então, reacender o dom no fogo do Espírito é o contrário de deixar as coisas seguir em frente sem fazer nada. E ser fiel à novidade do Espírito é uma graça que devemos pedir em oração. Ele, que faz novas todas as coisas, nos doe sua prudência audaciosa; inspire nosso Sínodo a renovar os caminhos da Igreja na Amazônia, para que o fogo da missão não se apague".
PAPA FRANCISCO
faz a sua homilia durante a Missa de Abertura do Sínodo da Amazônia

O presente deve ser oferecido, não imposto

"Quando sem amor e sem respeito se devoram povos e culturas, não é o fogo de Deus, mas do mundo": a evangelização se torna colonização quando o dom não é oferecido, mas imposto, e o seu fogo não dá força, mas consome. É um fogo que atrai e gera unidade, não que devora e homologa as diferenças.

A cruz dos irmãos na Amazônia

"Muitos irmãos e irmãs na Amazônia carregam cruzes pesadas": o caminho sinodal está a serviço do testemunho. Deve reconhecer o martírio e pode fazê-lo retornando ao evento da cruz e ao seu testemunho. O Sínodo é um ato de serviço eclesial à possibilidade de reconhecer plena e integralmente essas igrejas da Amazônia, nas quais outros já deram suas vidas e continuam a oferecê-las "sem lucro". "Para eles, para aqueles que estão dando suas vidas agora, para aqueles que ofereceram suas vidas, com eles, caminhemos juntos".

Esses 5 pontos são o horizonte de um programa de "exercício pastoral da prudência": no seu centro está uma nova assunção de responsabilidade. A prudência significa "exercer autoridade" de uma maneira não apenas negativa. Esse desafio diz respeito principalmente à Amazônia e à sua história particular, mas destaca (e configura a solução para) uma questão que preocupa profundamente a vida de toda a Igreja universal.

Traduzido do italiano por Luisa Rabolini. A versão original é acessível, clicando aqui.

* ANDREA GRILLO, teólogo leigo italiano, professor do Pontifício Ateneu Santo Anselmo, em Roma; do Instituto Teológico Marchigiano, em Ancona; e do Instituto de Liturgia Pastoral da Abadia de Santa Justina, em Pádua.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Terça-feira, 8 de outubro de 2019 – Internet: clique aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.