«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 22 de julho de 2021

As bravatas do general

 Desde quando, militar dá palpite e faz ameaças em um regime democrático?

 Germano Oliveira 

Isso não pode ficar sem resposta!!!

WALTER BRAGA NETTO - atual Ministro da Defesa do governo Bolsonaro

Que Bolsonaro seja irresponsável ao ponto de pregar abertamente um golpe caso não tenhamos o voto impresso nas eleições de 2022 é uma coisa, pois ninguém mais leva a sério o que ele diz. O grave é quando um general de quatro estrelas, como o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, ameaça as instituições democráticas pelo mesmo motivo, assegurando que se o voto de papel não voltar a ser instituído, os militares garantem que não teremos eleições. 

De duas, uma. Ou o militar é um bravateiro, desmerecedor de reverência da sociedade, ou é um vassalo do presidente, aquele que coloca interesses pessoais acima dos anseios da Nação, que exige o respeito à Constituição e à manutenção da democracia e do Estado de Direito. Se forem as duas coisas associadas, então teremos um caldo de cultura para a volta aos tempos de chumbo que nos fizeram tanto mal. 

A nós, que sofremos com os horrores da ditadura de 1964, resta esperar que tudo não passe de bravatas de um general atordoado pelas asneiras do capitão abestalhado. Até porque, parece cada vez mais claro que os militares no poder hoje se comportam mais como um cão que só ladra e não morde.

Ninguém fica anunciando diariamente que vai dar um golpe caso seus pleitos não sejam atendidos.

De pouco vale o ministro da Defesa desmentir agora que tenha dito o que disse ao presidente da Câmara, Arthur Lira: se não tivermos o voto impresso, não teremos eleição no ano que vem. Afinal, o estrago já foi feito. Quando o militar fez essa ameaça, há 15 dias, estava acompanhado pelos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. 

Portanto, a intimidação não foi feita banalmente. Foi feita com o propósito inequívoco de pressionar o Congresso a aprovar o voto impresso, medida, porém, que será rejeitada no próximo dia 5, com a volta do recesso. A não ser que a pressão de Bolsonaro e dos militares surta efeito e os congressistas afinem. 

Para o bem da democracia, é de se esperar que as ameaças não surtam efeito. Afinal, a maioria dos partidos já disse que não deseja mudar a estrutura da votação, baseada hoje nas seguras urnas eletrônicas. Elas nos tiraram da escuridão do voto de cabresto e da corrupção da venda de votos. 

Fonte: IstoÉ – Microsoft News – Quinta-feira, 22 de julho de 2021 – 17h30 – Internet: clique aqui (Acesso em: 22/07/2021). 

Em resposta à ameaça de Braga Netto, presidentes de partidos querem enterrar ideia do voto impresso

 Lauriberto Pompeu 

Os presidentes do PSDB, DEM, MDB, Solidariedade e PSD articulam a derrubada da proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, defendida pelo governo.

 

O movimento já existia há algumas semanas, mas agora ganhou impulso, após a ameaça do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, de não haver eleições em 2022 caso o Congresso não aprove o voto impresso, conforme revelou o Estadão. Há outros partidos que são contra a PEC, mas esses são os que encabeçam a linha de frente do movimento para adiantar a votação e rejeitar o texto. 

A mobilização dos partidos foi informada pela CNN e confirmada pelo Estadão. Na prática, os partidos se mobilizam para evitar qualquer possibilidade de adiamento da comissão formada para analisar o tema. A ideia é que a proposta seja votada logo na volta do recesso legislativo, na primeira semana de agosto. 

O nosso trabalho é para rejeitar esse absurdo”, disse o presidente do DEM, ACM Neto, ao Estadão. “Essa coisa do Braga Netto acaba reforçando a articulação contra (a PEC)”, declarou o ex-prefeito de Salvador. 

Como mostrou o Estadão, a Comissão Especial da Câmara sobre o tema chegou a ter maioria de votos favoráveis para aprovar voto impresso, mas presidentes de partidos e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) agiram para trocar os integrantes da comissão e deixar o texto sem apoio suficiente. No fim de junho, presidentes de 11 partidos fecharam um posicionamento contra o voto impresso. Os caciques das legendas, incluindo os da base do presidente Jair Bolsonaro no Congresso, decidiram derrubar a proposta discutida na Câmara e patrocinada pelo chefe do Planalto. 

Na semana passada, no último dia antes do recesso legislativo, deputados contra a PEC tentaram convocar o colegiado para rejeitar o texto, mas o presidente da comissão, o deputado bolsonarista Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), adiou a votação com uma manobra regimental. 

O deputado Fábio Trad (PSD-MS), integrante titular da comissão especial, afirmou que a “orientação do partido é para rejeitar”. De acordo com ele, as ações do ministro reforçam as articulações contra a ideia. “Esta ameaça do Braga Netto aumentou a indisposição com a PEC”, declarou. 

A proposta de emenda à Constituição do voto impresso é uma das principais bandeiras políticas do presidente Jair Bolsonaro, que já deu declarações consideradas golpistas ao dizer que “ou fazemos eleições limpas ou não temos eleições”. 

Bolsonaro afirma, seguidamente, que sem esse mecanismo as eleições serão fraudadas. Ele também repete, sem nunca ter apresentado qualquer prova, que teria vencido a eleição de 2018 já no primeiro turno e que o deputado Aécio Neves (PSDB) venceu a disputa de 2014, algo que o próprio tucano disse não acreditar.

LUIS ROBERTO BARROSO - Ministro do STF e Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, afirma sobre a urna eletrônica, sem titubear: "Eficiente, seguro e auditável"

Voto impresso auditável
 

O voto impresso já foi implantado em caráter experimental nas eleições presidenciais de 2002 — e acabou reprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Naquele ano, para testar o sistema, a medida foi adotada em 150 municípios, atingindo 6,18% do eleitorado. 

“Sua introdução no processo de votação nada agregou em termos de segurança ou transparência. Por outro lado, criou problemas”, apontou um relatório do TSE.

O tribunal concluiu que, nas seções com voto impresso, foram maiores o tamanho das filas e o percentual das urnas que apresentaram defeitos, além das falhas verificadas apenas nas impressoras. “Houve incidência de casos de enredamento de papel, possivelmente devido a umidade e dificuldades de manutenção do módulo impressor”, apontou o relatório do TSE. 

No Distrito Federal, que adotou o voto impresso em todas as seções eleitorais em 2002, o índice de quebra de urna eletrônica no primeiro turno foi de 5,30%, enquanto a média nacional foi bem inferior: 1,41%. 

Fonte: O Estado de S. Paulo – Microsoft News – Quinta-feira, 22 de julho de 2021 – 17h40 – Internet: clique aqui (Acesso em: 22/07/2021).

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