«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sábado, 24 de julho de 2021

Brasil perde um de seus grandes pensadores

 Filósofo Roberto Romano morre aos 75 anos

 Redação

O Estado de S. Paulo 

Professor que traduziu a ética política e as relações do Estado morreu por causa de complicações da covid-19; ele estava internado desde junho

ROBERTO ROMANO (Foto: Felipe Rau / Estadão)

Morreu nesta quinta-feira, 22 de julho, o filósofo, escritor e professor Roberto Romano, de 75 anos, por complicações decorrentes da covid-19. Segundo o Instituto do Coração (InCor), ligado ao Hospital de Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), onde ele estava internado, Romano deu entrada no dia 11 de junho. De acordo com a nota do hospital, Romano “evoluiu nas últimas semanas com quadro clínico grave, que culminou em falência de múltiplos órgãos”. Ele era colaborador frequente do jornal O Estado de S. Paulo [Estadão]. 

Graduado em filosofia em 1973 e doutor na L’École des Hautes Études en Scienses Sociales, na França, em 1978, Romano era professor titular aposentado do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).  Foi autor de livros como:

* Razão de Estado e Outros Estados da Razão [Ed. Perspectiva, 2014];

* Brasil: Igreja contra Estado [Ed. Kairós, 1979] e

* Conservadorismo Romântico: Origem do Totalitarismo [Ed. Brasiliense, 1981],

entre tantos outros. Ele era um estudioso da ética e da relação entre religião e política.

Com uma carreira marcada pela vida na religião e grande leitor de Thomas Hobbes e Max Weber, se aprofundou na ética com vastos estudos sobre o trabalho do holandês Baruch Spinoza. Ele foi vencedor do prêmio Jabuti, em 2015, junto a Newton Cunha, e Jacó Guinsburg com a tradução Spinoza Obra Completa – Vols. 1 a 4 [Ed. Perspectiva]. 

Natural da pequena cidade de Jaguapitã, no norte do Paraná, próximo à divisa com São Paulo, Romano era casado há 50 anos com a socióloga Maria Sylvia de Carvalho Franco. Quando jovem, Romano mudou-se com a família para Marília, onde cursou o ginásio e o ensino médio. Nessa época, ingressou na Juventude Estudantil Católica, quando foi, durante 12 anos, frade dominicano. Durante a ditadura militar, em 1969, foi preso e levado, inicialmente, para o Centro de Informações da Marinha (Cenimar). No final de 1970, depois de ouvido pela Auditoria Militar, foi libertado. 

Romano era um forte crítico do governo Bolsonaro.

“No Brasil a Presidência da República é aconselhada por um gabinete oculto, com várias atribuições. Nenhuma delas integra a lista das mais relevantes missões estatais”, escreveu para o Estadão, em maio deste ano.

No dia 13 de maio, como informou o Estadão, Romano foi um dos acadêmicos que subscreveu, junto com juristas, uma ação pública pedindo a interdição do presidente Jair Bolsonaro, no Supremo Tribunal Federal (STF). 

Repercussão

A morte de Romano foi sentida pela comunidade acadêmica brasileira. “Nossa universidade lamenta profundamente o falecimento do professor Roberto Romano”, disse o reitor da Unicamp, Antonio José Meirelles. “Sempre se caracterizou pela defesa do ensino público e das nossas instituições de fomento à ciência e tecnologia”, disse. 

“Que dia complicado. Lembro de ler os artigos dele durante a graduação para entender sobretudo os conceitos de moral e ética. E ele era mestre da didática”, lamentou Serge Katembera, doutor em sociologia pela Universidade Federal da Paraíba, no Twitter. 

“Lastimo muito a morte do professor de Ética e Filosofia Política da Unicamp, Roberto Romano, de complicações decorrentes da covid”, disse, pelo Twitter, Wilson Gomes, professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital. “Um homem gentil, extremamente inteligente, filósofo e intelectual público do primeiro time.” 

O filósofo deixa a mulher, dois enteados, Luiza Moreira e Roberto Moreira, e duas netas. 

Fonte: O Estado de S. Paulo – Política – Sexta-feira, 23 de julho de 2021 – Pág. A12 – Internet: clique aqui (Acesso em: 24/07/2021).

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