«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A mágica do Natal

HÉLIO SCHWARTSMAN

Imbuído de autêntico espírito natalino, arrisco hoje uma coluna sobre a mais popular festa da cristandade. Se há uma característica do cristianismo para a qual temos de tirar o chapéu, é sua visão de mercado. É preciso ser bom para converter o que era uma dissidência de uma religião complicada e impopular como o judaísmo na fé mais seguida do mundo. E a construção da liturgia do Natal ilustra bem essa vocação mercadológica.
Nos primórdios, o cristianismo paulino valeu-se de elementos sincréticos que o ajudaram a difundir-se. O nascimento de Cristo, por exemplo, foi definido como sendo em 25 de dezembro porque nessa data ocorria uma festa muito popular à época, o nascimento de Mitra [representação deste deus na pintura acima]. Também no dia 25, várias tradições, como a germânica e a céltica, exaltavam o solstício de inverno. Se as pessoas pudessem reconhecer elementos familiares no cristianismo, seria mais fácil fazê-las abraçar a nova fé.


Já o hábito de trocar presentes é uma herança das Saturnais romanas, festival que ia de 17 a 23 de dezembro no qual se pagava tributo a Saturno promovendo, entre outras coisas, orgias. A árvore e a decoração de Natal também são empréstimos de outras religiões.


Uma das razões da impopularidade do judaísmo, além da circuncisão e de tabus alimentares, era o fato de não aceitar as "verdades" religiosas dos outros. Enquanto gregos, persas e romanos podiam até celebrar as características comuns entre seus deuses, o Deus ciumento dos hebreus exigia exclusividade.


O cristianismo também possui um Deus único, mas, em elementos não centrais para a doutrina, soube negociar com outros povos. Roma não podia admitir o culto a Mitra, mas por que não ficar com o 25 de dezembro para celebrar o nascimento de Cristo? O Vaticano não pode autorizar preces para Tutatis, mas por que não incorporar uma arvorezinha e uma guirlanda nas festas?


Fonte: Folha de S. Paulo - Opinião - Domingo, 25 de dezembro de 2011 - Pg. A2 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/16736-a-magica-do-natal.shtml

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