«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Um momento para reencontrar a confiança

Vito Mancuso
La Repubblica (Roma - Itália)
17.12.2011

Natal significa nascimento, e, portanto, celebrar o Natal significa celebrar o nascimento. De Jesus, certamente, mas não só. O aniversário do Jesus histórico, de fato (pelo que sabe, o dia 25 de dezembro é apenas uma convenção), tem o poder de relembrar todo o ser humano a se interrogar sobre o sentido de vir ao mundo, sobre qual é esse sentido, se depois deveremos morrer. Por que nascemos? Por que pomos filhos no mundo?


A celebração desse eterno mistério da existência cai hoje na Itália em um momento particularmente difícil. Nesse cenário, o Natal pode, em quem quiser, redespertar a reflexão sobre o significado do nascimento, porque ele desempenha todo o seu sentido sobre o fato de ser um grande "sim" ao vir ao mundo, à beleza e à sensatez do existir.


A manjedoura de Belém é uma celebração do nascimento de Jesus. Mas Jesus, para a fé cristã, é o Cristo, o Filho de Deus, o Logos eterno, que preside o fazer-se do mundo que se dá todos os dias. Vem daí, portanto, que a celebração do seu nascimento em um ponto determinado do tempo e do espaço é, ao mesmo tempo, a celebração da incessante natividade cotidiana em todos os outros pontos do tempo e do espaço. O que envolve a redescoberta da maravilha originária diante do novo e do não devido e, no caso da manjedoura em Belém, algo ainda mais específico: envolve a redescoberta da confiança no ser homens.


Estou convencido de que isso é a coisa de que precisamos, o presente mais precioso que eu desejo que cada um reencontre debaixo da árvore de Natal. A crise do nosso tempo é, de fato, conotada, no fundo, por uma desconfiança do homem para consigo mesmo, para com a sua capacidade de bem e de justiça.


Sofremos, em nível espiritual, daquilo que Hans Jonas denominava de "síndrome gnóstica", isto é, da desconfiança na bondade da natureza, em particular a humana. O anúncio de dois mil anos de idade de uma aliança entre o sentido último do ser (Deus) e a humanidade, que se acredita que ocorreu na carne de uma criança, ainda pode ser de grande ajuda para continuar amando a vida.

 * Vito Mancuso, teólogo italiano, professor da Università Vita-Salute San Raffaele, de Milão.

A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos - Notícias - 20/12/2011 - Internet: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/505205-um-momento-para-reencontrar-a-confianca-artigo-de-vito-mancuso

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