«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

LIÇÕES DO JULGAMENTO...

STF [sozinho] não faz verão

Dora Kramer
Supremo Tribunal Federal (Brasília, DF) - vista externa

Sobre o tão falado efeito pedagógico do julgamento do mensalão a respeito dos meios e modos da política brasileira, Peter Hakim, coordenador de um grupo de intelectuais que estuda as relações entre Brasil e Estados Unidos, fez observação das mais pertinentes em entrevista a O Globo.

Para ele, educativo não é o impacto de um episódio que, de resto, pode se perder no tempo, e sim as lições que se tiram dele e as práticas adotadas a partir desse ou daquele acontecimento.

Hakim cita o exemplo da Suprema Corte americana na decretação, em 1954, da ilegalidade da segregação racial nas escolas, "que não teria sido uma decisão histórica sem o movimento pelos direitos civis, o investimento no acesso à educação universal etc".

Em seguida, Peter Hakim lembra o impeachment de Fernando Collor, cujo impacto acabou se perdendo _ "O Brasil não aproveitou a ocasião como poderia" _ em boa medida por ter sido tratado como exceção.

Por esse raciocínio, o efeito de longo prazo do mensalão depende muito de o caso não ser tratado como "ponto fora da curva", mas como um passo que inicie uma caminhada na direção de "poderes mais independentes e instituições mais honestas".

Falemos da nossa realidade específica, em que há outro fator: o público nem sempre consciente da respeitabilidade que lhe é devida de um lado e, de outro, precisa ser exercida.

Fernando Collor recuperou os direitos políticos e foi eleito senador. Dos condenados de agora, os que não renunciaram ou foram cassados ganharam novos mandatos nas urnas. Como esses, inúmeros casos. Para citar três: Paulo Maluf, Severino Cavalcanti e Natan Donadon, eleitos apesar de todos os pesares.

Portanto, esperar que o Supremo faça o serviço com um julgamento é contrariar a metáfora da andorinha que solitária não faz primavera nem verão.

Da onça

A manifestação do ex-presidente Lula da Silva aos companheiros de partido José Dirceu e José Genoino - "estamos juntos" - figurativamente tem sentido de solidariedade.

Objetivamente, nem tanto. Para quem foi o maior beneficiário da maioria parlamentar construída nos termos postos pelo STF, soa algo cruel a frase dita do lado de fora do presídio.

Para todos

Ninguém em sã consciência deixa de achar que o pedido de prisão domiciliar para José Genoino faz sentido e é justo. Uma questão de bom senso devido ao estado de saúde dele.

Outra coisa é a exploração política de petistas acusando o ministro Joaquim Barbosa de pôr em risco a vida de Genoino antes do aval de opinião médica.

Ademais, tal preocupação não se manifesta em relação a Roberto Jefferson cuja condição física em decorrência de um câncer no pâncreas também inspira cuidados.

Bem como deve haver sentenciados em situação parecida, submetidos inadequadamente às condições "medievais" (expressão do ministro da Justiça) dos presídios brasileiros para cuja melhoria o governo do PT não contribuiu nesses quase onze anos no comando dos instrumentos do Estado.

Fonte: O Estado de S. Paulo - Política - Quarta-feira, 20 de novembro de 2013 - Pg. A6 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,stf-nao-faz-verao-,1098552,0.htm

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