«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

VIOLENTA AMÉRICA LATINA [Assustador!]

Editorial
Pintura de Fernando Botero - pintor e escultor colombiano
A América Latina vive uma situação paradoxal: na última década, isto é, no momento em que experimentava significativo crescimento econômico e alguma melhoria na distribuição de renda, a região tornava-se a mais violenta do mundo. Enquanto os índices de criminalidade caíram em todas as demais regiões, na maioria dos países latino-americanos apresentaram aumento, atingindo níveis considerados "epidêmicos" pela classificação da Organização Mundial da Saúde - acima de 10 homicídios a cada 100 mil habitantes.

Esse cenário desalentador, revelado por um estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), indica que a América Latina não prioriza a segurança como elemento básico da vida cidadã, e a consequência disso é a perenização do atraso. "Sem paz não pode haver desenvolvimento", comentou Helen Clark, administradora do Pnud.

O estudo, intitulado Segurança cidadã com rosto humano: diagnóstico e propostas para a América Latina, mostra que, entre 2000 e 2010: 
  • a taxa de homicídios na região subiu 11%
  • Nada menos que 1 milhão de pessoas foram assassinadas
  • Já os roubos e furtos triplicaram nos últimos 25 anos. 
  • O relatório diz ainda que, num "dia típico na América Latina", 460 pessoas, a maioria mulheres, sofrem violência sexual.
O Pnud alerta que a região ostenta índices "alarmantes" de impunidade, além de colapso do sistema carcerário e profunda desconfiança dos cidadãos no funcionamento da polícia e da Justiça. Diante disso, recorre-se cada vez mais à segurança privada e cresce o apoio ao endurecimento das leis, como se isso tivesse o condão de garantir a paz social.
AMÉRICA LATINA HOJE
Taxa de Homicídios por Países, ano de 2011

O diagnóstico do estudo sobre a contradição entre melhoria econômica e degradação da segurança ataca a visão edulcorada do modelo adotado no Brasil e em outros países para a redução das desigualdades. Diz o texto que esse modelo criou um "crescimento econômico sem qualidade e centrado no consumo", o que não proporciona suficiente mobilidade social e gera, como consequência, o "delito aspiracional" - isto é, o crime cometido por indivíduos que, alimentados pela expectativa de consumo, se dispõem a "desafiar a ordem legítima e optam pelo delito como forma de vida". Esse mesmo modelo econômico, ademais, gerou um crescimento urbano acelerado e desordenado, dificultando a inclusão social efetiva.

O relatório aponta ainda a qualidade precária da rede pública de ensino como motivo elementar do aumento da violência. Se a educação é um componente óbvio para a redução da criminalidade, os jovens latino-americanos deveriam ser estimulados a permanecer na escola. No entanto, a péssima qualidade da educação e a consequente dificuldade para entrar no mercado de trabalho estimulam a evasão, o que é a chave para o aumento da violência: em todos os países latino-americanos pesquisados, mais de 80% dos presos não haviam completado 12 anos de escolaridade.

"Não há fórmula mágica e única para resolver o problema", diz o estudo, "mas a insegurança tem remédio." Em primeiro lugar, o combate à violência não pode ser tratado como mero tema de campanha eleitoral e, sim, como política de Estado - isto é, que disponha de recursos suficientes para treinamento e modernização da estrutura estatal de segurança, que envolva todos os setores sociais, que promova reformas institucionais profundas e, o mais importante, que seja sustentada seja qual for o partido no poder.
Clique sobre a imagem para ampliá-la

No Brasil, como em outros países latino-americanos, disseminou-se nos últimos tempos a percepção, alimentada por marqueteiros políticos e populistas acadêmicos, de que a mera transferência de renda seria capaz de reduzir a criminalidade - como se a pobreza determinasse a violência. O estudo do Pnud mostrou, no entanto, que nenhuma mudança social será real e duradoura se a segurança dos cidadãos for negligenciada. Ao contrário: o Estado, ao não proteger a vida e a integridade física e material dos cidadãos, deixa de assegurar o conjunto de direitos que está na própria essência do desenvolvimento humano.

Fonte: O Estado de S. Paulo - Notas e Informações - Segunda-feira, 18 de novembro de 2013 - Pg. A3 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,violenta-america-latina-,1097925,0.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.