«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O que está em jogo nas conversações nucleares iranianas

Shashank Joshi *
BLOOMBERG NEWS
Delegações do Irã e de potências mundiais reunidas para negociações sobre questões nucleares
(Genebra - Suíça)
Foto: agência Reuters
Após a retórica acalorada dos últimos dez anos, é vital compreender o que está em jogo e por que um acordo provisório para conter o programa de armas nucleares do Irã deve ser firmado. Alguns políticos israelenses e americanos advertiram que o mundo corre o risco de repetir os apaziguamento de Hitler pelos aliados em Munique em 1938, com tudo que veio em seguida. Outros acham que está sendo costurada uma grande barganha que descartará aliados americanos tradicionais - como Israel e as monarquias árabes. Ambas as visões desconsideram e, provavelmente, distorcem deliberadamente o que está de fato em discussão.

Embora não se conheçam os detalhes completos das conversações, é possível ter uma ideia aproximada do acordo que quase foi alcançado: o Irã congelaria boa parte de sua expansão nuclear, incluindo o enriquecimento de urânio a um teor acima de 20% - a partir do qual se alcançaria a pureza necessária para a fabricação de armas num período relativamente curto. Em troca, as potências ocidentais ofereceriam um abrandamento de sanções avaliado em menos de US$ 10 bilhões, quantia bastante modesta que deixaria intactas as restrições realmente sufocantes para os setores de petróleo e bancário do Irã. O acordo seria temporário, programado para durar cerca de seis meses. Seria uma maneira de ganhar tempo para os dois lados chegarem a um acordo final.

O que deve ficar claro é que a última rodada de conversações em Genebra não fracassou como alguns sugeririam; faltou tempo para um acordo. O primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu queixou-se de que este seria o "acordo do século" para o Irã. Mas ele está errado. O acordo esboçado oferece um alívio apenas limitado e reversível das sanções, vem com data de vencimento e tem a capacidade de dobrar o período que a república islâmica precisaria para enriquecer uma quantidade suficiente de combustível para uma bomba.

O que este debate obscureceu é que se não houver nenhum acordo, o Irã ficará mais próximo de uma bomba. Netanyahu e boa parte do Congresso americano acreditam que um acordo provisório minaria a tarefa de coagir o Irã a uma rendição completa. Sendo assim, por que aliviar a pressão justo agora que o Irã está começando a suar? Por duas razões. Primeiro, esta abordagem repudia a própria ideia de diplomacia, que requer mais do que reafirmar termos de rendição. Ela tornaria impossível um acordo que submeteria a limitações e a um grande monitoramento internacional as instalações nucleares iranianas.

A segunda é que a alternativa a um acordo é pior. A linha de tempo para estrangular economicamente o Irã é mais longa do que a de seu programa nuclear. Sem o respiro provisório, a capacidade de enriquecer urânio cresceria a níveis perigosos. Isso nos obrigaria a uma escolha terrível: esperar as sanções derrotarem o Irã ou bombardear preventivamente suas instalações nucleares.

Os que insistem em que a ameaça nuclear iraniana é séria e iminente deveriam ser os primeiros a reconhecer o valor de um acordo provisório. Repudiar a diplomacia nesta conjuntura delicada - incluindo pela imposição de novas sanções - não resolve nenhum destes problemas. Só prolonga um impasse nuclear que lança uma sombra de guerra sobre o Oriente Médio.

Tradução do inglês por Celso Paciornik

* SHASHANK JOSHI É PESQUISADOR DO ROYAL UNITED SERVICES INSTITUTE.

Fonte: O Estado de S. Paulo - Internacional - Quinta-feira, 21 de novembro de 2013 - Pg. A14 - Internet: Clique aqui.

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