«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Doenças psiquiátricas roubam mais anos de vida do brasileiro [É preocupante!]


ANGELA PINHO
DE BRASÍLIA 


Distúrbios mentais como depressão, psicoses e alcoolismo incapacitam mais que doença cardíaca 
Dado é de série de estudos sobre saúde no país, de uma das revistas médicas mais importantes do mundo


Com mudanças no estilo de vida dos brasileiros, os transtornos psiquiátricos passaram a ocupar lugar de destaque entre os problemas de saúde pública do país.

De acordo com dados de uma série de estudos sobre o Brasil, publicada ontem no periódico médico "Lancet", as doenças mentais são as responsáveis pela maior parte de anos com qualidade de vida perdidos no país devido a doenças crônicas.

Essa metodologia calcula tanto a mortalidade causada pelas doenças como a incapacidade provocada por elas para trabalhar e realizar tarefas do dia a dia.

Segundo esse cálculo, problemas psiquiátricos foram responsáveis por 19% dos anos perdidos. Entre eles, em ordem, os maiores vilões foram depressão, psicoses e dependência de álcool.

Em segundo lugar, vieram as doenças cardiovasculares, responsáveis por 13% dos anos perdidos.

Outros dados do estudo mostram que de 18% a 30% dos brasileiros já apresentaram sintomas de depressão. Na região metropolitana de São Paulo, uma pesquisa, com dados de 2004 a 2007, mostrou que a depressão atinge 10,4% dos adultos [será por quê?].

Não é possível dizer se o problema aumentou ou se o diagnóstico foi ampliado, diz Maria Inês Schmidt, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e uma das autoras do estudo.
Ela afirma também que são necessários mais estudos para saber de que forma o modo de vida nas cidades pode influenciar o aparecimento da depressão, além das causas bioquímicas.

No caso da dependência de álcool, no entanto, há uma relação com o estilo de vida, uma vez que pesquisas recentes do Ministério da Saúde apontam um aumento no consumo abusivo de bebidas.

IDADE AVANÇADA
O envelhecimento da população também contribui para o aparecimento de transtornos psiquiátricos. De acordo com o estudo, a mortalidade por demência aumentou de 1,8 por 100 mil óbitos, em 1996, para 7 por 100 mil em 2007.

"O Brasil mudou com consumo de álcool, envelhecimento e obesidade e, com isso, temos novos problemas de saúde", disse o ministro Alexandre Padilha (Saúde).

Em relação às doenças psiquiátricas, ele afirmou que a pasta irá expandir os Caps (centros de atenção psicossocial) e aumentar o número de leitos para internações de curto prazo.

A série de estudos do "Lancet" coloca como outros problemas emergentes de saúde diabetes, hipertensão e alguns tipos de câncer, como o de mama. Eles estão associados a mudanças no padrão alimentar, como o aumento do consumo de produtos ricos em sódio ou açúcar.

Por outro lado, a mortalidade por doenças respiratórias caiu, principalmente devido à redução do número de fumantes.

Fonte: Folha de S. Paulo - Saúde - Terça-feira, 10 de maio de 2011 - Pg. C12 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd1005201101.htm

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ANÁLISE

País deve usar estudo para preparar seu sistema de saúde

HÉLIO SCHWARTSMAN
ARTICULISTA DA FOLHA 

Um bom jeito de conhecer um país 
é olhar para a forma como morrem seus cidadãos

O problema é, no fundo, aritmético. Como todo mundo precisa morrer de alguma coisa, à medida que o país se desenvolve e elimina as "causae mortis" mais facilmente evitáveis, como diarreias e pneumonias, ganham peso óbitos provocados por doenças características de faixas etárias mais avançadas, como câncer e demência.

O ritmo dessas mudanças tem sido rápido, considerando que a demografia lida com uma escala que se mede mais em gerações do que em anos. Em 1950, 40% dos óbitos no Brasil se deviam a moléstias infectocontagiosas e 12% a doenças cardiovasculares. Agora os termos se inverteram: as infecciosas respondem por 10% dos óbitos, e as cardíacas, por 40%.

E o movimento continua. As causas cardíacas já vão perdendo espaço para os cânceres, que tendem a tornar-se a principal razão de óbito. Nos países desenvolvidos, as neoplasias estão em vias de ultrapassar as doenças cardíacas como causa de morte.

Merecem especial atenção nesse capítulo os transtornos mentais, que, embora não matem tanto, já respondem pela maior parte dos DALYs ("disability-adjusted life year") perdidos, uma estatística que tenta capturar o fardo social que a moléstia representa levando em conta óbitos, incapacidade e redução da qualidade de vida.

Para complicar o quadro, a saúde mental é provavelmente a área em que o SUS é mais vulnerável.

É importante que o Brasil aproveite esse tipo de estudo para preparar seu sistema de saúde para o futuro

As correções podem levar tempo, pois não se limitam à compra de aparelhos. Elas envolvem o planejamento de longo prazo e a formação dos médicos. Precisaremos de cada vez menos pediatras e cardiologistas e de mais gerontologistas, oncologistas, psiquiatras e neurologistas.

Fonte: Folha de S. Paulo - Saúde - Terça-feira, 10 de maio de 2011 - Pg. C12 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd1005201103.htm

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