«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Ultraje perante a remoção de bispo australiano


As consequências após o afastamento forçado de Dom William Morris [foto ao lado] da diocese de Toowoomba, na Austrália, tornaram-se mais cáusticas desde o dia 1º de maio, a data efetiva da sua remoção pelo Papa Bento XVI. Durante um período em que muitos clamam por uma resposta mais agressiva de Roma sobre os bispos cujo escasso juízo atrasou uma solução para os abusos de crianças em dioceses de todo o mundo, a decisão de remover Dom Morris por causa de uma referência manifestada cuidadosamente sobre a ordenação de mulheres levantou questionamentos.

A reportagem é da revista America, dos jesuítas dos EUA, 23-05-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Defensores indignados se mobilizaram em torno do bispo. O Conselho Nacional de Presbíteros da Austrália saiu na frente em defesa a Dom Morris: "Estamos revoltados com a falta de transparência e do devido processo legal que levou a essa decisão pelas autoridades da Igreja", afirmou o conselho em um comunicado. "Estamos envergonhados com o desprezível tratamento dispensado a um excelente pastor (...). Estamos preocupados com um elemento dentro da Igreja cuja ideologia restauracionista quer reprimir a liberdade de expressão dentro da Igreja Católica Romana e que nega a autoridade magisterial legítima do bispo local dentro da Igreja".

Dom Morris havia sido investigado por causa de várias discordâncias com Roma, entre elas o seu uso da absolvição geral e ideias heterodoxas referentes ao desgaste clerical. Mas o que talvez gerou a maior tensão foi uma carta pastoral de 2006, que mencionava que a ordenação de homens casados e de mulheres poderia fazer parte da solução à aguda escassez de padres na diocese.

Dom Morris aparentemente resistia aos apelos do Vaticano pela sua renúncia pelo menos desde 2007 e concordou em deixar somente depois que a sua posição se tornasse "insustentável". Ele disse à TV australiana no dia 8 de maio que a sua saída tinha a intenção de "enviar uma mensagem aos bispos do mundo (…) Se você faz perguntas, se você se intromete por muito tempo, se você é incômodo em todos os lugares, bem... 'Veja o que aconteceu com Bill Morris'". O relatório que levou ao seu afastamento não foi publicado.

Falando em nome dos Vicentinos da Austrália, Tim Williams, CM, usou palavras duras tanto sobre o processo do Vaticano quanto sobre um grupo de diocesanos que persistentemente pediam a remoção de Dom Morris: "[Dom Morris] tem sido objeto de críticas por parte de um pequeno número de cães de guarda litúrgicos e doutrinais autoproclamados que (…) veem isso como seu chamado a correr ao encontro das simpáticas autoridades eclesiásticas com seus relatórios destrutivos. Assim como queremos saber a motivação por trás dos extremos de terrorismo, é difícil entender que distorção do cristianismo guia esses cães de guarda em seus esforços para derrubar pessoas boas".

Padre Williams conclui: "Bill Morris é um bispo que se atreveu a indicar que está aberto a alguns pensamentos diferentes para responder às necessidades pastorais – e por isso, ao que parece, ele está sendo demitido. Negar aos outros até a liberdade de pensar diferentemente cheira, sem dúvida, a um regime totalitário".

Um comunicado divulgado por Peter Wilkinson, porta-voz do grupo de tendência reformista Catholics for Ministry, da Austrália, chamou o processo que levou à remoção de Dom Morris de "uma farsa de julgamento". Disse Wilkinson: "Dom Morris nunca recebeu, pelo que se sabe, qualquer acusação formal contra ele por parte do Vaticano, nunca pôde ver as provas reunidas contra ele e nunca lhe foi permitido enfrentar como testemunhas em público qualquer um dos seus acusadores (…) Sem o devido processo, os católicos não podem ter nenhuma confiança no sistema legal da seu Igreja ou naqueles que o administram".

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos - On-Line - 21/05/2011 - Internet: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=43489

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