«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Falta de livros em casa prejudica estudantes brasileiros


A carioca Ana Luiza, 12 anos, chegou em casa cansada depois de um dia atarefado na escola. Largou a mochila no quarto e falou para a mãe, Christiana Ferreira, 40 anos: "Estou estressada. Vou ler um livro para relaxar". E se dirigiu para a estante para escolher um dos de cerca de 300 livros da família.

A cena na casa da família carioca, porém, não é regra nos lares brasileiros. É o que mostra um levantamento do Movimento Todos Pela Educação, com base no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). A pesquisa, de 2010, analisou 65 países e constatou que 39% dos estudantes brasileiros declararam possuir, no máximo, dez obras literárias.

Além disso, no ranking de alunos que afirmam ter mais de 200 livros em casa, o Brasil ocupa a 64º posição. A realidade se torna ainda mais preocupante com outro dado revelado pelo estudo. De acordo com o levantamento, o estudante que tem até 10 livros em casa tem notas 15% menores em português e ciências do que aquele que tem entre 100 e 200 obras na estante da sala. Em matemática, o diferencial sobe para 17%.

Dados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro, comprovam que quem mais influencia o leitor é mãe (49% deram essa resposta), seguida de professores, com 33%, e do pai, com 30%. Talvez seja essa a explicação da paixão literária da pequena Ana Luiza e também de sua irmã Sofia, 5 anos. A mãe Christiana conta que frases como a de Ana Luiza, que procurou no livro um refúgio para o seu "estresse", são comuns em sua casa. "As duas trocam a televisão por uma boa leitura facilmente. Sofia, por exemplo, não consegue dormir sem uma boa historinha", diz.

A casa de Christiana é uma das poucas no Brasil que possui mais de 200 obras literárias. Segundo ela, o costume é passado de geração para geração. "Eu sempre tive o hábito da leitura e cresci vendo os meus pais lerem muito. Meu pai sempre lê no mínimo dois livros em paralelo, um em português e outro em inglês. Minha mãe lia constantemente uma publicação atrás da outra. Vendo isso, acabei pegando o mesmo hábito e passando isso para minhas filhas", fala.

Para ela, incentivar as crianças deve ser algo natural e divertido. "É preciso fazer da leitura uma atividade interessante, explorar o livro, brincar com a história. Aqui, nós fazemos personagens de material reciclado, a nossa versão da história, a nossa ilustração, entre outras coisas. A leitura não começa apenas quando abrimos o livro, e nem simplesmente acaba quando o fechamos", conclui.

Chiristiana mantém o blog Inventando com a mamãe, no qual sugere títulos e programas interessantes para as mães fazerem com seus filhos.

A pedagoga Luciana Allan acredita que as estatísticas são um reflexo de um retrato cultural do país. "O incentivo à leitura é uma prática que até pouco tempo não era muito valorizada nas escolas. Com a instituição dos exames nacionais, como Enem e Prova Brasil, ficou mais evidente a defasagem na formação das nossas crianças, principalmente na questão da leitura. E isso tem estimulado a implementação de projetos para amenizar este problema", explica Luciana, que também é diretora do Instituto Crescer, que promove a formação de professores para a leitura em sala de aula.

Mas, para a especialista, uma das maiores barreiras para ampliar o acesso aos livros são os altos preços das publicações. "Hoje, um livro de boa qualidade custa em média quase 10% de um salário mínimo. Como incluir isso no orçamento familiar?", questiona.

O autor de títulos infantis como Quinho e o seu cãozinho e Espiando o mundo pela fechadura, Lae de Souza, concorda com a pedagoga. "O aumento no número de leitores poderá reduzir os preços e por sua vez esta redução pode favorecer o crescimento na quantidade de leitores. Para termos uma cultura de leitura é preciso pensar nas formas de facilidade de acesso aos livros", diz.

Inconformado com o lugar-comum de que o brasileiro não gosta de ler, ele decidiu criar o Projetos de Leitura, que hoje tem dez iniciativas voltada para escolas e hospitais e já atingiu cerca de 500 mil pessoas no Brasil: "Os projetos nasceram com a proposta de criar mecanismos de estímulo à leitura e participação ativa do estudante no processo", conta.

Souza comenta que estas iniciativas surgem para suprir a necessidade de alunos que não encontram estímulo onde deveriam obter: em casa. "O ideal é que esse incentivo fosse dos pais, com continuidade na escola. No colégio, entende-se que a leitura é uma necessidade, uma obrigação, portanto é só uma atividade escolar. É preciso que ela seja estimulada como prazer para que acompanhe o estudante por toda a sua vida, e para que ele transmita isso aos seus pais e filhos", afirma.

Fonte: TERRA.COM.BR - Notícias - Educação - 03/05/2011 - 08h47 - Internet: http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI5107373-EI8266,00.html

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