«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Professores são obsoletos [Excelente artigo!]


RICARDO SEMLER *

Investimentos deveriam criar novas soluções em educação, 
possibilitando a formação de tutores


A Westinghouse era um gigante nos anos 20. Numa fábrica com 12 mil funcionários, conduziram uma experiência seminal. Aumentaram a iluminação e a produtividade aumentou. Depois, voltaram ao que era. A produtividade aumentou mais! Esse experimento provou que a intervenção gera mudanças temporárias, e não difere dos empresários que intervêm em escolas.

No começo a diretora faz cursos de gestão, aparecem computadores e reciclagem para professores. Com o tempo, tudo volta ao que era. E os valores que são colocados nessas escolas "mexidas" tornariam o orçamento da rede publica inviável, portanto, são artificiais.

Duas boas entidades, Instituto Ayrton Senna e Todos Pela Educação colocaram pesquisadores para achar o denominador comum de centenas de estudos sobre melhorias na sala de aula -o resultado, logicamente, não passa de um conjunto de platitudes [= qualidade do que é banal, trivial].

São quatro as conclusões: um, o professor tem que ser bom. Os 20% melhores ensinam mais do que os 20% piores. Ué...
Segundo, que turmas menores aprendem mais -ou seja, não é bom ter 48 alunos na classe. Certo.
Terceiro, que é melhor que a turma seja homogênea -se for para aprender mais matemática e português -, mas seria melhor que fosse heterogênea - se for para outras matérias. Ops...
Quarto, que alunos aprendem mais se houver mais aulas.

Hmmm... Sei que faço uma caricatura, mas não difere disso. A culpa não é dos empresários - têm boas intenções -, mas cabe lembrar que 92,3% das empresas quebram ou são vendidas a cada 20 anos, o que sugere que o empresário tem dificuldade de entender do seu próprio métier, quem dirá educação.

Que empresários escolheriam um professor de sociologia, depois um torneiro mecânico e por fim uma guerrilheira para comandar o país?
Teriam acertado na mosca, o país nunca andou tão para a frente.

Perguntei, numa palestra em Londres para 59 ministros de Educação: por que as férias são tão compridas no verão? Nem um deles sabia - é assim porque as escolas eram rurais, e os pais precisavam da criançada para ajudar na colheita, por dois meses. É assim até hoje.

Melhorias marginais na escola são como motor novo e pintura metálica num Fusca 77.
O papel do professor está obsoletado. Pede-se demais: que entenda de uma matéria, mas cruze com outras; que saiba manter 39 meninos quietos; que lide com as sacanagens da carreira, com diretoras ranzinzas e pais perdidos; e ainda aprendam tudo sobre bullying e "bullshit".

Os investimentos e estudos deveriam ir para formatos novos, com professores virando os tutores esclarecidos da paideia grega e chamando à escola os milhões de recém-formados e aposentados que poderiam partilhar suas paixões.

Ficar tirando a média de um conceito medíocre é inócuo. Correr atrás de resultados melhores no Pisa [sigla inglesa para: Programme for International Student Assessment - Programa Internacional de Avaliação de Alunos] parece avanço, mas não passa de uma polida no capô do Fusca.

* RICARDO SEMLER [foto acima], 51, é empresário. Foi scholar da Harvard Law School e professor de MBA no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Foi escolhido pelo Fórum Econômico de Davos como um dos Líderes Globais do Amanhã. Escreveu dois livros ("Virando a Própria Mesa" e "Você Está Louco") que venderam juntos 2 milhões de cópias em 34 línguas.

Fonte: Folha de S. Paulo - Saber - Segunda-feira, 9 de maio de 2011 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saber/sb0905201103.htm

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