«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

As cidades: problema ou solução?


MOISÉS NAÍM 

As maiores cidades latino-americanas poderiam ser motor de desenvolvimento, 
mas ainda não o são


Dentro de alguns meses vai nascer um bebê histórico. Será o 7.000.000.000º habitante do planeta. E provavelmente nascerá em uma cidade, já que hoje mais de metade da população mundial vive em cidades, algo que também é novo.

Em 2008 o número de habitantes urbanos superou a população rural pela primeira vez.

Esse processo de urbanização vem sendo muito rápido. De acordo com a ONU, a população urbana passou de 13% do total mundial em 1900 (220 milhões de pessoas) para 29% (732 milhões) em 1950, saltando em seguida para 49% (3,2 bilhões) em 2005. Até 2030, estima-se que alcance 60% (4,9 bilhões).

A América Latina é campeã do mundo nesse quesito: com 80% de sua população vivendo em cidades, é a região mais urbanizada do planeta. Esta realidade tem implicações econômicas e políticas enormes.

O Instituto Global McKinsey (MGI) acaba de publicar um excelente estudo sobre esse tema. Sua conclusão principal é que as maiores cidades da América Latina poderiam ser um potente motor de desenvolvimento e prosperidade.

Poderiam. Mas não o são, e seu desempenho econômico e social está abaixo do de seus países e de outras cidades do mundo. As cifras do relatório do MGI são impressionantes. Na América Latina há 198 cidades com mais de 200 mil habitantes, em que vivem 260 milhões de pessoas e nas quais se geram 60% de toda a atividade econômica da região, o que equivale ao PIB de Índia e Polônia juntos. Estima-se que em 2025 essas 198 urbes vão gerar um PIB igual ao da Espanha hoje.

Como sabemos, contudo, as grandes cidades latino-americanas estão repletas de problemas: tráfico, criminalidade, deficits, corrupção e o eterno atraso da oferta de serviços públicos, em relação às necessidades de transportes, água, saúde, eletricidade, habitação, etc.

Esses problemas crônicos explicam por que o índice de crescimento econômico das dez cidades maiores vem sendo menor que o de seus países. De acordo com o MGI, desde 1970 os índices de crescimento econômico de São Paulo [foto acima] e Rio de Janeiro vêm caindo, estando hoje inferiores ao crescimento do Brasil.

A Cidade do México também vem apresentando desempenho pior que o das 45 cidades mais populosas do país. Das dez maiores cidades da América Latina, apenas Lima e Monterrey vêm tendo desempenho melhor que seu país.

Em vista da velocidade com que se movem as variáveis associadas à urbanização, é urgente agir para que as grandes cidades não se transformem em uma carga pesada que afunde seus países.

Os desafios são muitos, e o MGI agrupa as soluções em quatro grandes categorias:

  • elevar o desempenho econômico das grandes cidades
  • melhorar a qualidade de vida de seus habitantes
  • utilizar recursos naturais de maneira sustentável
  • melhorar suas finanças e a maneira como são governadas

É fácil sorrir cinicamente e pensar que nada disso será possível. Quem sabe. Mas, se não tentarmos, a catástrofe urbana da América Latina poderá anular a possibilidade de os latino-americanos terem um futuro melhor que seu passado.

Tradução de CLARA ALLAIN.

Fonte: Folha de S. Paulo - Mundo - Sexta-feira, 26 de agosto de 2011 - Pg. A14 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2608201110.htm

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